CAPÍTULO 8

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Tokio, Japão, 28 de fevereiro de 2020

"As coisas por aqui não estão fáceis. Perdi todas as minhas armas por conta de um ataque repentino. Na realidade tenho apenas uma pistola comigo com oito balas. A mídia não fala para o mundo o que está acontecendo. Mas a realidade é que não sabemos se sobreviveremos a tudo isso. Nossas forças especiais que estavam tentando conter o surto foram caindando pouco a pouco. Queria retornar para o Brasil mas é bem provável que eu morra aqui. Aproveitei essa linha fechada para os laboratórios mundiais pra te informar."

"Rômulo tenta se manter seguro. Onde você está tem comida e água o bastante para se manter?"

"Sim, nesse ponto estou bem. O problema é que todo o prédio foi tomado."

"Fique aí e aguarde as coisas se acalmarem. Tenta não fazer muito barulho para não chamar a atenção deles. Com isso você ficará bem. Mantém esse aparelho carregado e me atualiza das coisas periodicamente, vou ficar no aguardo."

"Certo Marta. Ainda tenho energia aqui. Você me acalmou, já estava prestes a dar um tiro na minha própria cabeça. Mas como sei que tenho 99,9% de chance de voltar, diga para ele que vou fazer de tudo pra sobreviver, o máximo possível. Eu o amo muito, pena não conseguir oficializar nossa relação."

"Só tenha calma que tudo ficará bem."

"Só diga que ele foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida."

A chamada se encerra, e Marta com os olhos cheios de lágrimas se debruça sobre a mesa. Breno e Will observam enquanto ela seca os olhos.

— Eu o mandei para lá. Ele poderia estar aqui com o Alesson. — Marta fala.

— Então o Alesson está namorando? — Will pergunta.

— Está sim. Rômulo trabalhava aqui, ele é um dos meus melhores cientistas. Mandei ele para o Japão para comandar as pesquisas no laboratório de lá. Alesson só não foi junto por causa dos pacientes dele. Ele até recebeu permissão para ir. — Marta fala.

— Não sei como ele irá reagir. Mas pode deixar que dou a notícia para ele, não acho justo ele não saber. E do jeito que as coisas estão indo, é bem provável que por aqui as coisas fiquem difíceis já já. — Diz Breno. — Vou deixá-los sozinhos agora. Acho bom vocês conversarem um pouco, vou subir para falar com ele agora. — Breno fala e sai da sala deixando Marta e Will sozinhos no laboratório.

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— Parece que nada aqui dentro mudou. — Brenda fala ao olhar a movimentação dentro do condomínio.

— Esse condomínio conta com comércio próprio, então a vida não para, para os moradores aqui. — Douglas fala.

— Isso é bizarro não acha? O mundo prestes a desmoronar lá fora e essas pessoas vivendo de forma normal. — Brenda fala abrindo a porta do carro.

— Isso que você está vendo e a vantagem de ter dinheiro minha querida. E nós estamos aqui no meio desses abutres. — Ele fala.

— É, vamos logo para a clínica. — Brenda fala.

— Antes eles tivessem nos colocado em um condomínio só para nós como era o combinado. As pessoas aqui não combinam com a gente. — Douglas fala enquanto aperta o botão para o portão se abrir.

— Concordo, mas vamos logo. Estou com saudade dos outros. — Ela fala.

Pelas ruas apenas carros da polícia e do exército. Nada de civis nas ruas, em um dia comum as ruas estariam cheias de carros e ônibus lotando as rodovias.

— Da forma que as coisas estão acho que não teremos um dia normal nunca mas. Já basta tudo o que passamos, e agora parece que aquele inferno vai começar, reiniciar na realidade. — Brenda fala.

— Parece que estamos em um jogo de vídeo game e em cada fase que passamos as coisas vão ficando mais complicadas. — Douglas fala enquanto tenta achar uma estação de rádio que não esteja apenas com o som chato de estática.

— Nada no rádio? — Ela pergunta.

— Parece que não. Eles não querem alarmar as pessoas mas dessa forma, deixando todos no escuro acho que só vai deixar as coisas mas complicadas. — Ele fala.

— Nesse tempo em que a informação chega de forma instantânea na mão da galera, de fato agora deve estar tudo quase explodindo. — Ela fala e joga o celular no banco de trás do carro.

Olhando pela janela Brenda observa uma movimentação estanha e pede para Douglas parar o carro. Eles descem e vão até o local para entender o que estava acontecendo, se espantam quando se deparam com um policial atacando o outro como um animal raivoso.

Brenda pega sua arma que estava em seu coldre na cintura, chama a atenção do cadáver e atira sem pensar em sua cabeça.

— Ei você, foi mordido? — Ela pergunta com a arma apontada.

— Sim ele mordeu meu peito. Mas que porra tá acontecen... — A frase e interrompida com um tiro certeiro na cabeça.

— Para todos vocês. Caso vejam alguém tendo esse tipo de comportamento podem atirar na cabeça de preferência. — Douglas fala.

— Repassem para todos os seus companheiros. Por favor, parece que não passaram as instruções corretas para vocês da polícia militar. — Ela fala.

— Só nos falaram para fazer a guarda nas ruas. Não nos disseram nada sobre pessoas atacando outras. — Um dos policiais fala.

— Não são pessoas amigos, esqueça que isso aqui é uma pessoa. — Ela fala apontando para o corpo estirado no chão.

— Passarei o Q.S.O para todos. — O policial fala.

— Pedimos licença, precisamos ir para a clínica agora. — Douglas fala enquanto vira as costas.

— Estou começando a me preocupar. Quanto essa galera tá preparada para uma situação do cotidiano? Sou uma civil, portando uma arma de fogo, atirei contrar um de seus homens e eles não fizeram absolutamente nada. Estamos perdidos. — Ela fala balançando a cabeça em sinal de negação.

— As vezes é o momento. Eles estavam confusos com o que estava acontecendo. E só por estarmos aqui no meio disso tudo, não nos caracteriza como civis comuns.— Ele fala.

— É, pode ser. Vamos nos apressar e relatar o ocorrido para Marta. Do que adianta ter essa galera na rua se eles não sabem o que fazer, é capaz da força militar cair primeiro que os civis desarmados. segurança pública de merda. — Ela fala.

— Tô te sentindo um pouco estressada Brenda, tenta se acalmar um pouco. — Douglas fala.

— Aquele policial foi atacado anteriormente. A questão é que já temos cadáveres ambulantes por aí, e é isso que me preocupa. — Ela fala enquanto abre a porta do carro.

— Problemas minhas cara amiga, problemas. Vamos logo, já estamos atrasados. — Ele fala dando partida.

— Atrasados para o quê mesmo? — Ela pergunta.

— Para nada. Força do hábito, é que sempre chego atrasado para atender meus primeiros pacientes. — Ele fala.

— Certo. Cala a boca e dirige. — Ela fala irritada.

Eles seguem para a clínica, o silêncio nesse momento toma conta do ambiente. Todo o percurso até a clínica foi tranquilo, nada de novo aconteceu depois do acorrido com os policiais, e por fim eles chegam.

Doze - O Terror Continua - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora