Capítulo 67

94 9 0
                                    

Esse capítulo é pelo lado de Harry, sobre a "Pior lembrança de Snape"

— Você está atrasado, Potter — disse o professor friamente, quando o garoto fechou a porta ao
passar.

      Snape estava em pé de costas para Harry, removendo, como sempre, certos pensamentos e
colocando-os cuidadosamente na Penseira de Dumbledore. Deixou cair o último fio prateado na
bacia de pedra e se virou para encarar o garoto.

— Então. Praticou?

— Sim, senhor — mentiu Harry, olhando atentamente para uma das pernas da escrivaninha de Snape.

— Bom, logo saberemos, não é? — disse ele suavemente. — Varinha na mão, Potter.

     Harry tomou sua posição habitual, de frente para Snape, com a escrivaninha entre os dois. Seu coração estava pulsando acelerado com raiva de Cho e ansiedade quanto ao que o professor estava prestes a extrair de sua mente.

— Quando eu contar três então — disse Snape sem pressa. — Um... dois...

      A porta da sala se abriu com força e Draco Malfoy entrou depressa.

— Prof. Snape, senhor... ah... me desculpe...

      Malfoy olhava Snape e Harry meio surpreso.

— Tudo bem, Draco — disse Snape, baixando a varinha. — Potter está aqui para fazer uma aula de reforço em Poções.

       Harry não via Malfoy tão alegre desde que Umbridge aparecera para inspecionar Hagrid.

— Eu não sabia — disse ele, olhando enviesado para Harry, que sentia o rosto arder. Teria dado
muita coisa para poder gritar a verdade para Malfoy, ou, ainda melhor, para atacá-lo com um bom feitiço.

— Bom, Draco, que foi? — perguntou Snape.

— É a Prof.a Umbridge, professor, está precisando da sua ajuda. Encontraram Montague, professor, apareceu entalado em um vaso sanitário no quarto andar.

— Como foi que ele se entalou?

— Não sei não, senhor, está um pouco atordoado.

— Muito bem, muito bem. Potter, retomaremos a aula amanha à noite.

      Ele se virou e saiu da sala. Malfoy falou silenciosamente para Harry pelas costas de Snape, antes de acompanhá-lo: "Reforço em Poções?"

      Fervendo de raiva, Harry guardou a varinha no bolso das vestes e fez menção de sair da sala. Tinha no mínimo mais vinte e quatro horas para praticar; sabia que devia se sentir grato por ter escapado por um triz, embora fosse duro isto ter acontecido às custas de ouvir Malfoy contar para toda a escola que ele precisava de aulas de reforço em Poções.

     Estava à porta da sala quando viu uma réstia de luz trêmula dançando no portal. Parou e ficou
olhando, aquilo lhe lembrava alguma coisa... então a lembrança lhe ocorreu: parecia um pouco como as luzinhas que vira em sonho na noite anterior, as luzes na segunda sala que atravessara no Departamento de Mistérios.

      Ele se virou. A luz vinha da Penseira em cima da escrivaninha de Snape. Seu conteúdo branco-prateado fluía e girava. Os pensamentos de Snape... coisas que ele não queria que Harry visse, se por acaso penetrasse suas defesas...

     Harry olhou para a Penseira, a curiosidade crescendo... Que era que Snape queria tanto esconder?

     As luzes prateadas tremulavam na parede... Harry deu dois passos em direção à escrivaninha,
refletindo. Poderiam ser informações sobre o Departamento de Mistérios que Snape estivesse
decidido a ocultar dele?

O filho de Sirius Black:William S. BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora