Marry me, Maiara?

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Especialmente naquela manhã, Maraisa e Maiara haviam combinado de almoçarem juntas, mas Marília e Mioto trataram de se juntar a elas.

- Eles chegaram. - Marília gritou indo atender a porta, enquanto ela respondia um "já vou".

- Olá Marília. - eles falaram juntos quando a porta se abriu.

- Olá Gustavo... Maiara.

A ruiva lhe lançou um olhar desconfiado e entrou na casa, indo direto para a cozinha.

- Maiara.- Maraisa disse secando as mãos. - Como está?

- Bem. - ela disse olhando para ver se o namorado continuava na sala - Você disse alguma coisa pra Marília? - ela perguntou logo de cara.

- Por quê? - Maraisa ficou na defensiva.

- Ela me olhou de um jeito esquisito. - ela deu de ombros e logo sorriu - Vou contar pra ele hoje.

- Sério? - a ruiva assentiu - Está preparada pra ouvir ele dizendo que você não pode tomar essa decisão sozinha e o resto você já sabe né? - ela disse abraçando a amiga.

- Sim, eu sei.- revirou os olhos.

- Mas, espero que ele entenda. - Maraisa tentou tranquilizá-la.

- E você? - ela quis saber enquanto Maraisa pegava uma garrafa de tequila.

- Eu o que?

- Como andam as coisas na cama da Lila? - Marília disse imitando a voz da Maraisa.

- Estão ótimas! - Marisa disse piscando um olho e arrancando risadas da ruiva.

- Não brigaram mais?

- Não. Estamos bem. Muito bem - ela disse satisfeita.

Definitivamente estava apaixonada - Maiara pensou. Ah, ela perceberia a milhares de quilômetros de distância.

- Isso é ótimo. - disse parecendo realmente feliz.

- Já estamos quase completando os seis meses...

- Parece que foi ontem.- Maiara disse. - Andou falando com seus pais? E seu irmão?

- Sim. Estão como sempre. Aliás, Marco quer vir aqui, e eu não quero dizer não para ele. Mas ainda não me sinto pronta para contar tudo assim.

- Maraisa, já está na hora. Poxa, vocês sempre foram melhores amigos. Ele se sentirá traído. - ela disse bebendo um gole de tequila.

- Você não pode beber isso, não importa qual vai ser o futuro dessa sua gravidez, ok?- Maraisa pegou o copo.

- Você só quer mais bebida pra você! - ela disse fingindo cara de brava.

- Eu quero contar pra ele sabe. Para meus pais também. Mas ainda tenho coisas para resolver.... Você sabe. - ela disse bebendo tudo o que tinha no copo. - Mas eu não sei como vou aceitar o dinheiro dela, Maiara. Como? Isso não é mais um negócio pra mim.

- Ok, eu sei. Mas pense que você precisa desse dinheiro. Pense como se fosse um empréstimo, vocês são casadas, tudo o que é seu é dela e vice-versa. Não é assim que funciona?

-Não sei. Não quero estragar o dia pensando nisso.

Mioto entrou na cozinha interrompendo a conversa das duas.

- Posso ajudar as senhoras em alguma coisa? - ele disse.

- Sim. - Maiara disse jogando o cabelo para o lado - Sumir daqui.

- Adoro a sua sutilidade, meu bem. - ele disse lhe dando um beijo na bochecha. - fazendo as duas rirem alto.

- Onde fui me meter? - elas sorriram

Maiara sabia que provavelmente aquela alegria toda acabaria. Tinha vontade de virar a garrafa de tequila e dizer para Mioto que não iria ter o bebê. Ela tinha decidido não contar, mas não queria guardar segredos.

Maraisa foi ao banheiro e Maiara continuou ali, esperando a coragem tomar conta de seu corpo.

- Hey, você está bem?- Marília disse colocando a mão no ombro da ruiva.

- Sim, estou.- ela disse sorrindo.

- Você sabe, não somos próximas. Mas queria te dizer uma coisa. - ela esperou Maiara assentir e continuou - Eu amo a Maraisa e eu iria até o fim do mundo para protegê-la.

- Isso é lindo, Marília, mas qual é o ponto dessa conversa? - ela disse parecendo curiosa.

- O ponto é que, toda a vida dela é um mistério para mim, Maiara. Tenho medo, apenas isso.

- Então confie em mim, e não tenha medo! - ela disse pegando a mão de Marília. - Não tem motivos para isso. - disse levantando da cadeira, mas logo sentou de novo.

- Maiara? Maiara? Maraisa! Alguém me ajuda! - Marília gritava da cozinha. Mioto e Maraisa entraram correndo.

- O que....Meu Deus!- Maraisa arregalou os olhos.

Maiara estava desmaiada e tinha bastante sangue em volta dela. Maraisa e Marília trocaram olhares de como quem já soubesse o que estava acontecendo. Ela estava perdendo o bebê.

Mioto a colocou no carro e acelerou direto para o hospital. Marília e Maraisa os seguiram. Em poucos minutos todos estavam na emergência a espera de notícias.

- Quando ela ia me contar? Marília você sabia?- ele perguntava visivelmente preocupado.

- Desculpe. Eu sabia. Me desculpe.- Marília falou, realmente se sentia culpada, mas não podia falar nada, havia prometido isso a Maraisa.

Ela vai ficar bem, eu sei que vai. Ela vai ficar bem. Vai ficar bem. Eu sei que vai.- Maraisa repetia para si mesma na esperança de ficar mais calma.

Por favor. Fique bem. Por favor.

- Amor, vem aqui.- Marília a puxou para um abraço.- Ela vai ficar bem, você conhece Maiara.- disse dando um beijo na testa dela.

Maraisa estava com medo e de repente a sensação de vazio tomou conta do coração dela. Yas fazia falta. As vezes ela se pegava pensando em como a garotinha seria hoje. Loira? Morena? Cabelo curto, ou comprido? Gostaria de meninas ou meninos? Será que ela teria sobrinhos? Ela ficava muito brava por Yas não ter vivido nada disso. Ela não queria perder mais ninguém.

A médica que estava cuidando do caso de Maiara apareceu para dar notícias. Havia realmente perdido o bebê, mas ela estava fora de perigo agora.

Mioto entrou no quarto, ela ainda estava meio grogue, recém acordando.

- Como se sente?- ele falou pegando a mão dela. - Você me assustou.

Ele tinha os olhos cheios de lágrimas, realmente amava aquela mulher e não queria perdê-la. Ele sabia que Maiara queria a criança...

- Me desculpe. Eu...- ele a interrompeu - Não diga nada, Maiara. Está tudo bem. Inclusive eu e você. Só quero que case comigo! Disso eu não pretendo abrir mão. Casa comigo, Maiara?

Maiara se surpreendeu, não esperava que ele soubesse, muito menos que fosse entender. Ela o amava mas estava preparada para ter que deixá-lo, para que ele pudesse ter o que ela não daria a ele. Saber que Mioto queria o mesmo que ela, foi incrível.

- Eu caso com você. Acho que não será uma sacrifício.- ela sorriu. - Eu aceito!

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