Capítulo 79

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       As férias até estariam sendo boas, se não fosse pelas notícias de desaparecimento de várias pessoas. Todo dia, Will roubava o jornal do Sr. Weasley, torcendo para não ver o nome Severus Snape. Mas depois de quase três semanas, Remus Lupin, que estava parecendo cansado e deprimido, o viu.

— Você faz isso todos os dias?

— Sim — respondeu Will, timidamente.

— Que notícia espera ver?

— Lupin, precisamos mesmo ter essa conversa? — "Sim". O garoto suspirou — Espero...ler o desaparecimento de Severus.

       Lupin acenou a cabeça, foi quando Will notou seus cabelos castanhos um pouco esbranquiçados.

— Você está bem, Remus? —O bruxo sorriu, mas parecia estar fazendo um enorme esforço para isto.

— Não tão bem. Estamos em guerra, afinal. Não se preocupe, Will. Snape também está se protegendo.

— Não o suficiente para me manter perto dele.

— O que quer dizer? — Remus ergueu uma sobrancelha.

— Severus acha mesmo que vou estar seguro numa casa com Harry Potter, a principal mira de Voldemort, do que com ele.

— Essa casa está sendo bem mais protegida, exatamente por Harry estar aqui. — Respondeu o bruxo mais velho — Todos nós da Ordem colocamos feitiços protetores aqui. Essa casa é mais segura para você.

— Remus, você tem visto Severus?

— Sim, nas reuniões.

— Como...?

— Parece contente com alguma coisa. Não, eu não sei o que.

       Will franziu o rosto e acenou. Seu tio estava contente? Com o que seria? E por que ele demonstraria isso nas reuniões da Ordem?

       Era uma manhã de sábado, o dia de fazer compras para levar à Hogwarts. A Sra. Weasley parecia mais tensa do que o normal, Gina cochichava alguma coisa as pressas para Hermione, lançando olhares de nojo para Fleur, que acariciava o nariz de Gui. Will tentava, discretamente, ler o jornal por cima do ombro do Sr. Weasley.

       O Sr. Weasley tirou os olhos do jornal e olhou para o jardim.

— Ah, que bom, ele está aqui!

Will sorriu ao ver a forma gigante de Hagrid.

— Harry! — trovejou ele, arrebatando o garoto num abraço de moer os ossos, no momento em que Harry desceu do carro. – Bicuço, quero dizer, Asafugaz, você devia ver Harry, está tão feliz de voltar ao ar livre...

       O menino Black sentiu um peso em seu coração. Bicuço, o hipogrifo, havia ficado vários meses na casa da família Black, junto com o pai de Will, Sirius, que se encarregou de cuidado por um bom tempo.

— Que bom que está feliz — respondeu Harry, rindo e massageando as costelas. — Não sabíamos que "reforços" queria dizer você!

— Eu sei, como nos velhos tempos, né? Sabe, o Ministério queria mandar um bando de aurores, mas Dumbledore disse que bastava eu — explicou Hagrid orgulhoso, estufando o peito e enfiando os polegares nos bolsos. — Então, vamos andando... vocês primeiro, Molly, Arthur...

        O Beco Diagonal mudara. Os arranjos coloridos e brilhantes nas vitrinas exibindo livros de feitiços, ingredientes e caldeirões para poções estavam ocultos por grandes cartazes do Ministério da Magia. A maioria, sombria e roxa, era uma versão ampliada dos panfletos sobre segurança que tinham sido distribuídos pelo Ministério durante o verão, mas outros continham fotos animadas em preto e branco dos Comensais da Morte que se sabiam estar foragidos. Belatriz Lestrange sorria desdenhosamente na fachada do boticário mais próximo. Algumas vitrines estavam fechadas com tábuas, inclusive a da Sorveteria Florean Fortescue. Em contra posição, tinham surgido várias barracas de aspecto miserável ao longo da rua. A mais próxima, instalada à porta da Floreios e Borrões sob um toldo de listras manchado, exibia um letreiro de papelão:

O filho de Sirius Black:William S. BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora