Will se sentou tão rápido que tonteou. Ele viu a Ordem mais Hermione, Rony e Harry, todos na ala hospitalar. Gui estava deitado em uma maca ao lado de Will, cheios de sangue no rosto. Todos olharam para Will, que engoliu em seco.
Não. Por favor, não.
Pareceu ter decorrido um longo tempo até a porta do hospital se abrir e a professora McGonagall entrar. Como os demais, ela apresentava marcas da batalha recente: tinha arranhões no rosto e as vestes rasgadas.
— Molly e Arthur estão a caminho — anunciou ela. — Harry, que aconteceu? Segundo Hagrid, você estava com o professor Dumbledore quando ele... quando aconteceu. Ele diz que o professor Snape esteve envolvido em alguma...
— Snape matou Dumbledore — respondeu Harry.
Will prendeu a respiração por um segundo, mas quando a soltou começou a chorar, desesperado.
— Snape — repetiu McGonagall com um fio de voz, desabando em uma cadeira. — Todos nos perguntávamos... mas ele confiava... sempre... Snape... não consigo acreditar...
— Snape era um Oclumente excepcionalmente talentoso — comentou Lupin, sua voz anormalmente áspera. — Sempre soubemos disso.
— Mas Dumbledore jurou que ele estava do nosso lado! — sussurrou Tonks. — Sempre pensei que Dumbledore soubesse alguma coisa de Snape que ignorávamos...
Will soltou um grito de dor a garganta...a enfermaria ficou silenciosa imediatamente. O garoto podia sentir todos o olhando, mas ninguém vinha o consolar, claro, quem normalmente fazia isso era Severus.
— Will...— Uma mão acariciou suas costas. Black pulou olhando para cima para encarar Harry. Era isso mesmo? Will era o sobrinho de um assassino, um homem que Harry odiava e, agora, o Potter tinha sido o primeiro ao consolar?
— H-H-Ha...– Will tossiu como se fosse vomitar. — rry...sinto...– Tossiu mais uma vez — muito.
— Não devia sentir...você não fez nada errado.
— O que mais...ele fez?
Harry o encarou com tristeza, depois olhou para os membros da Ordem.
— Snape passou a Voldemort a informação que fez Voldemort caçar meus pais. Então, Snape disse a Dumbledore que não tinha consciência do que estava fazendo, que lamentava realmente o que tinha feito, lamentava que eles tivessem morrido.
— E Dumbledore acreditou nisso? — perguntou Lupin incrédulo. — Acreditou que Snape lamentava a morte de James? Snape odiava James...
— E achava que minha mãe também não valia nada porque tinha nascido trouxa... "Sangue Ruim", foi como a chamou...
Ninguém perguntou como Harry sabia disso. Todos pareciam estar absortos no horror da revelação, tentando digerir a verdade monstruosa do que acontecera.
— É tudo minha culpa — disse subitamente a professora McGonagall. Ela parecia desorientada, torcia o lenço molhado nas mãos. — Minha culpa. Mandei Filio chamar Snape esta noite, mandei buscá-lo para vir nos ajudar! Se eu não tivesse alertado Snape para o que estava acontecendo, talvez ele nunca tivesse se reunido aos Comensais da Morte. Acho que ele não sabia que estavam na escola até Filio lhe contar, acho que Snape não sabia que eles vinham.
— Não é sua culpa, Minerva — disse Lupin com firmeza. — Todos queríamos mais ajuda, ficamos contentes quando soubemos que Snape estava a caminho...
— Então, quando chegou ao lugar do confronto, ele se passou para o lado dos Comensais da Morte? — perguntou Harry.
— Posso sair? — Will pediu antes que McGonagall pudesse falar.
— Sim, William — O garoto nem se chocou ao ver que a professora não o chamará pelo sobrenome — Pode ir...
— Quer que eu vá com você? — Gina questionou quando Will passou por ela. O garoto abriu um meio sorriso, embora seu rosto encharcado de lágrimas mostrasse que ele estava profundamente triste.
— Não, Gina. Pensar, aceitar. Sozinho.
Will saiu correndo da enfermaria. Assim que saiu da enfermaria, começou a caminhar bem devagar, mordendo o lábio enquanto as lágrimas escorriam, de minuto em minuto ele precisava tossir. Sua garganta já estava doendo e seu rosto queimava de tanto esfregar as mãos.
— Black! — Uma voz chamou no topo de uma escada.
— Oi, Simas...
— Soube o que houve? Meu pai só disse que vai me tirar da escola o mais rápido possível.
— Como você não soube? – Outra voz soou atrás de Simas. Dino Thomas, ex-namorado de Gina. – Dumbledore morreu.
— Dumbledore morreu?
— Não. — Os dois grifinórios olharam para Will. — Snape o matou.
Houve um silencio profundo, enquanto os três garotos se encaravam.
— Snape não é seu tio?
— Ele é? Acho que não.
Will virou as costas e voltou a caminhar.
Ele não é meu tio. Tios fazem parte da família. Famílias nunca escondem nada. Famílias te amam de verdade. Meu tio é̶ ̶u̶m̶ ̶h̶o̶m̶e̶m̶ ̶b̶o̶m̶ mentiu para mim, se passou por um homem bom. Snape se mostrou uma farsa a minha vida inteira, nunca me disse a verdade.
FOI POR ISSO! FOI POR ISSO QUE PASSEI AS FÉRIAS NA CASA DOS WEASLEY! PARA ELE CONSEGUIR PLANEJAR A MORTE DE DUMBLEDORE JUNTO COM VOLDEMORT!!!!!!! ELE NÃO QUERIA MINHA SEGURANÇA, ELE QUERIA APENAS...Ele...é...um assassino....
VOCÊ ESTÁ LENDO
O filho de Sirius Black:William S. Black
FanfictionEra uma manhã normal no ano de 1993, quando William avista a grande foto de um homem na capa do Profeta Diário.