Esse capítulo é pelo lado de Harry, sobre a "Pior lembrança de Snape"
— Você está atrasado, Potter — disse o professor friamente, quando o garoto fechou a porta ao
passar.Snape estava em pé de costas para Harry, removendo, como sempre, certos pensamentos e
colocando-os cuidadosamente na Penseira de Dumbledore. Deixou cair o último fio prateado na
bacia de pedra e se virou para encarar o garoto.— Então. Praticou?
— Sim, senhor — mentiu Harry, olhando atentamente para uma das pernas da escrivaninha de Snape.
— Bom, logo saberemos, não é? — disse ele suavemente. — Varinha na mão, Potter.
Harry tomou sua posição habitual, de frente para Snape, com a escrivaninha entre os dois. Seu coração estava pulsando acelerado com raiva de Cho e ansiedade quanto ao que o professor estava prestes a extrair de sua mente.
— Quando eu contar três então — disse Snape sem pressa. — Um... dois...
A porta da sala se abriu com força e Draco Malfoy entrou depressa.
— Prof. Snape, senhor... ah... me desculpe...
Malfoy olhava Snape e Harry meio surpreso.
— Tudo bem, Draco — disse Snape, baixando a varinha. — Potter está aqui para fazer uma aula de reforço em Poções.
Harry não via Malfoy tão alegre desde que Umbridge aparecera para inspecionar Hagrid.
— Eu não sabia — disse ele, olhando enviesado para Harry, que sentia o rosto arder. Teria dado
muita coisa para poder gritar a verdade para Malfoy, ou, ainda melhor, para atacá-lo com um bom feitiço.— Bom, Draco, que foi? — perguntou Snape.
— É a Prof.a Umbridge, professor, está precisando da sua ajuda. Encontraram Montague, professor, apareceu entalado em um vaso sanitário no quarto andar.
— Como foi que ele se entalou?
— Não sei não, senhor, está um pouco atordoado.
— Muito bem, muito bem. Potter, retomaremos a aula amanha à noite.
Ele se virou e saiu da sala. Malfoy falou silenciosamente para Harry pelas costas de Snape, antes de acompanhá-lo: "Reforço em Poções?"
Fervendo de raiva, Harry guardou a varinha no bolso das vestes e fez menção de sair da sala. Tinha no mínimo mais vinte e quatro horas para praticar; sabia que devia se sentir grato por ter escapado por um triz, embora fosse duro isto ter acontecido às custas de ouvir Malfoy contar para toda a escola que ele precisava de aulas de reforço em Poções.
Estava à porta da sala quando viu uma réstia de luz trêmula dançando no portal. Parou e ficou
olhando, aquilo lhe lembrava alguma coisa... então a lembrança lhe ocorreu: parecia um pouco como as luzinhas que vira em sonho na noite anterior, as luzes na segunda sala que atravessara no Departamento de Mistérios.Ele se virou. A luz vinha da Penseira em cima da escrivaninha de Snape. Seu conteúdo branco-prateado fluía e girava. Os pensamentos de Snape... coisas que ele não queria que Harry visse, se por acaso penetrasse suas defesas...
Harry olhou para a Penseira, a curiosidade crescendo... Que era que Snape queria tanto esconder?
As luzes prateadas tremulavam na parede... Harry deu dois passos em direção à escrivaninha,
refletindo. Poderiam ser informações sobre o Departamento de Mistérios que Snape estivesse
decidido a ocultar dele?
VOCÊ ESTÁ LENDO
O filho de Sirius Black:William S. Black
Fiksi PenggemarEra uma manhã normal no ano de 1993, quando William avista a grande foto de um homem na capa do Profeta Diário.