Smoking Heart | L.H.

Feelings

Bella

Luke e eu continuamos abraçados no seu relvado. É simplesmente fantástico, como uma pessoa nos faz encontrar um sentimento maior que a dor. O amor.

Mas tenho medo. Tenho medo do amor. É talvez a coisa que passamos toda a vida á espera, e quando ele chega, é tão bom, que todo o mundo á nossa volta parece um conto de fadas. E infelizmente a vida não é um conto de fadas e acabamos por estragar tudo com medo de o fazer.

Por essa razão prefiro não avançar com Luke, só para garantir que o que temos, não irá acabar por um amor temido. Não quero que as coisas mudem.

Luke passa os seus dedos por entre o meu cabelo, acariciando-me a cara. É disto que vou lutar para que não acabe.

-Bella, temos de ir.- Avisa quebrando o agradável silêncio que á pouco estava instalado.

-Porquê?

-Porque temos escola.- Responde-me carinhosamente. Adoro.

-Porquê?

Luke ri.

-Pareces um criança. A minha criança.- Diz descontraídamente.

-A tua criança?- Interrogo.

Não é que não goste que Luke me trate assim, mas estamos muito próximos, demasiado até. Apenas... tenho medo que Luke estaja a entender mal as coisas.

-Sim...- Luke hesita em continuar.- Quer dizer... tu vives aqui e...

-Deixa.- Escapo-nos de um discurso enorme e constragedor de Luke a tentar desculpar-se.

Luke levanta-se e assim o acompanho. Seguimos a direção da escola.

-Parece que vais voltar ás mangas cumpridas.- Diz Luke observando as minhas ligaduras.

Já me esquecia disso. Mas não me intressa o que os outros acham, eu orgulho-me de quem sou.

-Não.- Respondo demasiado descontraída.

-Como?- Pergunta confuso.

-Estou farta de esconder o que sou. Eu corto-me e isso é um facto e não tenho vergonha dele, se as pessoas me acharem fraca, que achem. Eu não quero saber. Já vou ficar com estas marcas no braço para o resto da vida, não quero pensar que elas são para me mostrar dos tempos em que fui fraca, mas sim para me lembrar de depois de toda a merda, eu me consegui levantar. Sozinha, ou acompanhada.

Luke olha para mim com uma cara de espanto.

O que acabei de lhe dizer, não foi só para lhe assegurar que consigo superar isto, foi dito porque realmente acredito no que disse.

-Uau!- Vejo um brilho intrigante nos seus olhos claros.- De onde é que saís-te!- Goza.

Admito, estou nervosa para ver como as coisas vão correr, estou frágil. Não tenho disposição para responder a mil perguntas do Calum e da Megan, ou para ver Sam a atirar-se discaradamente a Luke para me provocar e muito menos encarar o Michael.

Luke já me deu imensos sinais sobre o que quer, mas quando aparece a Sam, parece que todos esses sinais foram uma ilusão criada na minha mente.

Durante o caminho apenas se ouviam os nossos passos e a nossa respiração. Encaro o chão, tentando não pensar no que me espera.

Sinto uma fonte de calor perto da minha mão. Luke. Luke apróximara as costas das nossas mãos. Parece nervoso, não sei, talvez inseguro...

Não faço qualquer movimento, e quando dou por mim, Luke afasta a nossas mãos, e volta a juntá-las, desta vez palma com palma, entrelaçando os nossos dedos.