CAPÍTULO 7

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— Will estão solicitando sua presença na tenda número um.

Um dos soldados chama Will que estava sentado em uma mesa fazendo sua refeição.

Ele vai até a tenda onde está o comandante de seu batalhão, ele está preocupado, buscando em sua mente a lembrança de ter feito algo errado. Ele sabe que o comandante não chama uma pessoa se o motivo não for sério e urgente.

— Soldado sua presença foi solicitada no nosso país. Arrume suas coisas, você parte em vinte minutos. — O comandante fala.

— Senhor por qual motivo terei que retornar, minha missão não acabou aqui. — Ele questiona.

— Motivo confidencial. Apenas te querem por lá, e o mais rápido possível. Então chega de conversa e vá recolher seus pertences. Lembrando, dezenove minutos. — O comandante fala.

— Com sua licença. — Will se retira.

Sem entender o que está acontecendo ele rapidamente arruma suas coisas e parte para a pequena pista de vôo onde um jato do exército já está a sua espera, Will entra no jato. O piloto e o copiloto estão conversando e ele escuta atentamente a conversa dos dois.

— Parece que alguns países do oriente entraram em estado de lei marcial, os militares tomaram o controle.

— Ouvi boatos, não pensei que fosse real. Você sabe qual o motivo?

— Parece que se desencadeou um surto de uma doença doida que está se espalhando. Estava em uma missão e vi uma reportagem na casa de um cívil.

— Que surpresa teremos agora? Já basta a guerra que estamos passando aqui. Sem falar que existem boatos que dois países vão estourar uma guerra nos próximos anos.

— Não sei bem do que se trata, mas pelo que vi, pessoas estavam se atacando de forma brutal. Sabe uns comendo os outros literalmente, tipo canibal tá ligado?

— Bom nosso passageiro chegou. Vamos que a viagem é longa até o Brasil. Levaremos uns dois dias para chegar, teremos que fazer algumas paradas.

Will escuta atentamente a conversa e um filme passa por sua cabeça. Ele logo entende a situação e já entende o motivo de estarem chamando ele de volta para seu país. Logo ele pensa. "Mãe, o que tá acontecendo agora?"

Um comunicado oficial se inicia de última hora. Uma contagem é iniciada em todos os tipos de mídia. Para aqueles que estavam assistindo televisão, todos os canais e até mesmo as plataformas de streaming estavam nessa mesma contagem. No celular qualquer aplicativo encaminhava para a mesma contagem, o mesmo não conseguia ser bloqueado. As pessoas estavam sem entender. Mas aquele comunicado que estava prestes a ser iniciado precisava ser ouvido por todos sem exceção.

"Nação brasileira, esse é um comunicado importante e preciso que que vocês fiquem atentos em tudo o que eu disser nesse momento. Um vírus foi descoberto e está se espalhando muito rápido. Ainda não sabemos sua origem, mas recebemos a informação que ele é altamente contagioso, então a partir de amanhã tudo será fechado. As linhas aéreas já estão fechadas, viagens interestaduais também estão proibidas. Vocês terão até hoje para abastecer suas despensas. Se já tem alimentos o suficiente em casa evitem sair. No mais não tenho maiores informações. Manteremos vocês atualizados, então fiquem atentos."

E assim a transmissão se encerra.

21/02/2020

Passaram-se dois dias e nas ruas só se vê carros do exército e da polícia do estado. Marta não saiu do laboratório até então. Brenda e Douglas já chegaram no Rio de Janeiro mas foram para casa, merecem um descanso depois do ocorrido em Manaus. Will está em uma sala da clínica psiquiátrica junto com Breno.

— Como chegamos a isso? – Ele pergunta.

— Não éramos pra ter chegado. Marta já se encontra por dois dias no laboratório tentando entender o que aconteceu. Ela diz que é impossível o vírus se espalhar pelo ar, ele morre antes de infectar alguém. Ela está deduzindo que antes de nós entrarmos na base um ou mais experimentos devem ter saído pelo portão que estava aberto.

— Espera. Vocês não abriram o portão para entrar? — Ele pergunta.

— Não, quando chegamos ele estava meio aberto, foi até difícil para a gente entrar. Mas para um cadáver passar por ali seria fácil. — Breno fala.

— Se minha mãe tá falando eu acredito. – Diz Will com um sorriso no rosto.

— Como nós destruímos o lugar antes de sairmos, é bem pouco provável que algum morto ou criatura tenha saído. Nós incineramos o local, não deixamos nada para trás. Marta tem acesso ao satélite que mostra imagens da base e de fato não há indícios de algo ter saído de lá. — Breno fala enquanto coloca uma garrafa de água na mesa. — Aceita uma água?

— Por agora não, obrigado!
Então de qualquer forma tudo isso iria acontecer, mesmo se vocês não fossem a base.

— Provavelmente. Acho que a única coisa positiva que tiramos de lá foram você e sua mãe maninho.

— Sentimentalismo uma hora dessas Breno.

— Não, que isso. Mas sabe como é né nós dois temos uma ligação você me salvou lembra?

— Sim lembro. Mas para com esse papo que tá me enjoando.

— Gostava quando você era aquele menino medroso de dezessete anos que encontrei na base. Olha só pra você, essa viagem te mudou.

— Para com esse papo e vamos descer, quero ver minha mãe.

Os dois se retiram da sala e caminham até o elevador para ir ao laboratório onde Marta está. Por qual motivo Marta não sai de lá.

— Então de acordo com a minha pesquisa esse vírus não se espalha pelo ar, nós já fizemos testes. E o vírus morre antes mesmo de infectar. Como eu disse antes, provavelmente alguém de dentro deixou os experimentos escaparem.

— Marta, nós já olhamos as imagens do satélite e não detectamos a saída de nenhum experimento.

— Assim como vocês não detectaram a entrada dos doze? Assim como não detectaram a presença de Bill sendo que o mesmo estava sendo procurado por vocês. Olha, na realidade vocês só souberam que algo estava acontecendo na base por causa do alerta devido a destruição do local.

— Tente não se alterar por favor doutora.

— Já estou a dois dias tentando achar uma maneira de parar a infecção e vocês estão me enchendo a paciência. Vão para a casa do caralho todos vocês! Assim que achar uma forma de resolver esse caos todo eu mesma entro em contato.

Marta finaliza a chamada de vídeo com um senhor também de jaleco branco. Ela olha para trás e vê que Will estava ali. Vendo seu filho Marta caminha até a porta de sua sala, segura a mão de Will e diz; Eu te amo!

Doze - O Terror Continua - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora