CAPÍTULO 38

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[Revisado por: VitoriaCrazy]

Flagro-me distraída, relaxada, olhando fixamente a belíssima vista da cidade, estando terrivelmente entediada padecendo em uma solidão de merda, assentada tranquilamente em uma cadeira na altamente protegida varanda da exagerada gigantesca casa de...

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Flagro-me distraída, relaxada, olhando fixamente a belíssima vista da cidade, estando terrivelmente entediada padecendo em uma solidão de merda, assentada tranquilamente em uma cadeira na altamente protegida varanda da exagerada gigantesca casa de praia.

Está uma linda infeliz noite melancólica estrelada, contendo a magistral trilha sonora natural das agitadas ondas do mar, pausadamente realizo moderadamente a degustação minuciosa de um caríssimo whisky escocês especial e fumo um bom baseado.

Entorpecida sob o efeito da maconha, viajo chapada em dolorosas memórias perturbadoras de quando era apenas uma simples criancinha, há fodidas eras atrás, em um antigo período anterior de tempo em que equivocadamente nutria a fiel enganosa iludida convicção de que cresceria ao lado de minha amada família.

No instante em que desvencilho-me de tais inesquecíveis depressivas lembranças amargas, alcanço a óbvia ridícula constatação patética de que dramáticas genuínas lágrimas verídicas fugiram, consequências das humanas emoções traiçoeiras, vazando sem meu consentimento de meus canais lacrimais, trilhando um úmido caminho direto por minhas bochechas quentes, banhando e queimando minha pele.

Não faço questão de automaticamente enxugá-las rapidamente, neste raro momento íntimo de fraqueza, encontro-me destituída de minha máscara indestrutível de Rainha do Gelo, desprovida de minha habitual armadura impenetrável de autodefesa, estou insuportavelmente sensível para caralho, somente limito-me a permitir que as detestáveis lágrimas sejam liberadas, juntamente com a imensa saudade.

— Papai, mamãe, como vocês estão? — estupidamente pergunto com a voz embolada e pastosa, em um volume consideravelmente baixo, observando o argentino céu noturno.

Certa vez, quando eu chorava no dia em que Valerie, a mulher responsável por colocar-me neste mundo, completava aniversário de falecimento, Olivia relatou-me a absurda baboseira tola de que cada estrela, presente na bosta do universo, significava uma pessoa boa e que uma delas simbolizava minha mãe biológica, grande cômica piada hilária.

Perante anos de minha chata infância, desperdicei a porcaria de meu valioso tempo, contemplando demoradamente as grandes esferas formadas por plasma aquecido a milhares de graus, alcançando o cúmulo da insanidade grotesca de manter conversas privadas incoerentes, ansiosamente aguardando vê-las emitirem um forte brilho mais intenso, desta maneira, minha louca versão infantil obtinha a absoluta concreta certeza de que era ouvida, para só então, após protagonizar tamanha palhaçada horrenda, desfrutar de um agradável sono tranquilo.

Esta babaquice imatura se prolongou apenas até o dia em que completei 11 anos de idade, uma putinha desgraçada, uma insignificante bactéria nojenta destruiu definitivamente minhas ilusões, dizendo-me a real verdade, evidentemente sendo esta que, estrelas não são pessoas, somente estrelas.

Killer - Assassina De Aluguel (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora