Hard to say goodbye

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Luke

«Chamada para o voo com destino a Austrália»

Ouvia-se pela segunda vez uma voz que saía por um comunicador algures pelo aeroporto.

A verdade, é que estava a fazer tempo para não entrar no avião. São 6h37m da manhã, e nem tenho sinal de Bella.
Ela não vem...

Estou prestes a entrar na porta de embarque, ao ver que Bella nem estava disposta a dar sinais de vida, quando sou interrompida pela voz dela.

-Luke, não vás!- Ao longe, cerca de  10 metros estava Bella a gritar em plenos pulmões para que eu a ouvisse.

Largo a minha bagagem no meio do chão, sem me importar com os que me rodeiam e vou a correr na sua direção, como nunca corri antes.

Em pouco tempo, os metros que nos separavam iam ficando cada vez mais pequenos, até se tranformarem em centimetros, que, se estinguiram ao nos abraçarmos com força.

-Desculpa.- Digo continuando a abraçá-la. No meu ombro conseguia sentir algumas lágrimas, que, parecia impossivel dizer se eram minhas ou dela.-Talvez o destino não nos queira juntos, mesmo achando que somos prefeitos um para o outro.

-Não... -diz.- Eu peço desculpa, estava tão obcecada com o passado que não me lembrei de ti agora no presente. Luke é-me muito dificil dizer-te isto mas eu nunca deixei de te amar. Mas o meu medo apoderou-se, tenho medo que amar-te de perto seja perigoso pa mim, para ti, para nós. Tal como foi no ano passado.

Bella diz-me olhando-me nos olhos, e, os nossos lábios quase se encostam, deixando poucos, quase inexistentes, milímetros entre eles.

Consigo sentir a respiração de Bella sobre a minha boca, mas por muita vontade que me dê de beijá-la, mantenho-me imóvel.

Bella vê que não a quero apressar, acabando por se sentir mais á vontade, inclina-se repentinamente acabando por unir os nossos lábios de tal forma, que ninguém, nem mesmo nós, os conseguiamos separar.

O beijo foi longo e inesquecível, Bella continua a beijar-me com tal ternura, fazendo com que me esquecesse que minutos mais tarde estaremos a milhas de distância, e não poderemos voltar a juntar os nossos lábios para que se tornem mais uma vez inseparáveis.

«Ultima chamada para o voo com destino a Austrália»

Voltam a chamar. Bella afasta-se de mim.

-Nunca esperei ter de dizer adeus outra vez, mas desta vez, sou eu que o digo, e não tu.- Diz.

Beijo os seus lábios.

-Não digas adeus, diz apenas até já. Estarei á tua espera em Austrália, quando voltares.- Tranqualizo-a.

Volto costas e entro na porta de embarque.

Ambos sabemos que ela não voltará.

**Duas semanas depois**

Bella

-Bella, eu preciso de saber o que se passa.- Insiste o meu pai, enquanto, mais uma vez recuso a comida que me oferecem no hotel.

-Eu, não posso dizer.- Não me sinto á vontade para explicar ao meu pai o que se passa, tenho a certeza que este, pocessivo como é, não entenderá.

-Bella, por favor.- O meu pai olha-me nos olhos, não com uma cara repreendedora, mas sim preocupada.

-Imagina...- Começo.- ...que duas pessoas têm uma história linda de amor, em que as coisas nem sempre correram bem, mas o amor delas permaneceu, o que torna essa história ainda mais bonita. Mas, mesmo amando-se, o destino entende que não os quer ver juntos. Parece difícil de aceitar, mas se o destino o quer, temos de aceitar. Mesmo que nos custe um Amor Genuíno perdido.

O meu pai olha-me sério.

-Se há coisa que aprendi, é que o destino não existe.- Explica.- Cada um de nós faz o nosso próprio destino. A nossa própria vida. -Custa-me imenso dizer isto, mas se gostas mesmo de uma pessoa, não é o destino que impede de estares com ela, mas sim tu.

-Estás...- hesito.- ...a dizer que posso regressar a Austrália?

-Não. Tu não pod...- o meu pai pára a meio da frase arrependendo-se do que vai dizer.- Podes, por muito que me custe.

Uma explosão de alegria surge de dentro de mim.

-Eu arranjo-te um voo para hoje.

Fico surpreendida, não entendo o que fez o meu pai mudar de ideias, mas sei que não quero desprediçar esta opurtunidade, por isso não irei fazer qualquer pergunta.

*****

Será que deva ir? Como será quando lá chegar? Tenho a certeza que os problemas habituais continuarão, um dos motivos pelos quais decidi vir para cá.

Os problemas não se resolvem, fugindo deles e aprendi isso da pior maneira.

Estou pronta. Vou entrar.

-Bella eu...- começa o meu pai. Odeio despedidas.- Eu espero que sejas mais feliz doque foste aqui e quero pedir desculpa pelo pai que tenho sido. Não te devia ter abandonado quando mais precisaste de mim. Eu quero que saibas que esta viagem serve como prova em como acredito em ti e que se voltares a precisar de mim eu estarei aqui. Só me arrependo de nunca nos termos reconciliado. Achas que me podes perdoar?

Apenas consigo encarar o chão, pois faz-me de certa forma confusão olhar para ele.

-Eles, já estão a chamar.- mudo de assunto, mesmo não ter ouvido ninguém.

Entro no avião remorceada, talvez tivesse de o ter desculpado. Mas não o fiz. Devido ao meu orgulho. De facto, ainda preciso de algum tempo para me habituar à ideia de poder confiar no meu pai.

«Pensa bem, ele deu-se ao trabalho de vir ter contigo ao aeroporto, entregar-te uma carta corajosa, e deixa-me que te diga, se um rapaz chora por ti é porque não é farça! Ele não parece estar a mentir depois de tudo, se assim o fosse porque razão é que se daria ao trabalho de se vir despedir?» Estas palavras tinham sido pronunciadas pela senhora que se encontrava a meu lado na última viagem. Ela tem razão. Luke, não é uma farça.

Mas agora não tenho, nem quero tempo para pensar em arrependimentos. A partir de agora vou esquecer o que aconteceu no passado e seguir em frente. Vou começar tudo de novo. Como se nunca tivesse ido embora.

******

Estou espetada em frente ao alpendre de Luke. Deverei bater?

Páro com os meus receios e bato á porta. Segundos depois vejo o rosto de Luke.

Luke apróxima-se de mim e abráça-me bruscamente.

-Vies-te!Eu sabia que vinhas!- Diz com uma voz meio rouca, apertando-me com força.

Afastamo-nos e não damos nada mais que um abraço.

-Posso entrar?- Digo envergonhada, sem saber bem porquê.

-A minha casa é como se fosse tua!- Luke abre caminho para que entrasse.

Estou de volta.

Nocasbow*.*

Smoking Heart | L.H.Onde histórias criam vida. Descubra agora