CAPÍTULO 6

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Sabe as vezes o melhor a se fazer é fechar os olhos e esquecer das coisas a sua volta. Passamos diariamente por problemas e se não deixarmos algumas coisas passarem a gente acaba ficando louco. Brenda nesse momento faz isso, vira de costas e se direciona a entrada da clínica. Ela está com seu celular na mão pronta para fazer uma ligação.

Douglas por sua vez permaneceu no meio da bagunça tentando convencer as pessoas que foram feridas a irem até a clínica para que possam cuidar dos seus ferimentos. Alguns já foram para suas casas, mas se os que estão ali forem colocados em quarentena já ajuda a diminuir o índice de infecção.

Marta solicitou a presença de Will que estava em uma missão da aeronáutica em uma cidade na África do Sul. Imediatamente liberaram ele e no máximo em dois dias ele chegará no Rio de janeiro.

No laboratório ela está reunida apenas com Breno. Os outros estão atendendo seus pacientes na clínica psiquiátrica. Marta esta esperando alguma notícia vinda de Manaus mas até então não havia recebido nenhum sinal de Brenda e Douglas.

— Espero que as coisas estejam caminhando bem por lá. - Marta fala.

— Marta, mas nós já sabemos que no mundo todo as coisas estão saindo de controle. Já existem países que as coisas estão críticas, e não estão sabendo lidar com a situação. - Breno fala enquanto rola o feed do seu Facebook. — Olha isso aqui, pessoas estão sendo mortas brutalmente por outras na Índia. - Ele mostra a notícia para Marta.

— Com isso adiamos a tal esterilização da região de Manaus. A infecção não está mas apenas em nosso país. Agora temos que conter a situação aqui, controlando a proliferação, e com nossas fronteiras fechadas conseguiremos livrar nossa barra. - Marta fala deixando seu celular sobre a mesa. Anda até a porta e é nesse meio tempo que seu celular toca. Ao olhar a tela de seu aparelho ela percebe que é Brenda e a atende na mesma hora.

"Marta tivemos um problema aqui em Manaus. Infelizmente não conseguimos conter a infecção. Um dos cadáveres saiu por um portão que estava aberto no necrotério, assim atacando algumas pessoas na rua. Douglas está convencendo as pessoas feridas a se tratarem aqui na clínica, assim deixaremos elas em observação. Mas já sabemos que elas não saíram mas daqui. Não sabemos ao certo quantas pessoas foram infectadas, tivemos um número grande de civis e polícias na frente da clínica por causa de alguns tiros que foram disparados. Agora resta encontrar essas pessoas. Será como caçar agulhas em um palheiro, estamos torcendo para que eles procurem ajuda antes do pior."

"Tá, foram muitas informações jogadas ao mesmo tempo. Mas entendi, não se desespere ainda. Vamos dar um jeito. Provavelmente a gente encontra essas pessoas usando as câmeras das casas e dos comércios ao redor da clínica. O problema por aí não é tão sério quanto ao que está acontecendo no mundo. Vocês foram enviados nessa missão, porém a situação em alguns países estão bem críticas e as pessoas não estão sabendo o que fazer. Está se transformando em um caos total. Vou pedir que Marcos fique responsável por Manaus e mandarei um jato para buscá-los ainda hoje."

Marta tenta passar tranquilidade para Brenda, mas no seu interior ela estava sentindo medo e preocupação. Essa situação não é tão simples assim de resolver.

"Certo Marta. Só vamos checar o estado dos pacientes, ver seus tipos sanguíneos e se possuem alguma doença. Você sabe que esses precisam ser mortos antes de se transformarem. Não serão apenas mortos ambulantes."

"Assim que mandar o jato aviso vocês. Podem fazer o que tiverem que fazer com calma."

"Ok Marta!"

Elas encerram a ligação.

Breno que estava com Marta no momento sabia que algo ruim havia acontecido, porém não perguntou nada enquanto ela estava na ligação com Brenda. Mas assim que a conversa se encerra.

— Marta, percebi que algo aconteceu. Quer compartilhar?
Estou te sentindo tensa. – Breno fala ao ver o olhar de preocupação de Marta.

— Veja por favor como está a agenda de vocês para os próximos dias. Cancele todos os atendimentos dessa semana por enquanto.

— Tem certeza Marta? Também não podemos levantar suspeitas aqui.

— Os outros estarão trabalhando normalmente. Só vocês oito estarão ausentes. Brenda e Douglas voltarão ainda hoje. Vou contatar uma pessoa para buscá-los em Manaus. Também já pedi a liberação de Will, ele deve chegar em dois dias.

— Ok Marta! Vou falar com outros agora.

— Ótimo! Quando acabar os atendimentos de hoje quero que todos vocês vão para casa e descansem bastantea. As coisas amanhã serão complicadas.

Breno se retira da sala e Marta senta em frente ao seu computador. Ela abre seu e-mail e percebe que sua caixa de entrada está cheia de mensagens não lidas. O Presidente já havia sido informado das coisas que aconteceram em Manaus e não estava muito contente, também não gostou da atitude de Raquel e Silva comos soldados enviados ao rio para serem treinados.

Ela tenta se justificar mas diz que dará um jeito de resolver as coisas. Como se fosse algo simples de se resolver não é mesmo?!
Ela tbem relata que as coisas fora do país não estão boas, estão até piores que no Brasil e que não e necessário se preocupar tanto com a situação atual que por parte está contida apenas em um único estado.

Ela pede ao Presidente que bloqueie toda a entrada e saída de pessoas ao país. Ela sugere que seja informado que um vírus altamente contagioso que não pode ser contido está se espalhando e matando muitas pessoas. Ela sabe que ele consegue fazer essas coisas.

Em seguida ela abre outros e-mails e percebe que são de fora do país. As coisas estão fora de controle e estão desesperados a procura de Marta que para eles é a única pessoa que pode fornecer ajuda. A mesma responde em uma mensagem compartilhada. "Apenas mate os infectados com um tiro na cabeça."

Ela fecha seu e-mail e desliga o computador joga seu celular na mesa e sai de sua sala. Caminha pelo laboratório e segue até o elevador. A mesma sobe para a clínica que está ali apenas de fachada, mas que mesmo assim ajuda muitas pessoas. Marta vê o sorriso no rosto de uma menina de dezesseis anos que estava encerrando sua última sessão com o doutor Silva. Essa menina que agora sorri chegou na clínica ensanguentada nós braços da mãe, a mesma havia tentado se matar por estar sofrendo bullying na escola.

— Olha Tia Marta, bem que a senhora falou que a Marca ia ficar fininha. Quase não dá pra ver a besteira que eu fiz. — A menina fala levantando os braços deixando seus pulsos a amostra.

— Eu disse que sou ótima fazendo sutura não disse. — Marta fala dando risada. — Vou indicar um amigo meu que consegue fazer uma mágica nessa linhazinha aí.

— Não precisa não. Essa linhazinha aqui vai ajudar muitas pessoas. — A menina fala.

— Como assim? — Marta pergunta.

— Com elas vou mostrar para as outras pessoas que não vale jogar a vida fora. Sabe como é tia, aprendi com o tio Silva que a vida é muito mais valiosa que qualquer outra coisa, e que não podemos desperdiçar né. A gente só tem uma.
Agora quero ter uma vida muito longa para me tornar uma mulher assim igual a você, pra ajudar muita gente também. — A menina fala.

Marta começa a chorar. Um misto de sensações se movem dentro de seu peito, ela sente medo de não conseguir controlar o surto e com isso matar o sonho da menina.

— Tia o que foi? — A menina pergunta.

— Não é nada meu amor. Só tô feliz que você está bem e saudável. — Ela fala ao enxugar os olhos.

Marta se despede e segue caminhando pela clínica.

Doze - O Terror Continua - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora