Ainda é o ponto de vista da Maraisa.
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Nunca fui uma pessoa ruim, digo, não sou uma pessoa ruim. Posso ter feito coisas ruins, mas tudo com o propósito de proteger minha família.
Quando alguém que você ama está em perigo, você acaba metendo os pés pelas mãos em algum momento. Não é por mal, apenas acontece e assim aconteceu comigo.
Minha mãe estava com câncer, meu emprego na lanchonete não pagaria o tratamento. Marco e Maiara estavam trabalhando mas mesmo assim, nossos salários juntos não pagariam, e ela não poderia esperar que alguma alma nobre caísse do céu e pagasse tudo.
Precisei ir atrás de coisas que eu sabia, no fundo eu sabia que me trariam problemas. Mas quem me impediria, não é? Eu sou uma Henrique Pereira.
Comecei a vender drogas, sim. Virei uma traficante, coisa que nem de longe me orgulho. Ninguém sabia, nem mesmo Maiara. Ela nunca me deixaria fazer tal coisa. Por isso não contei, de início. Mas depois que eu apareci com bastante grana, tive que abrir o jogo com ela e com Marco. Ele pensou em contar para nossos pais, mas logo depois resolveu que ia me ajudar. O que foi uma péssima ideia, Maiara fingiu que não estava vendo e eu agradeço por ela não ter se metido como Marco.
Às vezes preferia que Marco ainda fosse o menino gordinho correndo atrás da bola no parque, pelo menos aquele Marco não metia tanto os pés pelas mãos.
Ele também não é uma pessoa ruim, não mesmo. Mas perde a cabeça fácil, por qualquer motivo. O que é um problema.
Conseguimos juntar grana o bastante para o tratamento, e para pagar minha faculdade. Eu tinha várias opções, mas escolhi a que me colocaria rápido no mercado de trabalho, para eu poder nos tirar dessa vida suja.
Nem eu acreditava nas pessoas que me procuravam atrás de ficarem entorpecidos e esquecer a merda de vida fútil que levavam.
Eram jovens de classe média alta, filhos dos médicos e advogados famosos de Seattle. Me pagavam de 200 dólares pra cima como se chovesse dinheiro na conta deles.
Marco já se metia com os barra pesada e foi aí que nosso pesadelo começou.
Flashback
Seattle 2013
Eu tinha acabado a faculdade faziam dois meses. Meus currículos haviam sido devidamente enviados para os melhores escritórios da cidade e eu esperava conseguir algo rápido, o mais rápido possível.
- Você é um merdinha, Dawson! - o homem prendia Marco contra a parede pelo pescoço.
- Um merdinha! Vai aprender a não mexer com a mulher dos outros!O 'Dawson' era tipo um nome de 'guerra', para que ninguém pudesse ligar o nome as pessoas. Éramos conhecidos como os Dawson's.
- Oh, por Deus! Se você se garantisse ela não teria me dado mole. Quem é o merdinha aqui?- o homem ficou mais furioso ainda e começou a socar a cara de Marco.
Ele não era do tipo que apanhava quieto, então revidou. Revidou e em um piscar de olhos o cara estava lá desacordado no chão.
- Preciso de ajuda!
Recebi a mensagem e saí correndo, não era a primeira vez que ele aprontava e não seria a última.
- Que merda você fez Marco? Que merda você fez?- eu falei o empurrando também contra a parede, não conseguia acreditar no que estava vendo.
Chequei o cara para ver se estava vivo e para alívio meu e de Marco, ele ainda tinha pulso.
- Vou ligar pro 911!
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Amor Por Contrato.
Fiksi PenggemarQuando Carla Maraisa enviou seu curriculo para o Mendonça Office, foi somente para deixar de ouvir Maiara lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal da president da empresa. Assim...