18h54min, depois de tentar quebrar os vidros com um banco e eles mal se movimentarem, eu percebi que sim, eu realmente estou trancada. Não sei se ele foi irônico ao falar, mas sim, comi quando meu deu fome, fiz um Cup Nudles e um suco de laranja natural, depois comi os Donuts que tinham na geladeira. Confesso que fiquei surpresa em saber que Capitão Pátria é todo fitness. Só o que encontrei de besteirol foi Cup Nudles e Donuts, o resto era fruta, verdura e alimentos integrais. Em compensação, bebida é mato nessa casa, wiskhys, vodkas, licores, tudo que é bebiba alcoólica que se pode imaginar. Vou para sala e sento-me em frente a TV, a ligo, enquanto passo de canal, percebo que só a programação da Vought Studios.
Desligo a TV e vou para o quarto, organizo a cama, bato o lençol, depois o estendo, faço o mesmo com o jogo de cama. Olho para o roupeiro, a curiosidade me atenta. Abro, vejo roupas e não uniformes, há camisetas masculinas, calças, bermudas. Abro uma das gavetas, vejo cuecas, meias e afins. Vejo uma pasta no meio das coisas, pego-a, abro e começo a ler. É como se fosse um prontuário de todos os integrantes d'Os Sete, incluíndo uma tal de Tempesta.
Há nomes, fotos, data de nascimento, endereço, tudo. Vejo o nome de Luz Estrela, Annie January, Maeve, Maggie e Capitão Pátria, Jonh. Passos os olhos pelos outros rapidamente, volto para o Capitão, Jonh, mas não há sobrenome, não há registros de familiares, nada a não ser um tal de Dr. Vogelbaum, um ex-funcionário da Vought, vejo alguns papéis antigos assinados por ele. Creio que seja a pessoa que criou, cuidou, ou que tenha sido o tutor dele.
Passos os olhos mais adiante. Meu Deus. Engulo seco o que leio. Preciso sair daqui. Escuto alguns barulhos, guardo rapidamente as coisas no lugar, fecho a gaveta e deito-me na cama.
***
22h30min, a luz do quarto acende, abro os olhos com dficuldades, vejo uma sombra largando alguns objetos na cabeceira. Coço os olhos e abro finalmente, Jonh.
- Ei, acordou dorminhoca. - ele senta na ponta da cama, empurrado meus pés para o lado - Olha ai o que eu trouxe pra você.
Pego a sacola, vejo que é de farmácia, abro e vejo as pílulas que pedi. Pego a outra e vejo um celular, iphone, o mesmo modelo que o outro, também há chocolates dentro da sacola.
- O número é o mesmo.
Seu sorriso é largo, bobo, não consigo sorrir, por mais que eu saiba que preciso fingir para poder sair daqui. Confirmo com a cabeça tentando parecer tranquila com a situação. Desbloqueio o celular, vejo algumas mensagens de Val. Poderia responder agora, mas estou desconfortável com os olhos azuis piscina pregados em mim.
- Eu trouxe pizza. - ele afirma.
- Okay!
Abro as menagens de Val. Respondo.
Eu: Estou bem. Fiquei sem bateria. Acho que amanhã de manhã estou aí. Beijo.
Em seguida, vejo algumas da Maeve. Não posso responder, não agora. Entro rapidamente e mando um emoji de certinho. Creio que ela entenderá.
- Eu preciso ir pra casa. A Val está preocupada e eu dis...
- Eu acho que a Val tá ocupada com outra coisa.
Vejo seu olhar malicioso. Ele levanta e vai em direção a porta. Levanto-me da cama e vou atrás dele. Na cozinha, o vejo pegar dois pratos, copos, abrir a caixa da pizza, separar alguns pedaços, em seguida ele serve um copo de coca-cola para ele e outro copo com suco de limão.
- Eu sei que você odeia coca, então trouxe esse suco aqui, é bem gostoso.
Não respondo. Olho para porta, parece destrancada. Olho para ele novamente, está concentrado procurando algo na gaveta. Eu poderia... merda!
- Poderia o quê? - ele questiona.
Olho para ele rapidamente que me encara e depois encara a porta.
- Qual é Nicole?! - ele sorri - Vamos ser civilizados, eu trouxe o que você pediu, agora você faz a sua parte, simples.
- Quer saber? Okay! A Maeve e o Bruto me pediram para tentar arrancar algo de você. Eles sabem que você matou aquelas pessoas e eles pediram para eu te bajular, porque você tem um tipo de excitação por isso e eu topei, mas agora eu quero ir embora daqui, eu quero ir embora desse lugar, desse país e fingir que isso nunca aconteceu. Eu prometo que não vou contar para ninguém, nunca!
Termino ofegante. Como uma metralhadora de palavras, soltei tudo em questões de segundos.
Ele larga o cortador de pizza no prato. Seus olhos passam de um lado para o outro. Ele assenti com a cabeça exatamente duas vezes, vejo um biquinho minúsculo formar nos seus pequenos lábios e depois de longos trintas segundos...
- Pode ir!
Sinto um tom de decepção na sua voz. Ele não me encara, apenas olha reto. Está sério, com os olhos longe. Por um momento, me sinto mal, vejo as pizzas cortada em triângulos nos pratos, os copos cheios, as suas mão grandes sem as luvas sujas de catchup.
Pego o celular, mando mensagem para Maeve.
Eu: Estou caindo fora de tudo isso. Sinto muito.
Caminho até o quarto. Coloco algumas coisas na bolsa, pego um dos remédios e seguro com as mãos fechadas até a cozinha americana, Jonh está no mesmo lugar, parado. Passos por ele, pego o copo de suco, coloco o remédio na boca e em seguida bebo um gole do suco. Pego a garrafa e sirvo mais um pouco, depois fecho a tampa e a coloco na geladeira. Vejo o pote da mostarda que ele não pegou, a pego.
- Você não vai querer mostarda? - indago colocando um pouco em cima das pizza - Eu liguei a TV hoje e se você não tiver outra assinatura, teremos que ver a minha entrevista na Vought ou a sua, ou talvez, a de qualquer outro Super. Pode escolher se quiser.
Pego meu prato e meu copo e passo por ele, vejo seus olhos me seguirem, sento-me no sofá em frente a TV, a ligo e coloco o controle na mesa. Volto para bancada e pego o pote de mostarda e catchup, vejo sua expressão de criança emburrada.
- Vai esfriar. - afirmo apontando para pizza, indo para frente da TV novamente.
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Devil Side - Homelander
FanficDe um lado, Nicole, uma jovem intercambista que vê suas férias desmoronarem quando sem querer acaba sendo testemunha de uma chacina. Do outro lado, Capitão Pátria, o almejado líder dos Supers, o herói narcisista e arrogante que pouco se importa com...