Capítulo IX

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      Houve uma visita a Hogsmeade na última semana no trimestre. Dessa vez Will está a bem mais animado, agora tinha a companhia de Rô e Jay. Eles passaram da Dedosdemel para a Zonko's e foram direto para o três vassouras.

— Três cervejas amanteigadas, por favor! — Pediu Will — Então que aulas vocês estão fazendo mesmo?

— Runas Antigas e Aritmancia — Respondeu Roberta.

— Estou fazendo Adivinhação e Estudo dos Trouxas — Disse Jack.

— Então, Will, tem feito os trabalhos de História.

        Wil lotou uma exclamação ofendido.

— Você não?

— Recebi notas baixas. Sem você não sem animação.

— Wow! Obrigado! Mas olha, sobre o último trabalho vocês precisam ler 200 anos na história de Lie Jones.

— Qual capítulo para ser mais específico?

— Capítulo dezessete.

— Vira-casaca imundo e podre! — Alguém do bar gritou.

     Roberta, Jack e Will viram Hagrid, a Profª.McGonagall, o Prof. Flitwick e um outro homem conversando com Madame Rosmerta. Os três apuraram os ouvidos para escutar a conversa.

— Eu o encontrei! — rosnou Hagrid. — Devo ter sido a última pessoa que viu Black antes de ele matar toda aquela gente! Fui eu que salvei Harry da casa de Lílian e James depois que o casal morreu! Tirei o garoto das ruínas, coitadinho, com um grande corte na testa, e os pais mortos... e Sirius Black aparece, naquela moto voadora que ele costumava usar. Nunca me ocorreu o que ele estava fazendo ali. Eu não sabia que ele era o fiel do segredo de Lílian e James. Pensei que tivesse acabado de saber da notícia do ataque de Você-Sabe-Quem e vindo ver o que era possível fazer. Estava tremendo, branco. E vocês sabem o que eu fiz? EU CONSOLEI O TRAIDOR ASSASSINO! — bradou Hagrid.

— Hagrid, por favor! — pediu a Profª. Minerva. — Fale baixo!

— Como é que eu ia saber que ele não estava abalado com a morte de Lílian e James? Que estava preocupado era com Você-Sabe-Quem! Então ele disse: “Me dá o Harry, Hagrid. Sou o padrinho dele, vou cuidar dele...” Ah! Mas eu tinha recebido ordens de Dumbledore, e disse não, Dumbledore tinha me mandado levar Harry para a casa dos tios. Black discordou, mas no fim cedeu. Me disse, então, que eu podia pegar a moto dele para levar Harry. “Não vou precisar mais dela”, falou.

“Eu devia ter percebido, naquela hora, que alguma coisa não estava cheirando bem. Black adorava a moto. Por que estava dando ela para mim? Por que não ia precisar mais da moto? A questão é que a moto era muito fácil de localizar. Dumbledore sabia que ele tinha sido o fiel do segredo dos Potter. Black sabia que ia ter que se mandar àquela noite, sabia que era uma questão de horas até o Ministério sair à procura dele.

Mas e se eu tivesse entregado Harry a Black, hein? Aposto como ele teria jogado o garoto no mar no meio do caminho. O filho dos melhores amigos dele! Mas quando um bruxo se alia ao lado das trevas, não tem mais nada nem ninguém que tenha importância para ele...”

      Will sentiu vontade chorar. Ele se levantou e saiu correndo do pub. Will se sentia tão pequeno e fraco nos últimos dias, como se fosse um vidro prestes a quebrar.

      Will desceu umas escadas de pedra e se sentou no último degrau. Ele abraçou os joelhos e começou a chorar. Ele chorou sem parar, como um bebê que não receberá atenção o suficiente. Will apenas queria que todos parecem de encará-lo, que todos esquecem Sirius Black. Will queria sumir do mapa.

       Ele ouviu um latido. Will ergueu a cabeça e encarou um cão preto magro e sujo. O Black franziu a testa.

— Olhe, não estou bem, amigo. Pode aceitar?

— Will!

      O garoto virou a cabeça para cima; Jack e Roberta desciam as escadas.

— Will, eu sinto muito! — Jack se sentou ao seu lado.

— Estou bem — Mentiu.

     Rô passou o braço por cima de seu ombro e o abraçou.

— Pode chorar, Mad Person! — Então, Will desabou.

      Mas quando um bruxo se alia ao lado das trevas, não tem mais nada nem ninguém que tenha importância para ele...

      Hagrid está a certo. Will e Heather não eram importantes para Black, ele gostava apenas das Artes das Trevas. No fim, o tio de Will estava certo, Black era assassino sem vergonha nojento.

      O cão latiu e pós a cabeça na perna de William. O menino não parou de chorar até a hora de ir embora. O cão saiu correndo para algum lugar, enquanto os garotos subiam as escadas de pedra.

— Estamos aqui, Will. — Disse Jay, dando um saquinho no ombro do amigo.

— O-o-obrigado!


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O filho de Sirius Black:William S. BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora