Desculpa.

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Marília estava realmente preocupada. Havia no mínimo vinte ligações para o número de Maraisa mas ela não atendia. Ela não dava nem sinal de vida. Onde diabos havia se metido?

Subiu as escadas em busca de algo que pudesse a fazer relaxar. Nada. Os pensamentos foram tomados por Maraisa. Discou mais uma vez. Não obteve respostas. Jogou o celular na parede com fúria o fazendo quebrar.

- Porra! Porra! Porra! - ela gritou dando vários socos no colchão. Juntou o que havia sobrado do celular e o jogou no lixo.

Pelo menos não foi o do trabalho. Ela pensou. Desceu as escadas e ligou para Maiara, do telefone de casa. Maraisa não estava lá. Não estava em lugar nenhum, porque ela tinha de ser assim? Marília estava brava demais.

Pegou as chaves do carro e saiu. Nem ela sabia para onde, mas não estava suportando ficar naquela casa e não saber onde a esposa havia se metido. Esposa. Ah, pareciam mais estranhas do que outra coisa agora.

Parou o carro bruscamente encostando a cabeça na direção e permitindo que as lágrimas lhe queimassem o rosto.

- Idiota. Que grande idiota! - ela repetia se referindo a si mesma.

Quando percebeu que estava agindo feito louca, deu meia volta para casa. Estacionou o carro na garagem e ficou sentada lá por um tempo. Ela não sabia exatamente o que tinha acontecido, só sabia que estava exausta de tudo aquilo.

Saiu do carro e bateu a porta com força.

- Ótimo, Marília. Destrói tudo. Você ama fazer isso. - ela riu, devia estar ficando louca mesmo.

Entrou na sala e deu de cara com Maraisa. Pode sentir seu coração querendo sair pela boca e um milhão de xingamentos passaram por sua cabeça.

- Onde você se meteu? O que você tem na cabeça, Maraisa? Não pode sair e sumir sem me avisar. Porra. Essa cidade é perigosa. Você é maluca? Me responde! - ela cuspiu tudo de uma vez enquanto Maraisa a olhava surpresa.

Maraisa revirou os olhos. Marília estava preocupada com ela? Se estivesse não teria ficado de melação no telefone com outra.

- Marília! Não grita comigo. Fui apenas dar uma volta. Até onde eu sei não sou sua prisioneira. Desculpa não avisar, não pretendia demorar e - Marília a interrompeu. - Se não pretendia demorou porque? Com quem você estava Maraisa? Porque não era com Maiara. - ela disse sentindo seu rosto queimando de raiva.

- Não estava com ninguém, sua louca. Ao contrário de você eu fico contente sendo de uma pessoa só... - Maraisa disse se arrependendo na mesma hora.

- Você não sabe do que está falando, Maraisa. Desde que casamos tem existido só você pra mim! Quando vai perceber isso? Quando vai parar de agir feito uma criança e parar de sair da minha cama no meio da noite? - Marília falou calmamente, ela só queria respostas.

Maraisa engoliu em seco. Não sabia que aquele fato deixava Marília tão magoada. Ela queria pular nos braços da loira e dizer a ela tudo o que sentia. Dizer a ela que a queria mais do que qualquer coisa. Queria mais do que qualquer coisa dormir e acordar com ela todos os dias.

- Foi um erro, Marília. Foi um erro termos nos envolvido. - ela dizia aquilo sentindo seu coração despedaçar.

- Tudo bem, Maraisa. Não precisa se explicar. - ela disse tentando não parecer abalada com o que tinha acabado de ouvir. Como um erro? Elas eram a coisa mais perfeita que existia! - Eu não concordo com você. Mas tudo bem. - ela disse com voz trêmula.

Maraisa sentia seu coração apertado, quando tinha se tornado tão estúpida?

- Não concorda?- ela disse se aproximando da loira.

Marília não esperou e a puxou para um beijo. Um beijo apaixonado e carregado de saudade. Como sentia saudade dos lábios da esposa!

- Isso parece errado para você, Maraisa? - ela disse dando um beijo na testa de Maraisa.
- E isso? - disse beijando as bochechas dela.
- Isso parece errado? - disse dando vários selinhos, fazendo Maraisa sorrir. - Você age como estúpida as vezes, mulher. Tenho vontade de te matar! - ela disse puxando Maraisa para o sofá para sentar em seu colo.

- Me desculpa, Lila. - ela disse segurando o rosto da loira e dando um beijinho em seu nariz. - Me desculpa. - imitou a esposa e beijou suas bochechas e sua testa. Logo em seguida enterrando a cabeça no pescoço de Marília.

- Olhe para mim. - Marília pediu e Maraisa obedeceu. Colando a testa dela na de Marília. - Eu só quero você, Carla Maraisa. -ela disse abraçando a cintura de Maraisa. - Só você, sua maluca. - elas se beijaram intensamente até que o ar faltou as impedindo de continuar. - Só você, mesmo que você me deixe sozinha no meio da noite. Mesmo que você suma e me deixe morrendo de preocupação. Eu quebrei meu celular por sua culpa, Maraisa! - ambas riram.

- E a louca sou eu? - Maraisa sorriu e deu um selinho demorado na loira.

- Eu sou louca por você.

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