— Mãe a senhora precisa andar mais rápido. — Um jovem aparentando ter seus dezesseis anos fala.
— Depois de horas tentando despistar aquela horda, você acha que sou um robô? — A mulher fala.
— Claro que não. Mas aqueles cadáveres podem se aproximar outra vez.
— Havia tempos que não via uma quantidade tão grande de mortos. Por algum motivo estão migrando outra vez para a cidade.
— O melhor a se fazer no momento é sair da cidade e ir para um lugar seguro.
Os dois andam pelas ruas da cidade. Nuvens escuras cobrem o céu no momento. Sinal de que a qualquer momento cairá uma chuva forte.
— Antes de qualquer coisa precisamos nos abrigar, parece que vai cair um pé d'água em breve.
— Vamos!
Além da chuva, a baixa luminosidade de um tempo nublado faz com que alguns pálidos saiam de suas tocas, por haver ausência da luz solar.
Os dois apertam o passo e começam a procurar um lugar seguro para se proteger da chuva e dos perigos agora existentes em sua realidade. Entram em uma loja de conveniência que estava com a porta aberta.
— Se eu fosse vocês não daria nem mais um passo. — Brenda fala. — O que fazem nessa região, e de onde vieram?
— Calma. Viemos da região norte do estado,havia uma horda gigantesca de mortos vivos e tivemos que sair às pressas. — A mulher fala.
— Armas? — Brenda pergunta.
— Algumas, mas sem munição. — Ela responde.
— Estão sozinhos?
— A tempos sim.
— Grupo de pessoas amigáveis?
— Não muito. Esse novo mundo meche com a cabeça das pessoas.
— E como está a sua cabeça?
— Bom, preciso me manter sã. — Ela fala e aponta o dedo para seu filho.
— O que fazia antes da infecção?
— Eu gerenciava um hiper mercado. Sou formanda em administração. — Ela fala.
— O que te fez permanecer viva até o momento?
— Meu filho é claro. Sinto medo todos os dias, mas ele me encoraja a nunca desistir e por esse motivo ainda estou viva.
— Como se chama?
— Me chamo Roberta, e meu filho se chama Mateus.
— Bom, somos poucos nessa altura do campeonato então não irei mata-los. Mas recomendo que procurem um lugar seguro para se abrigarem, essa loja não possue tranca.
— Espera, nos podemos nos juntar a você?
— Se essa é sua vontade não vejo problema. Estamos à procura de sobreviventes mas queremos que eles decidam se querem ou não seguir conosco. Caso não me dissesse que queria me acompanhar te daria um pouco de munição e os deixaria ir. — Brenda fala isso mas por dentro está feliz por depois de anos encontrar pessoas vivas e sem ao menos estar procurando.
— Seu abrigo é longe de onde estamos agora.
— Cerca de dois quilômetros.
— Com o tempo lá fora é arriscado andar por ai.
— Não se preocupe, meu carro está estacionado na rua ao lado. Chegaremos em alguns minutos. Como já limpamos a área próxima ao nosso assentamento, agora precisamos nos afastar um pouco para achar alguns itens básicos.
— Vocês são em quantas pessoas?
— Somos doze até o momento, doze desde que o surto começou.
Estamos divididos em três assentamentos, e alguns dos nossos estão em campo procurando sobreviventes, mas isso é uma coisa rara.
— Sem querer você achou.
— Sim, por incrível que pareça.
A chuva arriscava cair quando
eles saem da loja. Correm para a rua ao lado onde estava o carro estacionado ao lado de uma pilha de cadáveres.
— Que bom que eu cheguei aqui primeiro né? — Brenda fala. — Eles estavam vagando por aqui quando eu cheguei.
— Você deu conta de todos eles sem uso de arma de fogo? — Mateus pergunta admirado por tal feito.
— Eles são fracos e estão podres. Nessa altura não representam risco, o problema é quando estão em grande quantidade. Não dá pra encarar uma horda sozinha. — Brenda fala.
— Nossa que incrível! — Ele fala.
— Onde você estava quando o surto começou? — Roberta pergunta.
— É complicado.
Mas estou nossa bem antes do surto se iniciar. — Brenda responde.
— Eu nem imagino o que você tenha passado. — Roberta fala.
— Mas isso é uma história para outra hora. Vou me apressar para chegarmos rápido ao assentamento. Se cair a tempestade que o tempo está indicando não poderemos partir para o interior.
Brenda segue tranquila até a base. Por já terem limpado toda a área não se vê mortos vivos por ali.
— Essa horda que está se direcionando para cá é muito grande? — Brenda quebra o curto período de silêncio.
— Uma centena por ai. Não ficamos próximos a horda. — Ela fala.
— Isso é preocupante, um número grande de mortos vivos e ainda em bando. Vamos ter trabalho nos próximos dias. Vou pedir que os outros venham para dar um suporte. — Brenda fala e buzina. — Chegamos!
O portão se abre e logo Douglas sai para recepcionar sua amiga, se admira ao ver que ela estava acompanhada de outras pessoas vivas.
— Olha só que surpresa! — Ele fala e abre um largo sorriso.
— Depois apresento nossos convidados, precisamos que os outros venham para cá, exceto Raquel e Marta. Tem uma horda migrando nessa direção, e não é coisa pequena. — Brenda fala.
— Logo agora que estávamos com planos de sair? A mano, até limparmos toda essa área mais uma vez. — Douglas fala frustrado.
Andando pelo grande condomínio com casas inabitadas Brenda pede que Roberta escolha uma casa para morar junto com o filho.
Mateus logo se admira com as casas.
— É sério que qualquer uma?
— Temos casas ocupadas, mas não nessa área. Então podem escolher a que quiserem. — Ela fala.
Mateus corre pelas ruas do condomínio olhando casa por casa com um sorriso no rosto.
— Fazia tempo que o via tão empolgado assim. — Roberta fala.
— Aqui dentro as coisas parecem ser normais sabe? Daria pra viver por aqui até tudo se apodrecer lá fora. Mas a gente sempre sai. Nos vemos na obrigação de ajudar as pessoas caso haja sobreviventes lá fora.
— Na minha opinião não vale muito salvar as pessoas que vivem nesse mundo atualmente.
— Então você se encaixa nesse grupo de pessoas?
Se sim vou convidá-los a se retirarem.
— Não. Não é isso.
— Então não generalize. Você sabe o que se deve ser feito para salvar sua própria vida ou a vida de uma pessoa que ama.
— Sim, sei!
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Doze - O Terror Continua - Livro 2
Fiksi IlmiahApós os eventos ocorridos na base militar no meio da Amazônia, o grupo de sobreviventes se vê outra vez em apuros. Dois anos se passaram e o que antes estava apenas em um lugar isolado começa a se espalhar pelo mundo. O que será da raça humana agora...