Capítulo XI

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— Desculpa mesmo, Will — Aquela era a centésima quarta vez que Roberta pedia desculpas; Will cansou de contar quando chegou na quarta.

— Rô, não estou irritado com você mas se repetir essa maldita palavra mais uma vez...— Ele ergueu a varinha e passou na frente do próprio pescoço.

      Roberta sorriu.

      Os quatro amigos estavam sentados a mesa da Corvinal já que dois deles pertenciam a casa.

— Tudo bem.

— Que aula temos agora? — Jack olhou o horário da Grifinória — Ah, não! Trato das Criaturas Mágicas! Não é que a aula não seja boa, mas Hagrid tá muito chato!

— Do que está falando? — Perguntou Luna — Estamos de férias.

— Ah! Me esqueci! — Jack deu um tapa na própria testa

— Meu Deus, Jack! — Will balançou a cabeça.

— Olhe: Harry Potter está encarando Will! — Disse Luna olhando para a mesa da Grifinória.

      Will se virou para olhar a mesa dos leões. Lá, sentado entre os dois amigos, estava Harry Potter olhando diretamente para ele. Will engoliu em seco e voltou a atenção para seu prato com um bolo de chocolate.

— Ele ouviu Hagrid no Três Vassouras — Concluiu William.

— Não — Disse Roberta — Harry Potter não tem permissão para ir a Hogsmeade. Draco Malfoy comentou isso na Comunal.

— Então os amigos dele ouviram e contaram pra ele.

— Isso pode ser.

— Ótimo! — Exclamou Will, um pouco alto demais — Harry Potter, O-menino-que-sobreviveu, me odeia por causa de um ser que eu nunca conversei!

— Sinto falta de você falando da história — Comentou Jack.

— Eu também! — Concordou Luna, inocentemente.

— Não estou a fim de falar de história. — Falou Will — Alguém tem outro assunto?

— Eu tenho! — Roberta se ajeitou na cadeira — Hagrid via ter que ir numa audiência no Ministério da Magia por causa do Hipogrifo que atacou Malfoy.

— O que? — Will se aproximou mais de Roberta, ouvindo com toda a atenção possível. Ele levou a xícara de chá até a boca e deu um pequeno gole — Por quê?

— Lucius Malfoy, claro. Ele diz que o hipogrifo é perigoso e deve ser avaliado. Draco comentou isso entre gargalhadas.

— Isso é horrível! — Disse Luna.

— É sim, Lu.

— Nunca ouvi falar em um caso parecido com esse antes — Will informou — Vou dar um relida nos meus livros e vou correndo falar com Hagrid.

— Isso seria muito gentil da sua parte, Will — Comentou Jack.

— Obrigado! — Will sorriu

— Lucius Malfoy não é um homem bom — Disse Luna.

— Exato, Luna! Ele não é. Pobre Hagrid! — Roberta olhou para a mesa dos professores, mas o guarda-caça não está estava presente.

— Black — Uma voz fria soou atrás de Will; o garoto se virou e encarou seu tio — Precisamos conversar! — Então começou a caminhar até as portas do Salão. Will se despediu dos seus amigos e seguiu Severus.

     Eles desceram até as masmorras e entraram no escritório de Snape. A sala era cheia de frascos de Poções e ingredientes perfeitamente arrumados nas prateleiras.

— A Srta. Yaxley informou Minerva que você não queria entregar o álbum de foto enviado por Sirius Black.

       Então, Will explodiu. Ele passará o tempo inteiro guardado a mágoa, a raiva, a tristeza, o medo, tudo...ele guardou tudo, mas agora não aguentava mais. Ele queria encontrar o culpado por tudo aquilo...queria o culpado pelos olhares lançados a ele. Will queria se livrar de todos aquelas emoções trancadas.

— É claro que eu não queria devolver! Você escondeu TUDO DE MIM! Por que, Severus Snape? Por quê? Eu não sou digno de saber a história da minha mãe? Não sou digno de saber suas maiores conquistas, suas falhas? Não mereço saber sua comida favorita? Não mereço lembrar do rosto da minha própria mãe? Não sou merecedor de amor e carinho?

      Will se ajoelhou no chão chão começou a chorar. Ele sentiu braços ao seu redor, era um abraço desajeitado mas reconfortante. William ergueu a cabeça e encarou os olhos do tio; os dois olhos escuros eram iguais os de Will.

— A comida favorita dela era Varinha de Alcaçuz — Disse Severus; seu rosto livre de qualquer emoção. — Eu odeio Sirius Black, William — Informou — Ele fez as pessoas mais importantes da minha vida chorar.

      Will precisava perguntar, ele não aguentava mais aquela angústia em seu peito.

— Tio, você tem orgulho de mim?

      Will nunca imaginou isso. Um sorriso apareceu no rosto frio de Severus; era a primeira vez que Will viu ele sorrir.

— William, você é o filho que eu não mereço ter.

      Will sorriu e voltou a chorar. Ele abraçou o corpo do tio como se fosse um prêmio que por pouco quase perdeu. Os dois ficaram assim por alguns minutos, até Severus se soltar do abraço e abrir uma gaveta da escrivaninha.

— Pegue isso para você! — Severus entregou para Will um cachorro de pelúcia — Era de Heather, encontrei no seu quarto quando fui buscá-lo.

      Will sorriu grande encarando o cachorrinho.

— Obrigado, tio!

— Agora, já pode ir — Falou Severus.

      William se levantou, mas antes de sair ele correu pro tio e o abraçou.

— Obrigado mesmo!

      O garoto saiu da sala e correu para o Salão Principal; ele se sentou com os amigos novamente.

— Que pelúcia é essa? — Perguntou Jack.

— Era da mamãe — Disse Will, ainda clm o sorriso no rosto — Meu tio me deu. — Ele olhou para Rô e Jay — Quero comprar Varinhas de Alcaçuz na próxima visita a Hogsmeade.

— Por quê? — Perguntou  Roberta — Você não achava muito doce?

— Era a comida favorita da minha mãe. Não me importa mais se é muito doce.

— Você está muito feliz, Mad Person — Disse Luna.

— Sim, Luna. Estou definitivamente louco.

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O filho de Sirius Black:William S. BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora