CAPÍTULO 11 - Bill Suedy

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— Bill

Uma voz chama por ele no corredor de acesso aos dormitórios. Ao olhar pra trás ele vê que é Marcus.

— Doutor Marcus como vai?

— Vou bem. Você teria um tempo para conversar?

— Claro! Só me dá cinco minutos, darei instruções para dois soldados que estão no dormitório e desço para conversarmos.

— Certo te espero.

Não demorou muito é Bill bate na porta do escritório de Marcus que fica localizado no segundo andar do prédio central.

— O que quer falar comigo Marcus? — Ele vai até ele e estende a mão para um cumprimento.

— Peço que por gentileza não aperte minha mão.

— Claro como desejar.

— Não estou me sentindo bem esses últimos dias. Acredito ser a radiação.

— Já falei para você deixar isso de lado.

— Eu sei, eu sei. Mas estou perto de descobrir um jeito de parar isso. O problema é que tenho que me sujeitar a certas coisas, para conseguir essas informações.

— Tá se arriscando muito não acha?

— Sei disso.

— Então deixa isso de lado e tenta achar uma boa desculpa para sair desse inferno todo. Você consegue isso, eu não.

— Como anda Marta e Will? Soube que ela está fazendo um ótimo trabalho supervisionando a área médica.

— Ela é muito boa no que faz. E Will só vive no quarto com a cara no videogame, mas faz as lições que são passadas a ele.

— Que loucura estar com toda a sua família aqui em.

— Nem fala Marcus, nem fala.

— Bom, eu sei que está pensando em fugir. Não precisa se preocupar, não vou falar com ninguém.

— E como soube?

— Andei conversando com você todo esse tempo. Sei que não está feliz em estar aqui.

— É não mesmo. Ainda mas...

— Sim, ainda mas com as coisas que estão acontecendo.

— Eu vi algo que não deveria ter visto.

— É sobre isso que preciso conversar com você.

— Então diz.

— Estou colhendo informações sobre experimentos que estão sendo feitos fora da base porém não tenho informações sobre o local e nem o que estão fazendo lá com certeza. Porém sei que fora da base não é seguro, estamos lidando com um vírus perigoso e contagioso.
Sei que amanhã estarão destraídos com um teste e todos estarão no pátio assistindo, acredito que seja o melhor momento para você sair da base. Só há um problema. Você terá que sair sem sua família.

— Nada feito. Como deixar minha família nesse lugar para morrer.

— Vou tentar deixá-los seguros, confia em mim. A lugares seguros onde eles podem se manter vivos por décadas aqui.

— Não sei.

— Pensa que o que está em jogo e o futuro de todos do mundo. Você sabe o que está acontecendo aqui. Quantos homens você já perdeu?

— Prefiro não contar.

— Então te entregarei um pendrive com todas as informações, hoje mesmo termino de coletar os dados.

— Não tem garantia de que eu consiga escapar. Quer confiar a mim essas informações?
Se eu morrer no caminho vai ser em vão todo o seu trabalho para coletar essas informações.

— O melhor soldado que temos não vai morrer tão facilmente não é?

— Prefiro não colocar muita expectativa.

— Certo, amanhã venha até meu escritório bem cedinho que te passarei o pendrive.

Bill se retira e caminha pela base estudando sua rota de fuga. A muitos soldados pela base e alguns estão na cola de Bill, alguém do alto escalão suspeita dele. Mas se todos estiverem nesse evento o caminha estara livre para ele.

Ele se sente observado todo o tempo, mesmo assim está decido, Confiará a segurança de sua família a Marcus, ele sairá da base custe o que custar.

— Marta, boa noite.

— Oi amor, boa noite.

— Quero te pedir um favor. A partir de amanhã faça suas refeições na cabine de segurança no depósito.

— Por qual motivo?

— Não gosto de você almoçando ou jantando com esse monte de soldado. Sabe a quanto tempo essa galera não transa?

— Percebi que eles te olham com olhares obscenos.

— É sério que você vai vir com esse ciuminho bobo na altura do campeonato?

— Não e ciúme!

— São quantos anos mesmo? Ah vinte anos para você vir com esse papo.

— Só me diz que vai fazer isso por favor.

— Tá bom. Não acho necessário, mas farei como você quer.

— Você verá que é para o seu bem.

— Certo.
Agora vamos parar com esse papo e vamos dormir que amanhã teremos um longo dia. Um paciente veio do laboratório e a ala hospitalar está uma loucura. Confesso que nunca vi nada igual.
Passei a fazer anotações sobre o comportamento do paciente.

— Espero que não seja nada perigoso.

— Bom, para mim está sendo um desafio.

— Boa sorte com seu paciente amanhã.

— Obrigada!

A idéia de irem fazer as refeições no depósito foi de Marcus. Poucas pessoas acessavam aquele prédio, apenas as pessoas que trabalham na cozinha.

Lá eles estariam seguros, bom foi o que Marcus deduziu. Bill estava preocupado e seu coração apertado em deixar sua família na base, mas a missão falou mais alto. Ele tinha um dever a ser cumprido, e ordens são ordens.

A manhã chegou rápido. Marta quando acordou não encontrou Bill na cama. Essa então foi a última noite que os dois passaram juntos.

Marcus conseguiu as informações e entregou o pequeno pendrive disfarçado em um pingente de dente de tigre em um colar. Diz para ele deixar essas informações com alguém de confiança, para que a informação chegue aqueles que podem resolver.

Com isso Bill deixa a base pelo rio que corria próximo ao gerador. No dia seguinte eles colocaram uma cerca impedindo a passagem de pessoas por aquele local.

Mesmo sem saber o paradeiro de Bill deram ele como morto e seguiram com o que havia sido planejado.

Marta soube logo em seguida que ele havia fugido, um soldado foi até ela dizendo que ele iria voltar. Disse para ela não se preocupar que ele iria receber ajuda ao sair, e que era para ela manter a promessa de fazer as refeições no depósito de alimentos.
" — Não é apenas pelos tarados - O soldado ri de leve. — Algo ruim vai acontecer. - Ele disse, pediu licença e se retirou deixando ela ali parada sem reação alguma.

Doze - O Terror Continua - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora