Jantar.

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Ao que parece, Marília ia muito aquele lugar.

Tanto que o recepcionista lhe cumprimentou pelo nome, e ficou surpreso ao ver ela apresentar Maraisa como esposa. Iria ela com as tais... mulheres das revistas?

Bom, disso Maraisa não sabia, mas também não gostaria de saber. Não tinha que saber.

O garçom, muito gentil, as encaminhou a sua melhor mesa livre, e anotou os pedidos.

Depois de alguns longos minutos em silencio após terem ficado a sós Marília falou:

- Se eu fosse uma esposa ciumenta, teria que brigar com o garçom.

- Porque? - Ela perguntou assustada. - Ele foi tão gentil.

- Claro. - Marília ironizou. - Qualquer homem seria gentil se estivesse flertando com uma mulher.

Maraisa não conseguiu não rir.

- Ora, não diga besteiras ele é apenas um homem gentil. - Ela disse rindo.

- Eu sei do que estou falando, Maraisa. - Disse séria. - Você ainda é muito... pura para entender dessas coisas. - Disse gaguejando.

Maraisa suspirou.

- Quando você diz pura, você quer dizer uma menina incrivelmente estúpida que veio do meio do mato ou uma menina virgem?

- Eu não disse isso. - Se defendeu.

- Oh, então é apenas uma desculpa para saber se sou virgem ou não? - Ela disse apoiando o queixo na mão.

- A-ah... O que? - Marília disse com os olhos arregalados.

Carla riu do susto dela e Marília não pode deixar de sorrir.

- Você é maluquinha. - Brincou.

Antes que a conversa pudesse continuar o garçom já estava de volta com os pratos de Cannelloni e Baccalà alla Vicentina, além do vinho branco que Mendonça havia pedido.

Nunca na vida Maraisa tinha experimentado comida italiana, e agradeceu mentalmente por não ser aqueles "caramujos" dos filmes, que quando as pessoas vão pegar saem voando e sempre param na prato de alguém.

Também se lembrou que nunca tinha tomado vinho branco. Pelo menos não um que custasse 800 dólares a garrafa.

- Espero que esteja livre na sexta à noite. - Marília disse tirando-a de seus pensamentos.

- Porque? O que tem sexta a noite?

- Uma festa beneficente.

- Ah... - Ela disse já pensando em qual roupa iria usar.

Não tinha roupa. Oh meu Deus não tinha roupa! Estava perdida. Talvez fosse bom ouvir os conselhos de Maiara sobre comprar roupas e sapatos.

- O que foi? - Marília perguntou ao ver que ela não comia.

- Acho que não tenho roupa para usar. - Ela admitiu. - Vou ter que sair para comprar e... - Ela se interrompeu. - Que tipo de roupa eu tenho que comprar? Ai-caramba-ai-caramba! - Ela repetiu ficando preocupada.

Foi a vez de Marília rir.

- Deixe. Eu cuido disso.

- Como assim?

- Eu cuido disso, não se preocupe. Vamos comer? Já experimentou seu Baccalà alla Vicentina ? - Ela perguntou mudando completamente de assunto.

- Sei o que? - Ela perguntou ainda sorrindo.

- Que entre a gente não vai rolar. - Ela disse seria. - Esse casamento é de mentira. Você e eu estamos casadas por conveniência e ponto.

- Tudo bem. - Ela disse ainda sorrindo.

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