Will era o último da fila. Na sua frente esfava Hermione e Harry; Black e Snape em seguida; Lupin, Pettigrew e Rony eram os primeiros da fila.
— Você sabe o que isso significa? — perguntou Black abruptamente a Harry enquanto faziam seu lento progresso pelo túnel. — Entregar Pettigrew?
— Você fica livre... — respondeu Harry.
— É. Mas eu também sou, não sei se alguém lhe disse, eu sou seu padrinho.
— Eu soube — disse Harry.
— Bem... os seus pais me nomearam seu tutor — disse Black formalmente. — Se alguma coisa acontecesse a eles...
Will sentiu uma dor no peito. Seu pai não podia estar falando isso...por favor, não.
— Naturalmente, eu vou compreender se você quiser ficar com seus tios — disse Black. — Mas... bem... pense nisso. Depois que o meu nome estiver limpo... se você quiser uma... uma casa diferente...
Will sentiu vontade de chorar. Ele prendeu a respiração respiração fez o maior esforço para não chorar.
— Quê, morar com você? — perguntou, batendo a cabeça, sem querer, numa pedra saliente do teto. — Deixar a casa dos Dursley?
— Claro, achei que você não ia querer — disse Black apressadamente. — Eu compreendo, só pensei que...
— Você ficou maluco? — disse Harry, com a voz quase tão rouca quanto a de Black. — Claro que quero deixar a casa dos Dursley! Você tem casa? Quando é que eu posso me mudar?
Black virou-se completamente para olhar o garoto; a cabeça de Snape raspou o teto, mas Black não pareceu se importar.
— Você quer? — perguntou ele. — Sério?
— Sério! — respondeu Harry.
Will saiu do túnel e correu para fugir do grupo, parou e encarou o castelo de Hogwarts. As primeiras lágrimas caíram; seu pai ia mesmo o deixar assim? Ia procurá-lo por Harry?
Will viu uma sombra se aproximando. Ele se virou e encarou o pai.
— Por que está chorando?
Will riu com amargura.
— O fato de você querer mais Harry do que o próprio filho não é o suficiente?
— O que? — Exclamou Sirius — Pensei que fosse óbvio que você viria comigo.
— Oi? Eu vou com você?
— Pensei que você achasse que Snape fosse esquisitamente irritado e sombrio.
Will ficou sério.
— Você! Você era o cachorro! — Ele disse, chocado — Por que foi me ver?
— Fiquei doze anos longe de você, meu filho. Perdi todos os momentos ao seu lado. Quando penso que Snape passou por eles e eu não. — Sirius engoliu em seco — Vi você comendo a varinha de Alcaçuz. — Ele deu um sorrisinho — Era...
- O favorito da minha mãe.
Sirius caminhou até Will e segurou seus ombros, fazendo Will o encarar.
— Eu te amo, Billy!
As lágrimas escorreram pelo rosto de Will.
— Billy? — Sussurou.
— Heather te chamava assim sempre.
Mais lágrimas escorreram pelo rosto de Will.
— Uma parte de mim sempre quis você livre, mas...
— Mas?
— Você fez mesmo isso com ele? — Will apontou com a cabeça para o tio.
Sirius suspirou e balançou a cabeça.
— Sim. Eu fiz.
Will fechou os punhos. Ele sentiu as lágrimas de raiva vi ndo.
— Por quê? — Rosnou baixinho.
— Billy, você não conhece Snape... — Sirius parou quando Will soltou uma gargalhada debochada.
— Ah, claro! O homem podia ter me largado em qualquer lugar mas escolheu me criar. Logo eu, filho de um inimigo. Você não entende, não é? Sabe o que meu tio disse? Que eu e minha mãe eram as pessoas mais importantes da vida dele, e você fez nós dois chorar!
— Billy...
— Não me chame assim!
— Sirius! — Harry gritou ao longe.
Will viu a silhueta de Lupin. O professor enrijecera
— Ah, não! — exclamou Hermione— Ele não tomou a poção hoje à noite. Ele está perigoso!
— Corram — sussurrou Black. — Corram. Agora. Deixe-o comigo... CORRAM!
Ouviu-se um rosnado medonho. A cabeça de Lupin começou a se alongar. O seu corpo também. Os ombros se encurvaram. Pelos brotavam visivelmente de seu rosto
e suas mãos, que se fechavam transformando-se em patas com garras. Os pelos de Bichento ficaram outra vez em pé e ele estava recuando...
Quando o lobisomem se empinou, batendo as longas mandíbulas, Sirius desapareceu do lado de Will. Transformara-se. O enorme cão semelhante a um urso saltou para a frente. E quando o lobisomem se livrou da algema que o prendia, o cão agarrou-o pelo pescoço e puxou-o para trás, afastando-o de Rony e Pettigrew. Atracaram-se, mandíbula contra mandíbula, as garras se golpeando...— HARRY! — Will gritou vendo Pettigrew se abaixar e pegar a varinha de Lupin.
— Expelliarmus! — berrou Harry, apontando a própria varinha para Pettigrew; a varinha de Lupin voou muito alto e desapareceu de vista. — Fique onde está! — gritou
Harry, correndo em frente.Tarde demais. Pettigrew se transformara.
Um uivo e um rosnado prolongado e surdo ecoaram; Harry se virou e viu o lobisomem fugindo; galopando para a floresta...
— Sirius, ele fugiu, Pettigrew se transformou — berrou Harry.
Black sangrava; havia cortes profundos em seu focinho e nas costas, mas ao ouvir as palavras de Harry ele tornou a se levantar depressa e, num instante, o ruído de suas patas foi morrendo até cessar ao longe.
Will fechou os punhos. Ele olhou para Harry, Rony e Hermione e, então correu atrás do pai.
Will ouviu um latido, um ganido. Ele correu mais rápido, os latidos pararam. Sirius se transformara outra vez em homem. Estava caído de quatro, com as mãos na cabeça.
— Nããão — gemia —, nãããão... por favor...
Então Will os viu. Dementadores, no mínimo uns cem deles, deslizando em torno do lago num grupo escuro que vinha em sua direção. O menino se virou, Hermione e Harry vinham até ele...Os dementadores os cercavam.
— Pensem em alguma coisa feliz! — Gritou Will sentindo o frio dentro do seu corpo.
Os gritos da sua mãe começaram.
— Expecto Patronum! — Gritou Will pensando em seus amigos — Expecto Patronum!
Harry e Hermione também berravam. Hermione foi a primeira a cair desmaiada no chão.
— EXPECTO PATRONUM! — Will tentou resistir, mas os gritos foram ficando cada vez mais altos.
Onde está o Lord das Trevas!?
EU...houve um grito...não...outro grito...vou...outro...dizer!
Will caiu no chão, desmaiado.
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O filho de Sirius Black:William S. Black
FanfictionEra uma manhã normal no ano de 1993, quando William avista a grande foto de um homem na capa do Profeta Diário.