CAPÍTULO 21

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Três anos se passaram. Alguns assentamentos foram formados nesse período. Brenda, Douglas e Allan ficaram no primeiro assentamento, o local inicial o condomínio.

Silva, Breno e Will se deslocaram para o centro da cidade e criaram um assentamento no Aqwa um prédio empresarial na orla do rio. Decidiram ocupar o lugar por ser próximo ao mar e caso passem navios ou barcos eles conseguiriam ver do alto do prédio.

Renato, Marcos e Felipe estavam em campo. Seguiram para região serrana do estado para investigar um suposto sinal de rádio. Já não se tem sinal dos três a algum tempo. Tudo indica que tiveram complicações no percurso. Para chegar até Petrópolis eles passariam pela região mais populosa da cidade e o número de mortos por lá devem ser bem maior.

Marta, Raquel e Alesson permaneceram no laboratório. A entrada dos outros na clínica só foi permitida um ano após o nascimento da bebê de Raquel. Além de Marta e Alesson, Brenda era a única que sabia a verdade sobre o bebê e acorbetou tudo. Para todos os outros a criança havia sido encontra em uma expedição que Brenda tinha feito, assim deixando a criança aos cuidados de Raquel que estava na clínica.

Alesson por sua vez estava melhor.

Deixou tudo aquilo que estava lhe fazendo lembra de Rômulo para trás. Foi difícil, mas ele sabia que era impossível, Rômulo estava no Japão, morto talvez.

Ele está diferente. Destemido, encarando os medos de frente. Toda manhã Alesson limpa toda a área de cadáveres ambulantes que rastejam próximos a clínica. Como também ser o responsável por levar suprimentos médicos aos assentamentos.

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No condomínio os três conversam sobre o fato de não encontrarem sobreviventes nesse longo período de tempo.

— Se parar para pensar Brenda, as pessoas se afastariam das grandes cidades por ter um número maior de infectados. — Allan fala.

— É nós não nos afastamos o suficiente. Faz sentido. — Ela fala.

— Não acredito que sejamos os únicos sobreviventes. Assim como nós devem existir outros lugares protegidos por ai, talvez que não queiram ser encontrados. — Douglas fala.

— Sei que estamos com as melhores intenções aqui, de ajudar pessoas. Mas agora estamos no meio de um apocalipse onde cada um pensa em si mesmo ou na segurança de seu grupo. Se chegasse um grupo de pessoas na nossa porta nos ameaçando como iríamos agir? — Pergunta Allan.

— Se fossem colocar a vida de vocês em risco não pensaria duas vezes em atirar. — Brenda fala.

— Mas são seres vivos. — Ele fala. — Vê como os valores mudam quando estamos sendo ameaçados? Não dá para confiar nas pessoas. Hoje os que estão vivos fazem de tudo para sobreviver, nem que tenham que acabar com a vida de outras pessoas para isso. Vocês acham mesmo que eles querem ser encontrados. Nós fazemos coisas piores que esses monstros. Eles não pensam, fazem as coisas por instinto. E nós? Nós estamos bem consciente das coisas que fazemos. — Ele finaliza.

— Nunca pensei que as coisas chegariam a isso. — Ela fala e suspira profundamente.

— Acho que assim como os meninos foram para campo, nós também deveríamos ir. Nos afastar um pouco da cidade, explorar as regiões menos populosas. O interior do estado por exemplo. — Douglas diz.

— As grades vias estão obstruídas por carros abandonados e quase impossível transitar por esses lugares. Não e fácil se locomover sabe. Não temos vias alternativas para chegarmos a esses lugares. — Allan fala.

— Existe uma forma sim! — Brenda fala.

— E qual seria? — Os dois perguntam ao mesmo tempo.

— Se formos de moto conseguiremos passar pelas grandes vias sem muito trabalho. E é até mais rápido para fugirmos de cadáveres, pálidos ou híbridos em um suposto ataque. — Ela fala.

Eles param por um tempo para avaliar a idéia. Será mesmo válido deixar o assentamento para procurar pessoas que não querem ser achadas?

Estão em um grande dilema. A intenção inicial sempre foi encontrar pessoas, porém agora estão sem rumo. O motivo principal não faz mas sentido para eles.

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Três dias após a saída de Marcos, Felipe e Renato

Refúgio 32 era o nome do local. Localizado em uma fábrica de doces em uma das rodovias que iam ao sentido da região serrana.

Os rapazes que estavam em campo seguiram andando pela rodoviária. Era quase impossível seguir de carro, e para eles voltar não seria uma opção.

Quando a noite caia eles se abrigavam em veículos abandonados pela via para não serem atacados pelos pálidos. Híbridos quase não apareciam em seus caminhos, essas criaturas costumam se abrigar em lugares com mata fechada. Se tornaram verdadeiros animais.

Depois de muito caminhar eles encontraram esse lugar. Depois de anos veriam as primeiras pessoas vivas depois de tanto procurarem. Mas será que a serão recebidos com hospitalidade?

Em um posto de comando na entrada da fábrica eles percebem um arma apontada pela pequena fresta.

Renato então grita dizendo que não são cadáveres e não estão ali para arrumar problemas. Já era por volta das dezessete horas, em breve a noite chegaria e seria arriscado para eles estarem na rua.

Uma voz feminina grita do posto.

— De onde estão vindo?

— Estamos vindo do centro da cidade. Nosso destino é Petrópolis, porém tivemos que deixar nosso veículo para trás. Poderiam nos dar abrigo essa noite?

— Renato pergunta.

— Desculpa mas nós não confiamos em pessoas estranhas. E pelo o que vejo daqui vocês não teriam problema em passar a noite ai fora com essas armas. — A voz fala.

— Nosso intenção é economizar dos nossos recursos o máximo possível. Sabe como é né. As coisas podem ficar pior a cada momento. — Ele fala.

— Entendo bem. — A voz responde.— Abrirei o portão com uma condição.

— E qual seria? — Ele Pergunta.

— Que ao entrarem aqui nos deixem escrever suas histórias.

— Certo, contaremos nossa história!

A portão se abre dando acesso ao estacionamento. Haviam alguns carros estacionados, fizeram algumas modificações bem loucas na lataria. Colocaram serras, arames entre os objetos cortantes.

— Bem vindos ao refúgio 32. — Uma moça os recebe. — Não passam pessoas vivas por aqui já faz uns dois anos e meio.

— Não existem mais tantas pessoas vivas por ai. — Renato responde.

— É, não mesmo. — Ela fala.

— Me chamo Renato. Esses são Felipe e Marcos. E como se chama? —Ele pergunta.

— Prazer rapazes me chamo Wendela, líder do refúgio 32.

Doze - O Terror Continua - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora