CAPÍTULO 13

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Entrando em casa Marta percebe que tudo está como ela deixou, nada estava fora do lugar. Will que está com ela se senta no sofá da casa e passa as páginas de uma revista velha que estava na mesa de centro da sala.

Marta anda pelos corredores do primeiro andar e se pergunta o motivo de ter uma casa tão grande. Se pega pensando que antes de tudo acontecer não tinha noção do que realmente importa. A casa tá intacta mesmo com tudo ruindo, porém a vida tá sendo demolida, bombardeada, poucas são as vidas que ficarão de pé.

Subindo as escadas ela observa nas paredes quadros com fotos da família. O casamento, Will tomando banho em uma bacia de alumínio da casa se sua mãe quando ele ainda era um bebê. Memórias que haviam Cido apagadas pelas preocupações.

Entra em seu quanto e vê que tudo está da forma que ela deixou, Bill não passou por alí. Vai até a gaveta de meias, ela sabe que ele nunca junta os pares corretos.

Ao abrir a gaveta de depara com um envelope e nele estava escrito.
"Eu sempre soube que você chegaria até aqui!"
Era a caligrafia de Bill.

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Oi amor tudo bem?

Hoje estou indo para a Amazônia novamente. Sei que é arriscado, mas também sei que vocês não estão seguros. Já se passaram cinco meses desde que consegui sair da base, confesso que quase morri naquele dia.

Por sorte no meio da mata encontrei uma tribo indígena, e lá havia um grupo de missionários que me ajudaram a retornar para casa. Eles queriam saber por qual motivo estava na floresta, dei uma desculpa qualquer e eles acreditaram.

Voltei para o Rio de Janeiro mas não pude retornar para nossa casa, dar as caras por aqui não seria o ideal, eu tinha certeza que naquela época esse seria o primeiro lugar a me procurarem. Então fiquei um bom tempo escondido na casa de um amigo. Ele e piloto e tem um avião partícular de pequeno porte.

Um dia desses ele recebeu o contato de um rapaz chamado Breno, ele queria contratar os serviços. Ele estava procurando um lugar diferente para viajar com os amigos. São recém formados é querem algo diferente, vai entender a cabeça dessa juventude.

Por um tempo interceptei a linha de contato entre a base e a central de operações do distrito federal, com isso recebi a informação de que a base havia caído, e que não existia sobreviventes. Parece que não queriam deixar vestígios, pelo que parece estão com dificuldade de abastecer o helicóptero, o sistema hidráulico não funciona devido a falta de energia. Talvez eu bata de cara com alguns dos seguranças restantes na base.

Mas eu confio na sua capacidade de sobrevivência e também na do nosso filho. Sei que um dia ele será melhor do que eu fui em todos esses anos como soldado.

Sei que não vai gostar nem um pouco de saber que estou colocando a vida dessas pessoas em perigo, mas se eu quiser te ver outra vez preciso arriscar e é isso.

Ele fechou o contrato com Breno e marcou o local para onde eles iriam. Para eles uma base militar abandonada na Amazônia que estava desativada a décadas. Me apresentou a eles como guia e combinamos como seriam as coisas. Essas pessoas que estudam psicologia são malucos, acho que qualquer um que trabalha na área da saúde, você é prova viva disse. Olha para onde você foi.

Próximo a base havia uma pista de vôo, não poderemos descer na base por que com isso nosso avião será interceptado pelo radar, e seremos pegos minutos depois de chegarmos.

Deixei combinado com meu amigo que retornaremos em sete dias, acredito que seja tempo o suficiente pera te encontrar. Se caso não estivermos lá no dia marcado, ele irá embora e nós dará como desaparecidos. Breno e os outros assinaram um contrato onde não poderiam informar para ninguém o local exato de onde estão indo, por ser uma base militar o lugar não tem acesso liberado para qualquer pessoa. Eles basicamente estão invadindo o lugar.

Mas esse não é o assunto principal da carta. Sabe o Marcus? Então.
Ele estava coletando dados das pesquisas que estavam sendo feitas nos laboratórios e com isso descobriu algo preocupante. Um dos cientistas estava fazendo um experimento de campo, isso significa que estavam fazendo as mesmas coisas que fizeram na base com alguns indígenas de uma tribo próxima a base, ele estava preocupado. Já era arriscado o que estavam fazendo dentro da base, imagina levar isso para fora. E com essa suposta queda da base, os experimentos podem estar fora de controle, e isso é um risco.

Eu não sei por qual motivo estou escrevendo essas coisas. Talvez eu morra, talvez você esteja morta. Mas sigo confiando que você está viva. Por esse motivo estou deixando essas informações registradas para que você leia caso eu não esteja mas aqui.

Devo estar louco mas tudo bem. Talvez você me ouviu e foi para o depósito de alimentos, Rafael te deu o recado da minha ida acredito. Ele estava infiltrado no laboratório, estava quase se tornando um segurança do grupo principal.

Sabendo que as coisas pudessem sair de controle Marcus me deu essas informações antes de eu consegui sair da base. Estou deixando essa carta no gaveta de meias, sei que é sempre o primeiro lugar que você olha. Você sabe que eu sempre junto os pares errados.

Vá até o cofre e você achará um colar com um dente de tigre como pingente, esse dente na verdade é um pendrive e nele estão as informações que Marcus coletou.

Impeça que coisas piores aconteçam. Como essa pode ser a última vez que falarei com você, saiba que te amo!

Ass: Bill Suedy seu soldadinho.

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Marta então se direciona ao cofre assim o abrindo e vendo alguns pertences e o tal colar com o pingente de dente de tigre. Ela observa o colar por um tempo e vai até seu computador para olhar as informações contidas no pendrive, abre o único arquivo contido no pendrive e começa a ler o documento.

Doze - O Terror Continua - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora