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Recebo uma ligação do gerente de ursão avisando que tenho que ir pro alemão, estanho que Roberta tbm é sempre comunicada, e ela não estava sabendo de nada. Mas aviso ela que estarei indo direto, que chamarei Camila pra ajudar  e  q aguardo ela lá...

Chego no alemão e o clima não está bom, pelo o que o gerente tinha falado eles estão esperando a invasão de uma facção Riva, deve ser por isso que o clima está diferente.

O toque de recolher já foi feito, não tem nem cachorro na rua, por conta disso deixo meu carro na baixada e subo o alemão pela rua principal andando o mais rápido que eu consigo. Morrendo de medo.

Chego na casa que o ursão separou pra atender os feriados e entro sem bater, tudo vazio como o esperado... Mando mensagem pra Roberta pra avisar que cheguei mas que ainda não tinha ninguém pra atender.

Os tiros começaram, já a +/- 30 hora, como a casa é no miolo da favela só por um milagre Roberta consegue chegar aqui... Estou preparando as coisas quando ouço a porta da frente bater, vou até lá pra ver o feridos. Estranho quando vejos os meninos entrarem encapuzados, meu coração acelerar avisando que algo está de errado

— qual foi doutora deita no chão— o último homem que entra começa a gritar, vejo que os outros vão pras janelas — tá surda caralho? Deita nessa porra!— o primeiro tapa veio, diretamente na minha nuca que me faz cambalear pra frente e cair de joelhos

Com toda certeza, esses caras não são os homens do ursão. Mas essa voz é conhecida, disso eu tenho certeza. Fico observando ele ditar ordens pra outros homens, ele está nervoso e alterado além do normal...

Tento olhar em seus olhos pra tentar reconhecer, mas quando seus olhos encontram o meu ele vem pra cima de mim e sem pena, ele da um chute no meu rosto. A dor é insuportável, minha cabeça dói, eu choro de dor.

—ta olhando o que sua vagabunda!— o outro chute vem na minha costela, ele puxa meu cabelo me fazendo sentar — liga pro teu macho!— ele fala me entregando meu celular— liga porra!

Minhas mãos tremem, e eu penso que ele está falando de Luca. Mas uma luz ascende em minha cabeça.
Ele quer BM...
Minhas pernas tremem, começo a suar frio. Eu não vou entregar BM, não vou fazer isso... Ele vai me matar, mas não vou ligar

Ele percebe e toma o celular da minhas mãos, por sorte meu iPhone não está pra desbloquear facial e nem digital, está broqueado por senha. Ele coloca o celular na minha frente e não desbloqueia

— coloca o dedo aqui— ele grita entregando na minha mãos.

Sei que vou me arrepender, ele pode até me matar. Mas com uma coragem que não sei de onde veio eu jogo meu celular na parede com uma força fora do comum, ele espatifa no chão  e eu oro pra que tenha quebrado tudo

— tá maluca caralho? — é aí que ele começa a me humilhar... Além dos coisas que ele fala, ele começa a me bater.

O meu corpo sente os socos, os chutes mas forço a minha mente se desliga. Por um momento acho que consigo, mas percebo que na vei eu desmaiei

Não ouço e não vejo nada, ele só para quando um dia seus homens chega com o radinho na mão

📡 Rádio on📡

—ta maluco tatu? O que tu tá fazendo seu comédia?!— tatu! Não acredito que é o gerente de BM! Mas pq eu? Pq logo aqui no alemão que ele me trouxe?

— tu é um frouxo mermo né ursão! Tá comendo essa buceta aqui tambem? Vamo vê o que tem de bom pá essa mulher colocar geral de quatro por ela

— não toca nela caralho!

Dono do Morro (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora