Nada dura para sempre.

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Para o seu espanto, quando voltou à suíte, Marília já esperava tomando uma taça de vinho.

- Oi. - ela disse radiante.

- Oi. - ela respondeu também sorrindo - Já esta pronta?

- Não. - ela fez uma careta - Acabei me esquecendo da hora. - admitiu - Em 20 minutos estarei pronta. Espera?

- Claro.

- Lila, onde vamos jantar?

-Em um restaurante chinês. - disse dando de ombros - Já comeu comida chinesa?

- Não. - ela admitiu - Vou me arrumar, espere aqui.

Diante do pedido Marília não ousou em oferecer companhia durante o banho, nem a apressou quando ao invés de 20 minutos, quase 40 haviam se passado.

- Vamos. - ela disse aparecendo na porta - Desculpe a demora.

- Não tem problema. Valeu a pena esperar. - ela disse em tom sedutor.

Maraisa sabia ao que ela se referia. Estava usando as mesmas sandálias e saia com que fizera a viagem, porém agora, uma blusa azul com o decote em formato arredondado complementava o figurino, deixando-o devidamente elegante e apresentável.

- Então vamos? - perguntou ruborizando.

- Sim. - ela disse lhe oferecendo o braço.

Maraisa sentiu-se estupidamente nervosa, porém aceitou o braço que lhe foi oferecido com um doce sorriso nos lábios.

O percurso até o carro foi em total silêncio. Marília arrancou e a paisagem começou a correr pela janela.

- Como foi seu dia? - Maraisa perguntou, curiosa.

- Nada demais. Burocracia, e mais burocracia. Mas o negócio já esta fechado. Amanhã pela tarde iremos nos reunir pela última vez e assinaremos a papelada.

- Poxa, foi rápido então. - ela disse controlando a lamentação em sua voz.

- É eu pensei que demoraríamos mais dias. Porém os franceses foram bastante flexíveis.

Maraisa continuou em silêncio olhando para a janela. Deus, porque não estava feliz? Ela iria voltar para o lugar onde agora ela chamava de casa, veria Maiara, voltaria a se ocupar do pequeno jardim. Voltaria tudo ao normal. Porque diabos não estava sorrindo, e transbordando de felicidade?

Ela engoliu seco admitindo a resposta e confidenciando a si mesma. Ela não queria que tudo voltasse ao normal. Definitivamente não.

Ela queria continuar vivendo aquele sonho, naquela fantasia de que teria Marília em sua cama todas as noites, como na noite passada e que como de manhã, acordaria sendo abraçada... por ela. Ela não queria voltar a sua vida normal, onde tinha que dividir Marília com as possíveis amantes.

- Nós vamos voltar amanhã então?

- Talvez. - Marília disse indiferente prestando atenção no semáforo.

- Você está feliz? - ela perguntou de repente a fazendo encará-la.

- Sim. - disse divertida - Você não está?

Não. - ela teve vontade de dizer, mas ao contrário disso ela mordeu a língua e apenas sorriu.

Ela não estava nada satisfeita com essa história... e se sentia tão culpada... Marília tinha acabado de fechar um negócio importante para a empresa, e estava radiante graças a isso, era esperado que no mínimo ela estivesse feliz pela esposa.

Ora, mas que besteira! É claro que ela não devia se sentir culpada.

Marília era a culpada.

Exatamente! Ela tinha lhe dado uma prova do paraíso. Que culpa tinha de ter gostado e não querer mais sair dele?
Sim, estava decidido. Era tudo culpa da loira.

Amor Por Contrato.Onde histórias criam vida. Descubra agora