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Amanda

Mas uma vez chegou o natal. Um dia alegre pra muitos e triste pra outros. É impossível não lembrar da minha mãe nesse dia. Ela adorava o natal, fazia comida pra caramba até prós vizinhos passarem lá casa. Ela amava o natal, ainda mais que o aniversário dela era logo depois

Eu contava nos dedos pra esse dia, era o mês que ela sorria, comprava presente, ia feliz da vida ao mercado, dava até bom dia pro sol de tão feliz. Nossa casa era a mais enfeitada da rua, Maria amava as luzes, nossa árvore era gigante cheia de presente.

Poxa, como sinto a falta dela

Fico imaginando se ela estivesse aqui hj, como eu estaria.

Provavelmente com BM, até pq parece ser inevitável e de qualquer forma a gente iria ficar junto. Pq porra... Só isso explica eu ainda estar cm ele.

Mas, enfim...

As vezes eu consigo criar na minha mente momentos com ela, as vezes eu a vejo debruçada no berço de Rafinha cantando a canção de ninar que  ela cantava pra Maria, enquanto alisa o cabelinho de Rafinha.

Quando isso acontece, eu choro o dia inteiro... Eu tento fugir, mas de vez enquando eu consigo vê minha mãe com as crianças, sentada a mesa rindo no meio de nós, ninando Rafinha enquanto ela chora e o mais incrível é vê Rafinha parar de chorar.

— oh mãe! Não vai levantar daí não é? Hj é Natal — Bernardo entra no quarto pura animação — vc tá triste mãe?

— vem k mamãe, vem Bê...— puxo ele  pro meu colo e encho ele de beijo enquanto ele gargalha

— ai mãe! Por favor para cara, tá me fazendo cosquinha — ele tenta falar mais eu não paro — ai mãe... Oh mãe... para mãe... por favor mãe

Eu paro só pra dar o tempo pra ele respira. Ele me engana e sai correndo

Não vou atrás, mas só a risada dele já me deu um UP. Volto a deitar sorrindo

— aqui pai! — vejo Bernardo entrar cm Rafinha no colo e BM — pega ela — Ele fala e pior que BM vem

— não BM... Nao, não— vou me afastando o quanto consigo. Mas BM se joga na cama e me ataca.

Eu odeio cosquinha e o filho da puta sabe disso. Eu tento gritar, tendo correr, mas nada sai só minhas gargalhadas. Sou salva por Rafaela chorando, BM me solta e vai pegar ela que já engatinhou até cama

— pronto papai, pronto — fala balançando ela enquanto seco minhas lágrimas — papai tá brincando

— pow pai— Bernardo reclamar se aproximando

— vou te pegar pestinha— levanto correndo pra pegar ele, mas assim que levanto sou tomada por uma tontura e só sinto BM me segurando e vejo Bernardo corre pra fora do quarto

— melhorou?— pergunta me soltando

— sim— sento na cama e apoio minha cabeça nas mãos

— olha pra mim— BM levanta meu rosto, viro na direção deles e vejo Rafinha sorrindo

— mamamama— pego ela e boto no meu peito. Tenho pouquíssimo leite, ela só quer brincar, e no momento eu preciso desse contato mãe e filha.

Mexo no cabelinho liso que antes era  tão loirinho, mas agora está ficando mais escuro.

— tô ligado pq vc está assim— BM fala e eu continuo de cabeça baixa— lembro do Natal que Roberta recolheu a comida só deu frango pra gente

— eu lembro disso— digo rindo ao lembrar desse dia

Dono do Morro (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora