Decisão difícil (ou não).

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A manhã seguinte mal tinha começado quando Maraisa informou pelo telefone que Henrique queria vê-la na sala de reuniões.

Marília suspirou cansada e de mal humor. Sua cabeça estava explodindo e ela não tinha conseguido dormir direito à noite.

- Tudo bem, já estou indo. - Disse calma.

O clima com Maraisa não estava dos melhores. Desde a conversa na manhã anterior. Ela parecia fria demais.

- Marília? - Disse com voz baixa.

- Sim, Maraisa.

- Não quero assustá-la, mas tem um boato correndo pelos corredores que os acionistas também estão na sala de reuniões.

Mendonça suspirou pesadamente.

- Tudo bem, preste atenção, assim que eu entrar, você espera cinco minutos e arranja uma desculpa para me tirar de lá, combinado?

- Tudo bem. - Carla concordou.

- Ótimo. - Marília disse antes de desligar, levantar e sair.

O que eles queriam? Teriam sido influenciados por Gentilli? Oh se fosse estaria perdida. Saiu do escritório e notou que Carla lhe lançou um sorriso encorajador.

Ela retribuiu, mesmo sem saber direito o por que. Só sabia que no momento a expressão havia sido extintiva.

Ao abrir a porta da sala de reuniões constatou que Maraisa estava certa. Todos os acionistas estavam reunidos em volta da mesa, e Henrique estava em pé parecendo querer lhe arrancar os órgãos.

- Senhores. - Marília disse forçando um sorriso gentil. - Não sabia que haveria uma reunião hoje.

- E não haveria. - Um dos acionistas disse ficando de pé. - Até que eu e meus colegas, - Ele disse sinalizando todos ao seu redor. - Ficarmos sabendo que Danilo Gentilli saiu da empresa. E pior, com o nariz quebrado.

- Logo Gentilli, que esta aqui há anos e a mais tempo do que todos nós. - Outro protestou.

- E...? - Marília perguntou colocando as mãos no bolso.

- E que nós já engolimos muito. - O homem gritou. - Primeiro, seu pai deixa a presidência para você uma mulher completamente irresponsável, que parece ter o prazer de estampar suas aventuras nas capas de revistas toda semana, e agora Danilo sai da empresa. Talvez ele tenha razão, você não tem pulso nem maturidade para tudo isso.

- Em primeiro lugar, - Marília começou calma. - Nada disso interfere em coisa alguma aqui dentro desta empresa. Digam-me quando foi que eu fiz vocês perderem dinheiro? A empresa está no azul e é isso que conta.

- Por enquanto. - um gorducho protestou. - Mas e quando ela estiver no vermelho? Ou você acha que outras empresas queiram fazer negócios com o alguém que tem fama de imatura e irresponsável?

Um coro de vozes concordou em um longe "É". Marília suspirou, enquanto Henrique lhe lançava um olhar de "eu te avisei".

Podia quase ouvir o que ele queria dizer com aquele olhar. "Case-se!". Era isso que ele queria dizer com aquele olhar assustador.

- O que estão querendo dizer exatamente? - Perguntou já sem paciência.

- O que estamos querendo dizer, é que se você tem que tomar juízo, criar responsabilidade. Amadurecer menina.

- Para isso eu preciso fazer o que? Casar? - Perguntou irônica.

- É uma boa ideia. - O gorducho concordou. - Eu mesmo amadureci muito com o casamento. Antes eu era assim como você, um Dom Juan, depois que casei tive que ser fiel e passar a ter compromisso para colocar comida para dentro de casa e veja onde eu estou hoje. - Ele disse se vangloriando.

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