Obviamente que Will estava envergonhado com as pessoas passando por ele e olhando os ferimentos em sua perna. As caretas que eles faziam eram estanhos, claro, elas tinham razão, que tipo de pessoa usava uma bermuda jeans no inverno? Will havia trocado a calça comprida pela bermuda para mostrar a Dumbledore os ferimentos, também havia posto uma regata e se coberto com a capa de Hogwarts, então os outros não viam os hematomas nos braços.
Will estava morrendo de nervosismo, ele passava a mão pelos cabelos de segundo em segundo. Em algum momento, no terceiro andar, alguém pisou na sua capa e ele escorregou para fora do seu corpo. Will nem deu importancia para o frio, já que agora todos no corredor olhavam para ele.
️— Will — Uma voz enfurecida soou atrás dele, ele se virou, tremendo. Os olhos castanhos de Gina brilhavam de fúria, o garoto tremeu mais ainda: ela estava com raiva dele, não é? Gina deu passos na direção de Will, que recou a mesma quantidade de passos. — Quem fez isso com você?
A garganta de WIll queimou, ele correu para juntar a capa e jogá-la novamente por cima dos ombros. Gina rosnou para os outros, que, com vergonha, voltaram a andar, dando espiadas por cima do ombro. Gina voltou o olhar para o Black, que abaixou a cabeça, as lágrimas inundando seus olhos.
— Will, quem fez isso com você? — A voz da garota já estava mais suave e calma.
— Estou indo falar com Dumbledore.
— Will, sei que realmente nos conhecemos a pouco tempo, mas, você sabe que pode confiar em mim, não é? Você confia em mim? — Will acenou com a cabeça, sentindo-se fraco e envergonhado demais para falar — Então posso saber quem fez isso com você?
— Jackson. — Will respondeu, fechando os olhos, com medo da reação da Gina. Em menos de um segundo, os braços de Gina estavam ao redor de Will, não o apertando, provavelmente sabendo da dor que o garoto sentia no corpo.
— Quer que acompanhe você, Will? — Ela perguntou, fazendo um carinho delicioso no cabelo do Black, que o confortou.
— Por favor — Sussurrou.
Gina passou um braço por cima do ombro de Will, segurando o peito dele com a outra. A garota podia sentir os batimentos do coração de Will, eram lentos como se seu coração estivesse funcionando junto com seu sentimento: tristeza.
Lentamente, cheios de sentimentos cinzentos, eles caminharam pelo corredor que dava em uma estátua de gárgula. Foi quando Will lembrou que não sabia a senha para entrar. Suas mãos soavam...será que teria que contar durante uma refeição na mesa dos professores, na frente de todos os alu..
— Precisamos falar com Dumbledore! — A voz de Gina trouxe o garoto de volta para a realidade.
Então, para o grande alívio de Will, a gárgula se moveu para o lado, revelando uma escada em espiral. Will deu passos a frente, com uma mão de Gina segurando a sua. A escada terminava em uma porta velha, Will ergueu a mão e bateu.
A porta se abriu e lá estava ele. Dumbledore estava de pé atrás da escrivaninha, andando de um lado para o outro; parou de andar quando notou os dois alunos.
— Sr. Black, Srta. Weasley, como posso ajudá-los?
Will olhou para Gina que acenou com a cabeça em motivação, com um suspiro, ele tirou a capa, deixando Dumbledore encarar cada hematoma de sua pele.
— Srta. Weasley, talvez você devesse esperar lá fora — Dumbledore deu a volta na mesa e parou em frente, os olhos azuis brilhado sinistramente.
— Will?
— Vou ficar bem, Ginny. — Ela acenou com a cabeça e saiu da sala.
— O que aconteceu, William? — Perguntou Dumbledore.
— Jackson Rose-Stuart. — Will disse o nome dele cheio de medo e nervosismo, a última vez que havia dito o nome completo fora em uma brincadeira. — Ele... me... bateu... — Os lábios dele tremeram, sua garganta queimou, suas pernas enfraqueceram e quando se deu conta, estava sentado em uma cadeira.
— Contou a mais alguém? Sirius? Severus?
— Mandei uma carta ao meu pai antes de vir. Pensei que você gostaria de chamar Severus.
— William, já sei qual medida tomar — Will ergueu o rosto e encarou o diretor, sua boca caiu e ele começou a balançar a cabeça.
— Por favor, não faça isso. Não expulse Jack.
— Por quê? — Will tinha certeza de que Dumbledore sabia o motivo, só que queria ouvir diretamente.
— Tenho medo. Tenho medo dele ir atrás de mim e me agredir.
— Vou pessoalmente dar um jeito para que isso não aconteça. — O garoto se mexeu, desconfortável. — O que mais lhe incomoda, Will?
— Nada, senhor. — Dumbledore pós, gentilmente, uma mão no ombro de Will. Foi só um olhar para o lembrar que não estava sozinho e havia pessoas realmente querendo ajudar. Com um suspiro, disse: — Roberta Minkus. Ela fica falando...coisas — Ele balançou as mãos ao redor da cabeça — que me confundem...é como se ela estivesse...
— Tentando o mudar.
— Já teve uma amizade assim, professor?
— Não. — Disse Dumbledore — Ele apenas acrescentava a pessoa que eu era.
Will franziu a testa, completamente confuso. Mas não queria perguntar, queria chegar ao fim do assunto.
— O que o senhor vai fazer?
— Não posso permitir que isso aconteça com meus alunos. Não posso permitir que os alunos façam isso. Então, sinto muito, Will, mas vou ter que expulsar Jackson e Roberta.
— Então não vai acontecer comigo o mesmo que Eliza Vanderguet?
— Conheci Eliza e soube o que houve com ela, não foi certo, foi o fácil. Vou fazer o que é certo aqui: expulsar os responsáveis pelos abusos.
Um arrepio percorreu o corpo de Will.
— Não diga isso, por favor, senhor.
— Entendo...como quer que chame?
Will procurou uma palavra que poderia encobrir a verdade, mas sua mente estava fraca e só conseguia pensar naquilo. Dumbledore não estava errado, issp é abuso. Will fora abusado fisicamente. As lágrimas desceram por seu rosto.
— Pode...não falar o motivo deles serem expulsos para os alunos e professores- com exceção de Severus.
— É claro que não contarei a ninguém — O lado direito do labo de Dumbledore subiu — Posso chamar Severus?
Will olhou para o chão. A medida certa seria tomada, mas ele ainda precisava contar a uma das pessoas mais importantes da sua vida. Falar com Dumbledore parecia...fácil? Mas contar a Severus...talvez um dos momentos mais marcantes de sua vida estava prestes a acontecer. Ele se abaixou, pegou a capa e jogou por cima dos ombros.
— Sim, pode chamar.
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O filho de Sirius Black:William S. Black
FanfictionEra uma manhã normal no ano de 1993, quando William avista a grande foto de um homem na capa do Profeta Diário.