Capítulo 12

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Pov. Namjoon

Deveria ter falado meu nome. Com certeza deveria ter falado a droga do meu nome!

Essa era a frase que se repetia na minha cabeça há dois dias. No momento em que percebi que a desconhecida — que agora eu sabia que se chamava Milena — não me reconheceu, foi como se um estralo na minha mente tivesse me acordado e por impulso falei meu sobrenome. Só a ideia de ter a oportunidade de alguém me conhecer sem saber sobre meu lado midiático, já me deixava um tanto tranquilo. Deu certo com Federico e eu esperava que desse certo com Milena também.

A nossa conversa foi rápida aquele dia na livraria. Tinha quase certeza que eu a encontraria de novo andando pelas ruas, mas me enganei. O mais engraçado era que eu parecia um garotinho pequeno animado e ansioso por algo, ou melhor, alguém. Queria fazer novas amizades na viagem e eu sentia que Milena poderia me ajudar nisso. A mulher parecia ser divertida e ao mesmo tempo calma, era difícil descrevê-la.

Hoje estava convicto que a encontraria de novo. A minha sede de conversar com alguém só aumentava nos últimos dias, ao menos teria companhia para ir aos lugares. Contei a Federico sobre todo o lance do café e o encontro na livraria; ainda tive que ouvir que isso parecia mais o começo de uma história de amor. Fala sério... No fundo, sabia que isso era ciúmes por ela estar aqui e ele não. Estar com meu amigo em uma viagem era ótimo, mas nenhum de nós dois tinha tempo para marcar uma viagem juntos. Era por isso que, toda vez que penso em ir para a Itália, faço questão de ligar para ele e avisar.

Milena se tornaria esse tipo de amiga também? Esperava que sim.

Saí do hotel a tarde com certa animação. Uma animação que não sentia há dias. Já passava das cinco horas e não tinha muitos lugares aqui para visitar, além de lojas de roupas e comércios locais. Houve momentos que passei em frente a livraria na esperança de encontrar Milena novamente nas pontas dos pés, tentando pegar um livro. A minha cabeça até inclinava para checar o fundo do local, mas ela não estava lá em nenhuma das vezes. Assim, entrei sem pretensão de encontrá-la, indo direto para o balcão.

O senhor Pepe me recebeu com um grande sorriso no rosto.

— Suas vindas até aqui estão se tornando frequentes — disse o senhor de idade.

— É que estou impressionado com seu sotaque. Há quanto tempo o senhor fala coreano tão bem?

— Ah, isso é culpa da minha filha. Nina se casou com um bom homem na Coreia e passei a estudar a língua para conseguir entendê-lo melhor. Sempre desejei um genro companheiro e de família.

Sorri com sua explicação.

Quem o vê fora daqui, não pensa que Pepe é dono de uma pequena livraria de bairro. Parece ser uma pessoa mal humorada e arrogante, mas na realidade ele é totalmente o contrário disso. Talvez fofo e companheiro sejam as palavras certas.

— Ela não veio aqui esses dias — exclamou, mexendo em alguns papéis embaixo do balcão. Olhei para meu novo amigo, confuso. — A garota que você ajudou dias atrás... Ela não passou por aqui.

Esqueci de dizer que ele é bem sincero.

— Ah... — Passei a mão na nuca, envergonhado. — Acho que estou só curioso para vê-la de novo. Nada demais.

— Curioso para vê-la? — Repetiu a fala. — É assim que vocês chamam isso hoje em dia?

Senti meu rosto esquentar com a pergunta. Por que eu estava envergonhado? Se controla, Kim Namjoon!

Com Amor, K.Onde histórias criam vida. Descubra agora