Capítulo 75

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— ELA MATOU SIRIUS! — Will ouviu Harry gritar e sair correndo da sala, atrás de Belatriz.

       Braços passaram ao redor de Will, enquanto ele caia num poço fundo, completamente escuro. Seu pai. Morto. Seu pai está morto. O garoto já não conseguia mais falar ou chorar de tanto que estava tossindo, sua cabeça doía com uma força poderosa, ele gritou de novo, tentando aliviar a dor. Mas, ela não passou.

— Will...Will — Bem ao longe, o garoto escutava a voz de Lupin, mas ele não tinha força para responder. Foi ficando difícil de respirar, o aparelho, de repente, parecia muito fraco para aquele momento. Sua visão foi apagando, aos poucos, até tudo apagar e ele caiu nos braços de Lupin.

~ ✯ ~

      Will precisou abrir e fechar os olhos várias vezes para se acostumar com a luz. Quando se deu conta que estava na enfermaria de Hogwarts, fechou os olhos novamente. Ele reviu o corpo de seu pai atravessando aquele véu. Will fungou, as lágrimas escorregaram pelo seu rosto, enquanto erguia os braços para passar as mãos nos cabelos compridos até o ombro: os mesmos cabelos que ele havia deixado crescer para parecer com Sirius.

— Will? — O garoto não conseguiu reconhecer de quem era aquela voz, mas abriu os olhos, esperando ver Severus. Mas não era seu tio.

     Era Harry.

— Oi. — Will precisou fazer bastante esforço para sentar-se. Seus ombros pesavam, seu coração estava despedaçado e doía. — O que...você correu atrás dela...

— Voldemort apareceu e duelou com Dumbledore. Ela fugiu. Will, sinto muito.

      O corpo de Will se arrepiou. Ele acenou com a cabeça, sem saber o que dizer. Devem ter se passado uns cinco minutos de silêncio, até Will conseguir falar novamente.

— E-e os outros?

— Rony saiu da enfermaria há alguns minutos, Gina quebrou o tornozelo mesmo, mas Madame Pomfrey já o curou; Hermione, Luna e Neville estão bem.

— E por que está aqui?

      Will notou que Harry parecia cansado, sem força, tinha os ombros inclinados para a frente e uma expressão de dar pena.

— Eu não queria que acordasse sozinho.

     Apesar da dor, Will conseguiu sentir uma dose extra de carinho por Harry Potter.

— E Severus? Onde estaria Severus, quando eu acordar?

      A expressão de Harry foi de compaixão para raiva. Will franziu a testa com aquela mudança de comportamento.

— Como se sente? — Perguntou Harry.

— Eh?

— Como se sente sabendo que é culpa de Snape, Sirius estar morto?

— Quê? — A confusão foi tanta que isso foi a única coisa que Will conseguia falar.

— Se Snape não tivesse cancelado minhas aulas de Oclumência? — Aulas de Oclumência? — Eu não teria tido a visão de Sirius, e ele estaria aqui.

— C-como...você pode dizer isso? O que Severus...?

— Snape odiava Sirius!

— Isso eu já sei, Potter.

      O uso do sobrenome deve ter trago Harry de volta para realidade, sua boca se abriu em um "O" perfeito. Will colocou as pernas para fora da cama, pulou e foi para o escritório de Madame Pomfrey pedir alta.

      Quando Will voltou para a enfermaria, Harry ainda estava sentado, olhando para o pátio pela janela.

— O que foi? Por que ainda está aqui?

O filho de Sirius Black:William S. BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora