CAPÍTULO 5

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     As coisas não saíram como o planejado. Do lado de fora da clínica pode ser ouvido o barulho dos tiros. Não demorou muito para que os moradores e comerciantes do local saíssem para entender o que estava acontecendo. Rápida também foi a chegada da polícia local para avaliar o caso. Provavelmente havia uma viatura próxima ao local.

     No estado em que estavam os cadáveres, dificilmente ele conseguiria derrubar todos com armas brancas, talvez se estivesse em um lugar amplo conseguiria esquivar dos mortos e correr menos risco de vida.

     "Não acredito que chegamos a isso. Merda, merda, merda! Como estará Brenda agora?" Pensa Douglas após os disparos.

     — Esse idiota inconsequente. Como ele fez uma besteira dessa. Agora que desculpa vamos dar para as autoridades. — Brenda fala enquanto observa os cadáveres da sala se levantar lentamente.

     Sem saber o que fazer no momento Brenda abre a porta da sala lentamente, tenta não chamar a atenção dos cadáveres. A melhor forma de conseguir derrubar todos os mortos é pegá-los furtivamente aproveitando que estão todos separados.

     Com muito cuidado ela se esgueira entre as macas pisando no chão com uma delicadeza absurda. "Essa não sou eu." Ela pensa enquanto crava uma faca na cabeça de um dos cadáveres. Ela também percebe que não é tão fácil perfurar o crânio de uma pessoa que morreu a tão pouco tempo. Ela segue usando a mesma tática para derrubar os cadáveres e sem muita dificuldade ela consegue limpar toda a área.

     — Tá vendo como se faz Douglas! — Ela fala animada.

     Ela então decide ir para o necrotério para averiguar se realmente todos os cadáveres seguiram seu parceiro pelo corredor. Chegando lá ela se surpreende. Existia no local um portão que dava acesso ao estacionamento da clínica. Eles faziam todo o processo de embalsamamento alí mesmo, já encaminhando os corpos prontos para serem enterrados. Muitas das pessoas que ficavam ali eram esquecidas por seus familiares. A clínica mesmo assim se prestava a dar um enterro digno para seus pacientes que vinham a óbito.


Do lado de fora.


     — Estamos agora nesse momento em frente a clínica psiquiátrica de Manaus onde moradores e logistas ouviram disparos. Tentamos contato com o diretor da clínica, o mesmo não quis se pronunciar. Familiares e amigos dos pacientes estão preocupados. Seguranças estão na porta impedindo a entrada de todos. Até que horas nós ficaremos sem saber o que está acontecendo lá dentro. — a repórte der fala.


Tempos depois...


     — Passou-se um tempo e ainda estamos aqui sem respostas. Nossa equipe está em contato constante com o responsável da clínica mas não tiveram respostas. Ainda estamos no escuro!

     Já acionamos a secretaria de saúde e a polícia também já está no local, mas também não nós da nenhuma informação. Espera, parece que é uma mulher ferida. Vem, me segue. Vamos até ela. — Fala com seu câmera é segue até a mulher ensanguentada.


Dentro da clínica...


     — Marcos as coisas estão saindo do controle. Já é hora de se pronunciar, já temos a polícia local é os repórteres, meu te telefone não para de tocar. — O diretor da clínica fala enquanto olha pela janela do seu escritório.

     — Não é o momento. Não temos notícias dos dois ainda. Deixe eles voltarem e aí vemos o que iremos falar com as pessoas lá fora. Qualquer coisa falamos que foi uma tentativa de homicídio, mas que ninguém saiu ferido.

     — Isso não vai funcionar Marcos. — O diretor fala.

     — Não se preocupe com isso agora. O foco agora é eliminar o perigo aqui dentro, o que está acontecendo lá fora não importa. — Marcos fala.

     As coisas fora da clínica estão saindo do controle. As pessoas estão fazendo tumulto, só que algo inesperado acontece fazendo com que todas as pessoas que estavam no local ficassem em silêncio por um instante aí ouvir o grito da repórter que estava sendo brutalmente atacada pela mulher ensanguentada.

     Antes dos tiros serem disparados Douglas se esforçou para derrubar os cadáveres mas não conseguiu. Ele até poderia conseguir, mas obrigado era grande, e naquele momento não queria morrer. A única alternativa foi abrir fogo contra os cadáveres.

     — Vão me desculpar mas não tive escolha. — Fala sozinho seguindo novamente em direção ao necrotério.

     Segue pelos corredores, passa pela porta da sala vermelha onde estavam os primeiros pacientes e vê que todos estão literalmente mortos. Brenda fez seu trabalho silenciosamente.

     Por fim ele chega ao local e Brenda está parada olhando fixamente para a portão que da acesso ao estacionamento da clínica. Por aquele instante ele não entende a gravidade da situação, mas logo cai em si.

     — Merda! Será que? — Ele pergunta já esperando uma resposta negativa.

     — Não sei, espero que não. O ideal seria sairmos agora por aqui e averiguar as coisas lá fora, até porque já acabamos de fazer o que tinha que ser feito aqui dentro.

    — Então vamos logo. Ele fala e os dois saem em direção ao estacionamento.

    Passou-se um tempo e a mulher já não gritava mas. Nessa altura é bem provável que a mesma está morta. O câmera continuou ali parado observando tudo o que estava acontecendo, as imagens continuaram indo ao ar. Algumas pessoas que estavam no local começaram a comentar entre eles, achando que tudo aquilo era apenas a gravação de algum filme ou série que seria ambientada no Brasil.

    — A polícia foi até a mulher na tentativa de parar o ataque mas não tiveram sucesso. Aquele ser que já não parecia mas um ser humano vai em direção aos policiais. Os mesmos não atiram, eles não sabem o que está acontecendo. Acabam sendo mordidos por aquilo que antes era uma mulher.

     A repórter começa a se levantar como se nada tivesse acontecido, porém era notório que ela estava diferente. A mesma corre descontrolada em direção as pessoas que estavam em volta assistindo tudo.

     Muitas pessoas foram mordidas e não foram contidas. Correram desesperadas, nessa altura a mulher ensanguentada e a repórter já tinham sido paradas pelos policiais e nesse momento Brenda e Douglas aparecem no meio de toda aquela bagunça. Eles olham e percebem que muitas pessoas foram infectadas, eles não podem fazer absolutamente nada. Sem contar que é provável que muitas pessoas que podem ter sido mordidas já tenham ido para suas casas levando consigo o vírus que se espalha muito rápido.

Doze - O Terror Continua - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora