CAPÍTULO 23

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— Mãe a senhora precisa andar mais rápido. — Um jovem aparentando ter seus dezesseis anos fala.

— Depois de horas tentando despistar aquela horda, você acha que sou um robô? — A mulher fala.

— Claro que não. Mas aqueles cadáveres podem se aproximar outra vez.

— Havia tempos que não via uma quantidade tão grande de mortos. Por algum motivo estão migrando outra vez para a cidade.

— O melhor a se fazer no momento é sair da cidade e ir para um lugar seguro.

Os dois andam pelas ruas da cidade. Nuvens escuras cobrem o céu no momento. Sinal de que a qualquer momento cairá uma chuva forte.

— Antes de qualquer coisa precisamos nos abrigar, parece que vai cair um pé d'água em breve.

— Vamos!

Além da chuva, a baixa luminosidade de um tempo nublado faz com que alguns pálidos saiam de suas tocas, por haver ausência da luz solar.

Os dois apertam o passo e começam a procurar um lugar seguro para se proteger da chuva e dos perigos agora existentes em sua realidade. Entram em uma loja de conveniência que estava com a porta aberta.

— Se eu fosse vocês não daria nem mais um passo. — Brenda fala. — O que fazem nessa região, e de onde vieram?

— Calma. Viemos da região norte do estado,havia uma horda gigantesca de mortos vivos e tivemos que sair às pressas. — A mulher fala.

— Armas? — Brenda pergunta.

— Algumas, mas sem munição. — Ela responde.

— Estão sozinhos?

— A tempos sim.

— Grupo de pessoas amigáveis?

— Não muito. Esse novo mundo meche com a cabeça das pessoas.

— E como está a sua cabeça?

— Bom, preciso me manter sã. — Ela fala e aponta o dedo para seu filho.

— O que fazia antes da infecção?

— Eu gerenciava um hiper mercado. Sou formanda em administração. — Ela fala.

— O que te fez permanecer viva até o momento?

— Meu filho é claro. Sinto medo todos os dias, mas ele me encoraja a nunca desistir e por esse motivo ainda estou viva.

— Como se chama?

— Me chamo Roberta, e meu filho se chama Mateus.

— Bom, somos poucos nessa altura do campeonato então não irei mata-los. Mas recomendo que procurem um lugar seguro para se abrigarem, essa loja não possue tranca.

— Espera, nos podemos nos juntar a você?

— Se essa é sua vontade não vejo problema. Estamos à procura de sobreviventes mas queremos que eles decidam se querem ou não seguir conosco. Caso não me dissesse que queria me acompanhar te daria um pouco de munição e os deixaria ir. — Brenda fala isso mas por dentro está feliz por depois de anos encontrar pessoas vivas e sem ao menos estar procurando.

— Seu abrigo é longe de onde estamos agora.

— Cerca de dois quilômetros.

— Com o tempo lá fora é arriscado andar por ai.

— Não se preocupe, meu carro está estacionado na rua ao lado. Chegaremos em alguns minutos. Como já limpamos a área próxima ao nosso assentamento, agora precisamos nos afastar um pouco para achar alguns itens básicos.

— Vocês são em quantas pessoas?

— Somos doze até o momento, doze desde que o surto começou.

Estamos divididos em três assentamentos, e alguns dos nossos estão em campo procurando sobreviventes, mas isso é uma coisa rara.

— Sem querer você achou.

— Sim, por incrível que pareça.

A chuva arriscava cair quando

eles saem da loja. Correm para a rua ao lado onde estava o carro estacionado ao lado de uma pilha de cadáveres.

— Que bom que eu cheguei aqui primeiro né? — Brenda fala. — Eles estavam vagando por aqui quando eu cheguei.

— Você deu conta de todos eles sem uso de arma de fogo? — Mateus pergunta admirado por tal feito.

— Eles são fracos e estão podres. Nessa altura não representam risco, o problema é quando estão em grande quantidade. Não dá pra encarar uma horda sozinha. — Brenda fala.

— Nossa que incrível! — Ele fala.

— Onde você estava quando o surto começou? — Roberta pergunta.

— É complicado.

Mas estou nossa bem antes do surto se iniciar. — Brenda responde.

— Eu nem imagino o que você tenha passado. — Roberta fala.

— Mas isso é uma história para outra hora. Vou me apressar para chegarmos rápido ao assentamento. Se cair a tempestade que o tempo está indicando não poderemos partir para o interior.

Brenda segue tranquila até a base. Por já terem limpado toda a área não se vê mortos vivos por ali.

— Essa horda que está se direcionando para cá é muito grande? — Brenda quebra o curto período de silêncio.

— Uma centena por ai. Não ficamos próximos a horda. — Ela fala.

— Isso é preocupante, um número grande de mortos vivos e ainda em bando. Vamos ter trabalho nos próximos dias. Vou pedir que os outros venham para dar um suporte. — Brenda fala e buzina. — Chegamos!

O portão se abre e logo Douglas sai para recepcionar sua amiga, se admira ao ver que ela estava acompanhada de outras pessoas vivas.

— Olha só que surpresa! — Ele fala e abre um largo sorriso.

— Depois apresento nossos convidados, precisamos que os outros venham para cá, exceto Raquel e Marta. Tem uma horda migrando nessa direção, e não é coisa pequena. — Brenda fala.

— Logo agora que estávamos com planos de sair? A mano, até limparmos toda essa área mais uma vez. — Douglas fala frustrado.

Andando pelo grande condomínio com casas inabitadas Brenda pede que Roberta escolha uma casa para morar junto com o filho.

Mateus logo se admira com as casas.

— É sério que qualquer uma?

— Temos casas ocupadas, mas não nessa área. Então podem escolher a que quiserem. — Ela fala.

Mateus corre pelas ruas do condomínio olhando casa por casa com um sorriso no rosto.

— Fazia tempo que o via tão empolgado assim. — Roberta fala.

— Aqui dentro as coisas parecem ser normais sabe? Daria pra viver por aqui até tudo se apodrecer lá fora. Mas a gente sempre sai. Nos vemos na obrigação de ajudar as pessoas caso haja sobreviventes lá fora.

— Na minha opinião não vale muito salvar as pessoas que vivem nesse mundo atualmente.

— Então você se encaixa nesse grupo de pessoas?

Se sim vou convidá-los a se retirarem.

— Não. Não é isso.

— Então não generalize. Você sabe o que se deve ser feito para salvar sua própria vida ou a vida de uma pessoa que ama.

— Sim, sei!

Doze - O Terror Continua - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora