O começo de tudo.

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- Eu sei, eu sei Maiara! - Maraisa disse com o celular apoiado no ouvido e no ombro - Mas eu não estou atrasada! mentiu.

- É claro que está! - Maiara gritou do outro lado da linha - Eu te conheço, Maraisa.

E conhecia mesmo. Os amigos as chamavam de twisted sisters. Irmãs de alma e irmãs gêmeas. Maraisa com os cabelos escuros e completamente lisos, e Maiara com cabelos ruivos e levemente ondulados.

- Vou desligar, tenho que estacionar.

Mal tinha terminado de falar e já tinha jogado o celular no banco do passageiro;

- Ai caramba, ai caramba, uma vaga, uma vaga... - ela dizia enquanto corria os olhos apressadamente pelo estacionamento lotado. - Aha! - disse sorrindo quando finalmente avistou uma vaga, ao longe.

A sua esquerda um carro esportivo vermelho, parecia também procurar uma vaga.

- Ah não! - ela disse acelerando o seu carro. Pisou fundo no acelerador e observou o ponteiro do velocímetro subir.

- Toma essa, idiota. - disse olhando pelo retrovisor.

Como resposta, o esportivo acelerou. E logo já estava colado em sua traseira.

- Caia fora, caia fora... - ela repetiu.

O motorista do carro acelerou e lhe cortou bruscamente à frente, obrigando-a a frear.

Virando as rodas do carro, ele estacionou perfeitamente na vaga, deixando Carla Maraisa furiosa. Em um pulo ela abriu a porta do carro e gritou:

- Essa vaga era minha, idiota. - disse gritando.

Calmamente a porta do esportivo se abriu e dele desceu uma bela mulher com um vestido preto colado ao corpo e uma pasta na mão.

- Não vi seu nome escrito nela. - ela disse com um sorriso debochado.

- Ora sua... - Carla praguejou - você não tem educação? Sua... sua... argh! - ela disse batendo o pé no chão e bufando. Um costume que tinha quando estava furiosa.

- Procure outra vaga! Fim de papo. - a mulher disse trancando o carro.

- Minha vontade é de te atropelar, idiota, fim de papo. - ela ameaçou sentando novamente em frente ao volante e fechando a porta. - Maravilha, estou atrasada! - ela disse arrancando com o carro em busca de outra vaga.

Quando finalmente achou uma e estacionou desceu do carro as presas, se equilibrando no salto alto que usava.

Entrou pelo grande e luxuoso hall da empresa mexendo na bolsa.

"Onde foi que eu coloquei aquele papel!" - ela dizia em pensamento - "Droga, droga, droga!"

A porta do elevador se abriu e ela apressou o passo para alcançá-lo a tempo.

- Oh achei! - ela disse sorrindo ao pegar o papel onde havia anotado o andar.

A música lenta e casual do elevador lhe inundou os ouvidos.

- Olha só o meu cabelo... - ela disse olhando seu reflexo no metal - Que coisa lamentável.

- Você sempre fala sozinha ou estou presenciando um momento especial?

Ela levantou os olhos e viu a mesma mulher do estacionamento... atrás de si.

- Não te interessa. - ela disse virando e apertando o número do seu andar.

- Quanta educação. - ela disse ainda com aquele maldito sorriso irônico - Você achou uma vaga afinal? Nesta estava escrito o seu nome?

A ironia pingava de cada palavra dela.

Amor Por Contrato.Onde histórias criam vida. Descubra agora