Ela ficou parada por uns cinco minutos antes de ter alguma reação após ter sido comunicada da fuga de Bill. Para ele ter saído algo realmente está acontecendo.
Ela volta para o laboratório e os médicos da equipe a questiam o motivo da morte de Bill, a notícia correu por todo a base como se Bill estivesse morto.
Marta por sua vez decidiu não falar. Logo os outros perceberam e entenderam que não era o momento para certo tipo de questionamento.
Ela avalia a situação do paciente que havia chegado e percebe que algo fora do comum está acontecendo. Não realidade o que é comum nesse lugar?
A mesma continuou fazendo suas anotações sobre o paciente, o mesmo estava sedado por estar hostil. Ela acompanhou todo o processo de transformação daquilo que antes era um homem. Com isso outros pacientes similares foram chegando, ela por sua vez não entendia o motivo de estarem mandando todas essas pessoas para a ala hospitalar.
Alguns dias se passaram.
Marta fez da forma que Bill a pediu. Todos os dias estavam fazendo as refeições no depósito de alimentos. No dia anterior o soldado que havia informado a Marta sobre a saída de Bill entregou a chave de uma das cabines de segurança do prédio.Ela tentou ir atrás de respostas sobre o que estava acontecendo, e a única informação que recebeu foi que algo havia acontecido no laboratório central. E com isso...
"Atenção! Por motivos de segurança pedimos que se direcionem as suas salas e acomodações."
Essa mensagem é repetida três vezes e as pessoas começam a se mover pelos corredores da base. Haviam chegado um grande número de recrutas recentemente. Marta estava indo para seu quanto quando lembra do depósito. Ela corre entre os cientistas e médicos no prédio. Não usa o elevador, sobe as escadas abre a porta e chama por Will. Ele percebe a aflição de Marta e sai junto com ela do quanto.
Descem as escadas e se direcionam ao lado contrário esbarrando em pessoas que não entendiam o desespero de Marta.
Adentrando o depósito lá havia apenas os funcionários. Cerca de quarenta pessoas. Dez minutos se passaram e com isso a passagem para o prédio central se fecha, se transformando em uma parede sólida.
— Mãe o que está acontecendo?
— Não sei ao certo filho, mas estamos presos aqui dentro.
— Presos?
— Sim filho, presos!
Os dias foram passando e algumas das pessoas que estavam lá dentro começaram a apresentar alguns sintomas estranhos. Reclamando de dores nas articulações, alguns com febre alta. Os medicamentos básicos não surtiam efeito algum. Marta como médica não entendia o que estava acontecendo ali.
— Senhor consegue me dizer se teve contato com algo estanho nesses últimos dias?
— Nada estranho, talvez algo que eu possa ter comido e com isso peguei uma infecção. Mas tomei uma vacina no dia em que ficamos presos aqui.
Ela pergunta para uma moça que estava ao lado se a mesma havia tomando essa vacina e ela disse que não. Marta então continua a conversa com o rapaz.
— Outras pessoas estavam com você no momento?
— Eles foram até meu quanto. Disseram que estavam indo de quarto em quarto para fazer a aplicação.
— Conhecia eles?
— Não senhora.
Pensei que fossem médicos novos.Marta sondou os outros que também estavam doentes e os mesmos receberam a visita de supostos médicos.
— Bem estranho apenas as pessoas que receberam essa visita estarem tendo esse tipo de sintomas. - Ela fala com ela mesma em um sussurro.
Os dias de passaram e as pessoas que estavam doentes morreram por hipertermia com a temperatura corporal chegando a quase cinquenta graus. Bom isso foi o que ela deduziu.
— Mas que infecção severa é essa? - Ela se pergunta.Com a ajuda das outras pessoas eles colocam os cadáveres em um canto do depósito e se acomodam para descansar. No dia seguinte eles iriam decidir o que fazer com os cadáveres. Talvez colocá-los em um dos freezers. Mesmo não tendo energia para manter os corpos preservados, eles estariam fechados dentro de uma caixa impedido o odor que logo logo iria exalar dos corpos.
Eles sabem que é noite, o teto do local é de vidro reforçado, com isso o local se mantem um pouco ilimitado pela luz da lua, não os deixando totalmente no breu.
Marta entra para a cabine com Will e os outros ficam fora conversando. Com isso ela adormesse junto com Will.
Algumas horas se passaram e batem em sua porta de forma desesperada. Uma voz grita do lado de fora dizendo que as pessoas não estavam mortas. Que por algum milagre eles estavam todos de pé. Marta então abre a porta e as pessoas correram em direção as outras na intenção de entender o que estava acontecendo. Mas isso foi um erro. As pessoas que estavam saudáveis começam a ser mordidas pelas outras, mesmo com a baixa iluminação Marta pode ver uma cena de filme de terror, mas aquilo era uma ficção, era a sua realidade.
Imediatamente Marta fecha a porta e a tranca. Pessoas gritam desesperadas do lado de fora querendo entrar mas ela não permite. Will está com as mãos nos ouvidos tentando abafar o som de morte que está do lado de fora.
No fim apenas Will e Marta ficaram vivos dentro do prédio. Marta saia periodicamente para pegar comida e com isso aprendeu a lidar com aqueles mortos. Não os enfrentava, se escondia, agia de forma furtiva evitando que eles tivessem contato visual. Por sorte o número de mortos não era tão grande onde ela e seu filho estão.
O tempo passou de forma lenta ali dentro. Ela não entendia o que estava acontecendo. Se manteve forte e firme como uma rocha, sabe que Will precisa dela.
Certo dia estando ela fora da cabine pra consegui alimento, nesse período ela estava bem mais tranquila, os mortos estavam bem lentos. Alguns não conseguiam se manter de pé e ficavam se arrastando pelo chão. Inesperadamente a passagem que havia se fechado abriu chamando a atenção dos mortos os levando para a saída.
Algumas horas se passaram e Marta decide sair na esperança de encontrar ajuda. Se a passagem se abriu sinal de que a anergia foi restabelecida, alguém estava na base. Deixando Will ela parte e diz que retornará.
Marta fica por um dia presa em uma sala do prédio hospitalar. Por pouco ela não morre. Foi perseguida por uma centena de mortos. Sua sorte foi que os corredores de acesso estavam vazios e a maioria dos cadáveres estavam fora da base e no saguão do prédio central.
Quando as coisas ficaram tranquilas e os mortos se dispersaram ela vai até sua antiga sala e vê um cadáver e com força atinge sua cabeça. Quando o corpo cai, ela percebe que a pessoa não estava morta, apenas coberta pelas entranhas de pessoas mortas.
— Será que eu matei esse homem? - Ela fala e se agacha para observar de perto.
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Doze - O Terror Continua - Livro 2
Ficção CientíficaApós os eventos ocorridos na base militar no meio da Amazônia, o grupo de sobreviventes se vê outra vez em apuros. Dois anos se passaram e o que antes estava apenas em um lugar isolado começa a se espalhar pelo mundo. O que será da raça humana agora...