- Maraisa? - Marília gritou largando a bolsa no sofá.
- Aqui no jardim! - ela respondeu com outro grito.
Marília caminhou até lá e a encontrou sentada na terra, rodeada por plantas que ela mal sabia identificar, em meio ao pequeno jardim, que crescia um pouquinho mais todo o dia.
Elas, as flores, já não lhe causavam dor... não lhe lembravam a morte nem o sofrimento. Tudo graças a Maraisa. E as mesmas flores que durante tanto tempo lhe transmitiam tristeza, agora lembravam ela. Sua Maraisa. Ela sorriu.
- Lila! - ela gritou mostrando que já estava chamando há algum tempo.
- Hmm?
- Perguntei se você está bem.
- Estou. - ela respondeu confiante.
- Ótimo, então porque não tira esse sorriso idiota do rosto e vem me dar um beijinho?
O sorriso dela aumentou. Deu alguns passos terminando com a distância que havia entre elas, se abaixou e colou os lábios nos dela como uma leve carícia.
- Você é muito má. - ela disse quando afastou um pouquinho os lábios
- Sou é? - ela disse com os olhos brilhando de divertimento
- Sim. - Marília sussurrou prendendo o lábio inferior dela entre seus dentes e o puxando.
Ela sorriu mais e então acariciou a bochecha da esposa.
Marília soube que tinha alguma coisa errada no exato momento em que sentiu a mão dela encostando na sua bochecha. Sentiu algo gelado e então arriscou um rápido olhar para as mãos dela.
- Você me sujou com areia?
- Não. - ela disse sem tirar o brilho de divertimento dos olhos - Isso não é areia.
- Então o que é isso? - ela disse sorrindo de forma ameaçadora
- Um tipo de fertilizante.
- Um tipo de fertilizante? - Marília repetiu juntando as sobrancelhas
- Isso.
- Você colocou esterco em mim? - ela perguntou com a voz ameaçadora o bastante, enquanto ela apenas riu.
- Sim. De vegetais apodrecidos.
- Eu vou contar até dez Maraisa... Um... Dois....
Com um pequeno grito ela saiu correndo para dentro da casa. Quando Marília finalmente gritou o "dez", levantou como uma predadora. Aquele jogo havia se tornado um passatempo para elas durante os quatro dias que haviam se passado.
E agora o caçador ia em busca da caça, a qual ela podia jurar que estava escondida dentro do quarto, debaixo da cama.
Maraisa gritou em meio às gargalhadas enquanto Marília a jogava sobre a cama e lhe fazia cócegas.
- Chega! - ela gritava enquanto ria - Para!
Marília, que também ria, afastou-se um pouco dela e foi pega de surpresa quando a morena esticou as mãos e começou a fazer cócegas nela.
- Hey! - ela disse em forma de repreensão e lhe agarrou os pulsos, pressionando-os logo em seguida no colchão acima da cabeça dela. Elas ainda sorriam quando o olhar de ambas se encontrou.
- Má, você é má. - ela brincou.
Ambas riram.
- Como você sabia que eu estava debaixo da cama? - o sorriso de Marília alargou
- Intuição. - ela respondeu - Suspeitava desde o começo que você estava debaixo da cama.
Ela lhe deu um tapa no braço e fingiu indignação.
- Isso foi injusto. - ela protestou - Você sabia aonde eu iria me esconder antes de eu ter me escondido.
Marília revidou com um beijo estalado na ponta do nariz
- Da próxima vez encontre um lugar melhor pra se esconder. - provocou.
Ela riu e a empurrou com força com as pernas para longe. Marília cambaleou e retrocedeu alguns passos quase caindo, mas foi o suficiente para que ela levantasse da cama com um pulo e fosse em direção à porta do banheiro.
- Vou tomar banho. - anunciou - Toda essa correria com você além de exausta me deixou.. suada demais. - ela disse enrugando o nariz de maneira engraçada.
Marília sorriu maliciosa e logo tratou de também anunciar
- Claro.. Me sinto igualmente assim, vou te acompanhar no banho.
Maraisa mostrou a língua e lhe disse animada
- Negativo. Eu quero realmente tomar banho, por isso se quiser tomar banho também procure outro banheiro da casa.
Ela arregalou os olhos e abriu a boca como se estivesse bastante ofendida
- Hey, você está no banheiro do meu quarto.
Ela riu e lhe respondeu já dentro do banheiro
- Foi você que insistiu para que eu dormisse aqui querida, então o quarto também é meu. - um sorriso brincava em seus lábios e a porta bateu-se com força.
Marília pode ouvir quando ela deu duas voltas com a chave na fechadura.
- Você é terrivelmente má! - ela gritou divertida enquanto dizia a si mesma que na primeira oportunidade, iria se livrar daquela maldita chave.
Assim que Maraisa ligou o chuveiro, ela pode ouvir o barulho da água e logo também o murmuro dela que cantarolava alguma melodia que Marília particularmente desconhecia.
Maraisa ficou no banheiro apenas alguns minutos, mas para Marília, mais pareceram horas.
Quando ouviu o barulho da chave, anunciando que finalmente estava sendo destrancada, ela olhou em direção a porta esperando ver aquela visão gloriosa de sua esposa vestindo apenas a camisola que era quase transparente, tornando-a ainda mais sexy e provocante.
Mas ao contrário disso quando a porta se abriu, o que viu foi uma Maraisa enrolada em um roupão de algodão. Ela abriu um pequeno sorriso ao vê-la com os cabelos molhados esperando-a deitada na cama.
- Na cama tão cedo querida? - ela sorriu.
- Estou exausta! Será que posso ganhar uma massagem da minha incrível esposa? - ela disse com uma carinha que foi impossível negar.
Maraisa se posicionou em cima da esposa e começou a massageá-la. Recebeu gemidos de satisfação em troca.
- Eu poderia ficar assim pro resto da vida.- ela disse fechando os olhos.
Maraisa beijou as costas dela e em seguida deitou-se ali.
- Eu poderia ficar pro resto da vida sentindo seu cheiro.- ela disse afundando o rosto nos cabelos da loira.
- Você poderia ficar o resto da vida comigo?
Nenhuma das duas disse nada dali em diante. Mas foi um silêncio bom, confortável. Maraisa se sentia em casa. Marília também.
Horas depois Maraisa acordou assustada, havia pego no sono ali mesmo, nas costas de Marília.
- Que horas são?
- Ainda é cedo. Volte a dormir.- Maraisa disse ajeitando as cobertas e apagando as luzes.
- Fica aqui. Não vá embora.- a loira disse passando a mão do lado da cama onde Maraisa deitava.
- Eu não vou embora.- ela disse deitando e se aconchehando nos braços de Marília.
Ela sentia uma paz imensa. Não queria que aquele sentimento fosse substituído por nada além de outros sentimentos bons.
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Amor Por Contrato.
Fiksi PenggemarQuando Carla Maraisa enviou seu curriculo para o Mendonça Office, foi somente para deixar de ouvir Maiara lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal da president da empresa. Assim...