PRÓLOGO

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     Descendo uma longa ladeira com grama baixa me deparo com um homem estranho, ele estava cavando um grande buraco.

     Me aproximei e ele parecia estar atordoado, não parecia estar são. Ele trajava uma calça, casaco e uma bota preta, uma luva branca na mão suja com algum tipo de óleo.

     Comecei a conversar com ele tentando entender o que ele estava fazendo, logo o mesmo me disse que estava alargando o buraco para colocar a próxima pessoa que ele tinha matado. Me assustei, mesmo assim permaneci ali querendo entender o motivo de tudo aquilo.

     Ele começou a dizer que já havia matado muitas pessoas e que para cada morto ele trocava as luvas. Até então não tinha visto, mas descendo um pouco mas havia uma ladeira mais ingrime com uma terra de coloração vermelha. Lá no fundo tinham milhares de luvas manchadas do mesmo óleo, eram tantas que não tinham como ser contadas.

     Comecei a falar com ele tentando entender e ele me dizia que não queria, mas era sua obrigação matar essas pessoas e começou a chorar, chorar muito. Do nada ele correu e rolou pela ladeira de barro vermelho e caiu sobre as luvas.

     Ele tira um esqueiro do bolso e acende. Sua mão começa a queimar e em seguida todo seu corpo e as luvas brancas sujas de óleo também.

     Logo em seguida tudo estremece, e me vi em uma sala escura.

     Havia um elevador na esquerda, uma escada na direita e um corredor bem na frente. Atrás era uma parede lisa.

     Me encontro outra vez com o homem misterioso, mas agora ele não diz nada. Começa a descer as escadas, e enquanto desce começa a se desfigurar, se transformando em uma criatura horrível.

     Sigo o corredor assustada mas não havia saída. Volto e tento chamar o elevador mas não tenho resposta. Descer as escadas  para mim naquele momento era a última opção.

     Persisti apertando o botão do elevador e por fim tenho um sinal de que ele está vindo até mim.

     Tudo fica escuro e me vejo em um lugar estranho outra vez. Agora eu estava em um lugar que mas parecia a base militar abandonada, comecei a correr sem direção por todo lugar até me deparar com um grande pátio cercado pelas construções. Vi uma mulher varrendo o chão, parecia que a mesma não estava me vendo. Fiquei por um tempo implorando atenção, quando derretendo doze criaturas quadrúpedes vieram me atacar.

   

— Brenda, Brenda? - Uma voz chama por ela baixinho

— Estou no meu intervalo, me deixa em paz. — Brenda responde virando a cabeça para o outro lado.

— Acho que estava tendo outro daqueles pesadelos com monstros. - A menina que está ao seu lado fala.

— Não, não estava. - Ela responde.

— Marta pediu para que a procure quando estiver disponível. - A menina fala.

— Ok, obrigada! - Brenda fala enquanto se espreguiça para levantar.

Alguns minutos se passam e Brenda vai até o escritório de Marta. Chegando lá estão ela e Douglas conversando. Suas expressões não são boas, a forma de se mover, a maneira que estão falando.

— Qual o motivo da reunião Marta? - Brenda pergunta ao entrar na sala.

— Tivemos um problema e o presidente solicitou o serviço de vocês dois. - Marta fala.

— Estamos tendo problemas com canibalismo em Manaus e algumas regiões ao redor da cidade. - Douglas fala.

– Para as autoridades locais é apenas surto psicológico, mas sabemos muito bem o que pode ser. - Diz Marta.

— Mas tudo foi destruído, qual  o sentido de agora ter se iniciado um surto? - Brenda pergunta.

— Ainda está sendo estudado os motivos, mas vocês são os únicos que saberão identificar os infectados. Eles ainda não podem alarmar a população. Os vôos e as viagens hidroviárias ainda estão acontecendo normalmente, e se for uma infecção como na base militar, a coisa já pode ter se espalhado por muitos lugares. - Marta responde Brenda, ela está aflita.

— Marta onde estão as pessoas que apresentaram os distúrbios? - Douglas Pergunta.

— Em um hospital psiquiátrico em Manaus. Estão sendo mantidos amarrados. - Ela responde e abre a gaveta pegando uma pasta.  — Aqui estão seus documentos para embarcarem hoje às 19:00 horas em um jato particular para Manaus.

— Ok!

— Dependendo do que vocês avaliarem o estado será lacrado e esterelizado. - Marta fala.

— Como esterelizado? - Brenda pergunta.

— Então... - Marta diz.

— Isso quer dizer que muitas pessoas podem morrer só por uma uma suposição? - Douglas pergunta.

— Sim…

Se realmente houverem infectados milhares de pessoas irão morrer e ao mesmo tempo se a infecção se espalhar o mundo inteiro pode entrar em colapso. Mas vidas são vidas!
Eles se tornaram frios por tudo que passaram mas não tão frios a ponto de aceitarem a morte de milhares de pessoas. Tudo o que eles querem e que todos permaneçam vivos.

— Com a tecnologia que temos hoje, eles não poderiam nós mandar filmagens e daqui analisamos o caso? - Brenda pergunta.

— Eles querem a presença de vocês. Também pedi essa opção mas não quiseram. - Marta fala.

— Tá certo então. Vamos até lá já que nao temos escolha.

Eles saem do escritório de Marta e andam pelo corredor olhando seus amigos atendendo seus pacientes com problemas psicológicos graves.

— Douglas não estou satisfeita com a opção que nos deram. - Brenda fala.

— Também não estou Brenda, mas você sabe como será se aquilo se espalhar. O mundo não está preparado para esse tipo de coisa. Imagina os desastres que isso pode causar. 

— Vamos esperar que seja apenas um alarme falso e sim um surto psicológico como eles estão dizendo.

— Vamos torcer para que seja dessa forma.

Brenda e Douglas partem para Manaus, lá estarão responsáveis por analizar o caso de distúrbios comportamentais e canibalismo em alguns moradores da capital da Amazônia, Manaus, se for confirmado que a infecção chegou na cidade muitas pessoas irão morrer e por um lado eles serão culpados pelas mortes, eles quem sairam da base, por azar eles podem ter liberado todo o terror em todo mundo, isso por sua vez causa a destruição de tudo.

Um vento frio bate em seus rostos, um clima diferente para um lugar tão quente todo o ano. Algo não está certo e essa sensação já preocupa os dois que agora vão em direção a clínica onde estão os pacientes supostamente infectados.

Doze - O Terror Continua - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora