Capítulo 39 - Salve

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Camila Cabello  |  Point of View



Estamos os quatro sentados no carro de Alisha, Lauren está comigo no banco de trás, estamos bebendo café e Robbie está explicando como devemos agir.

— Não fique nervoso, Ro.

— É muito emocionante, desculpe, filha, mas estou adorando esse clima. – Robbie disse e eu bati no ombro dele em conforto.

— Não estou nervosa, fiquei abalada antes.

— Quem não ficaria. – Lauren disse e ela estava massageando meus ombros. — Não podemos nos atrasar, pois a tarde termina a casa e o chaveiro vai ir até lá.

— Alisha e Robbie… eu não tinha falado para vocês, mas eu queria convidar a Lauren para morar comigo na mansão,
só que eu não sabia como, ontem eu arrumei um pouco de coragem e ela aceitou. – Eles nos olharam sorrindo e tentaram nos abraçar meio atrapalhado por estarmos no carro.

— Fico tão feliz por vocês, meus amores.

— Vamos ficar mais tranquilos com você cuidando dela, Lauren.

— Ei… eu não sou mais criança, posso me cuidar sozinha.

— Sabemos disso, mas vamos sempre nos preocupar e querer o seu melhor.

— É ele? – Lauren perguntou e olhamos para frente.

— Não. Creio que isso vai precisar de mais que um dia.

— Voltando ao assunto, claro que vou cuidar dela. Com todo o carinho do mundo.

Lauren me puxou para seu corpo e beijou minha nuca, ficou me fazendo carinho enquanto me dava beijos suaves entre esses movimentos.

— Ele está saindo. – Alisha falou e nos ajeitamos.

— Ainda bem, estava quase concebendo um filho aqui. – Lauren disse e me fez rir.

— Minha namorada é tão leve. – Falei a puxando para selar nossos lábios.

Nós o seguimos, ele parou primeiro em uma livraria, depois na cafeteria e começou a rodar com o carro.

— Ele está saindo da cidade?

— É o que parece.

Ele parou o carro na frente da minha casa e Alisha parou um pouco afastada, em frente a outra casa próxima ali.

— Ele sabe que você morará ali?

— Eu não contei isso a ele.

— A Sofi?

— Sim. – Lauren estalou a língua e me recostei ao carro. Ele ficou parado um bom tempo ali.

— Devemos chegar e agir normalmente para ver se ele quer falar com você ou só te observar.

— Boa ideia, Lauren. – Robbie disse e Alisha andou devagar até estacionar na frente da casa.

Descemos do carro, Robbie começou a falar com os pintores e Lauren me puxou para um beijão, eu fiquei um pouco tonta.

— Será que o quarto está pronto? – Lauren perguntou e Alisha a segurou pelo braço, a fazendo ir até o quintal.

— Dê um fôlego ao meu bebê.

— Estou dando muito a ela.

— Imagino o quanto. – Elas riam e eu ficava um pouco constrangida ainda com essa liberdade da Lauren.

— Camila? – Me virei e meu tio estava ali.

— Olá, Tio. – Apertei a mão dele adiantando para não acontecer um abraço.

— Preciso de alguns minutos do seu tempo, será que podemos conversar?

— Claro. Acho que eu tenho um escritório em algum canto da casa, vamos encontrá-lo. – Quando entramos nele, fiquei até impressionada.

— É um belo escritório.

— Lauren manda muito bem nessas coisas.

— É uma bela casa e uma excelente namorada. A vida está indo bem, Camila.

— Não tenho do que reclamar. O que de tão importante tem para falar comigo? Nem vou me dar ao trabalho de perguntar como conseguiu meu endereço.

— Sofia. – Ele abriu dois botões do paletó e sentou, pegando dois charutos do bolso. cortou eles com os utensílios sobre a minha mesa e provavelmente se ele não usasse eu nunca saberia como usar. — Aceita um? – Dei os ombros e decidi experimentar um. — Trague devagar e aprecie o gosto na boca antes de soltar a fumaça, cuidado que é muito forte. – Eu fiz o que ele falou e me afoguei de primeira. — Isso é normal, na próxima já vai gostar. – De fato, não era ruim.

— Qual é o assunto, Tio?

— Bom… estou entre a cruz e a espada, Camila. Sei que está fora da família, mas Sofia não vai assumir a empresa.

— Ela disse isso?

— Não, mas eu a conheço, eu criei ela. Você tem postura agora e tem uma namorada muito influente, seu pai iria adorar te ver na empresa.

— Como você sabe disso?

— Eu vi você beijando a Jauregui.

— Que meu pai ia gostar disso. Como você sabe?

— Bom… eu sou irmão dele. O conheço. Ele sempre sonhou com o casamento do Juan com alguém da alta como ele mesmo falava. O Jauregui é muito poderoso e tem posses, ele vibraria.

— Interesseiro.

— Visionário.

— Você sabe muito bem o sentimento que ele teve por mim… nenhum. Ele vivia jogando na minha cara que eu não prestava para controlar a empresa. Ele me odiava com todas as forças e deixava isso bem claro todos os dias. Inclusive, nossa última briga foi pelo desgosto que seria ele me entregar a empresa.

— Ele amou… amaria te ver assim, Camila. Com essas amizades e poderosa na cidade. Nós precisamos seguir com isso, nossa empresa não pode acabar, é nosso nome, nossa marca na sociedade.

— É como ver o Alejandro falando, isso é bizarro.

— Seu pai e eu sempre fomos muito diferentes, mas a empresa é interesse de família. Já estou cansado, sem ideias, precisamos de sangue novo e você tem uma bagagem enorme de experiência de vida.

— Não estou interessada. Sofia também não é obrigada a aceitar, já estamos com nossas vidas engatilhadas, ela construiu uma história linda e não deve mesmo se vincular a outra se não estiver com vontade.

— Se uma de vocês não assumir a empresa pode irritar… me irritar. Eu preciso descansar.

— Tio…seja sincero. Se a Sofia não assumir a empresa, ela corre algum risco de vida? – Ele arregalou os olhos.

— Você sabe…

— Ela corre risco? – Ele marejou os olhos e levou as mãos a cabeça.

— Eu não sei mais o que fazer, Camila. Preciso que me ajude nessa, controlar os demônios ao redor daquela empresa não está sendo fácil. As duas estão prontas.

— O que ele quer?

— Não faço a minima ideia, eu vou sumir no mundo depois que sair da empresa e não vou olhar para trás.

— Ele não me quer, Tio.

— Ele quer qualquer uma, Camila. Salve a nossa menina, assuma a empresa!

NÃO ESQUEÇAM!

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