Você é fiel, Marília?

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O sol já iluminava o quarto quando Maraisa abriu os olhos, com dificuldade.

Ela se sentia maravilhosamente bem... confortável. Uma respiração em sua nuca a fez virar a cabeça rapidamente. Ela sorriu satisfeita. Era mesmo tudo verdade, ela concluiu feliz.

Olhou para os dois corpos nus, escondidos apenas por um lençol delicado de seda.

Marília estava confortavelmente abraçada a ela de "conchinha" enquanto uma das mãos pousava possessivamente sobre um seio dela e a outra descansava em sua coxa.

Ela corou bancando a idiota quanto se pegou olhando para a esposa e lembrando de tudo que tinham feito na noite passada.

Olhou ao redor e viu um roupão ainda jogado ao chão, e consciente de sua nudez, ela livrou-se dos braços de Marília tentando se mexer o menos possível. Ficou de pé e com passos silenciosos abaixou-se e pegou o roupão colocando-o com pressa exagerada.

- O que está fazendo? - Marília agora perguntou de olhos abertos. - Ou melhor, porque está fazendo isso? - ela se corrigiu.

Ela perguntou-se há quanto tempo Marília estava acordada, fingindo que dormia.

- Não sei. - ela admitiu confusa corando ainda mais.

Devia estar em seu pior estado. - pensou consigo mesma - havia dormido sem tirar a maquiagem e somando o acontecimento da noite anterior com mais o sua aparência ao acordar... Devia estar mesmo horrível.

O sorriso que nasceu nos lábios desejáveis de Marília era quase zombeteiro.

- Pura perda de tempo.

- O que? - ela perguntou alisando o cabelo como se quisesse ajeitá-lo.

- Você ter se vestido. - ela disse ainda com o mesmo sorriso. - Foi pura perda de tempo.

- Por quê? - ela disse quase ofendida.

Indiferente com o fato de estar nua ou não, Marília levantou da cama e com dois passos terminou com a distância que havia entre elas, com a voz recheada de malícia ela sussurrou em seu ouvido.

- Porque você já vai tirar ele novamente. - disse tratando-se do roupão.

Maraisa teve certeza que o nó que se havia se formado em sua garganta, era culpa do seu coração tentando fugir pela boca, sem sucesso.

- Sinto por não poder passar o dia todo com você na cama.

- E porque você não fica? - ela sorriu.

- Eu adoraria acredite. - Marília parecia sincera. - Mas tenho uma reunião.

- Que pena então. - ela disse sem deixar de sorrir também.

-- Você ficará bem? - A preocupação desnecessária a emocionou.

- Sim. - garantiu.

Afinal, sabia que a esposa tinha negócios importantes. Os franceses não podiam esperar... nem Mafe. Maldita Mafe.

Oh, porque o nome dela não parava de girar em sua mente? Ficou séria de repente.

- Aceita tomar banho comigo? - Marília a convidou com bastante entusiasmo.

- Acho melhor não. - disse tentando esconder o tom de magoa da voz. Inútil.

- O que houve? Porque não quer tomar banho comigo?

- Nada demais. - ela disse dando de ombros.

O olhar dela a estudou por um momento, parecendo querer enxergar sua alma.

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