Capítulo 52 - Cuidado

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Camila Cabello  |  Point of View





Alisha me apertou tanto que senti minha coluna estalar em um momento, mas não falei nada, só conseguia rir com o entusiasmo dela em me ver.

— Que surpresa maravilhosa, filha. Como foi o final de semana?

— Maravilhoso.

— Os sais?

— Mágicos. Você acertou em cheio.

— Eu adoro eles, são meus companheiros desde a faculdade.

— Eu tenho uma coisa para te contar.

— Fale.

— A Lauren está grávida.

— Oh meu Deus, Camila. – Ela já chorou antes mesmo de me abraçar. — Que novidade maravilhosa! Você não me falou sobre estar tentando.

— Não estávamos, mas aconteceu.

— Isso sim é maravilhoso. Como você está se sentindo?

— Estou muito feliz e com medo de não ser uma boa mãe.

— Você vai ser uma excelente mãe, olha esse coração enorme que você tem, tão amorosa e cuidadosa com todos a seu redor, você vai se sair muito bem. – Sorri para ela.

— Preciso saber das coisas que vão fazer bem para Lauren, vou ter que cuidar da alimentação dela, pois ela não se cuida.

— Deixe-me ver, vocês comem muita comida japonesa, alimentos crus mesmo sendo bem lavados, não ficam imunes a bactérias e como o bebê está em formação, não são recomendados.

— Tudo bem. – Falei enquanto anotava.

— Queijos maduros têm uma bactéria muito perigosa também.

— Okay…

Frutas e vegetais são ótimos para qualquer hora, mas precisam ser minuciosamente lavados e melhor ainda se descascados. Eu li uma pesquisa que fala muito mal sobre amendoins na gravidez, evite também. Leite, iogurte, queijo magro e carne vermelha, castanhas e amêndoas são importantes para formação do bebê.

— Perfeito.

— Só que você não pode estressar ela, mantenha o controle, você cozinha mais que ela, faça as coisas que ela pode comer, mas não fique controlando, falando que ela não pode isso, não pode aquilo, pois isso vai acabar irritando ela. Mais alguma dúvida? Eu conheço uma médica ótima para acompanhar a gravidez.

— Vou falar com a Lauren, pode me dar o cartão dela?

— Claro. – Ela procurou na gaveta dela. — Você pode me ligar a qualquer hora, não importa se ache besta ou não, só me ligue e eu ajudo você. Eu estou com você, Camila.
Para tudo.

— Eu sei, Ali. Muito obrigada por tudo. Nem sei o que eu faria sem você.

— Me dê um abraço. – Levantei para abraçar ela e ficamos assim por um tempo.

— Preciso ir, vou preparar algo para Lauren, vou ter que ficar atrás dela como uma babá, pois ela é impossível para alimentação.

— Sim, eu vejo a rotina caótica dela, já a critiquei e disse para ela me visitar, mas ela é teimosa.

— Preciso acostumar ela com alimentação maneira, pelo menos nos horários.

— Lauren tem muita sorte.

— Eu que tenho, Ali. Olha... na primeira vez que eu fiquei trancada naquela sala com aquela monstra, quando eu me neguei fazer, eu nem sabia o que aqueles termos significavam, mas eu disse não, nossa… eu apanhei tanto, que nem sentia mais dor, depois de um tempo e ela me deu choques quando ela cansou. Quando eu fiquei naquela maca, na enfermaria, ninguém nem me perguntou o que tinha acontecido, eu fiquei me questionando sobre estar viva. Eu não achava que estava viva, me sentia seca por dentro, triste, cansada e depois que eu fiz... eu não me sentia nem digna de estar viva. Pensava no porquê de estar ali, continuar respirando e agora eu sei. Vocês três me deram tanto amor que eu nem preciso olhar para trás, não tem coisa no mundo que eu possa fazer para retribuir vocês. – Ela me abraçou, eu estava bem emocionada e ela também.

— Você é um anjo, Camila. Passou por tanta coisa e continua a mesma Camila que conheci na adolescência, chega a ter um lado inocente e é tão doce.

— Que isso. Tenho muito a melhorar ainda. Agora eu vou mesmo. Nos vemos mais tarde para um drinque?

— Perfeito.

Corri para casa e fui fazer almoço para Lauren. Fui até a empresa dela e a moça me levou para a sala dela e me pediu para esperar. Arrumei a mesa para nós duas e soltei a Cacau da bolsa. Ela ficou uma vez ali, mas logo pulou no sofá e ficou deitadinha.

— Oi, Camz.

— E aí, Lo? Tudo bem?

— Estou enjoando muito. – Entreguei um remédio para ela. — Alisha indicou, quase me esqueci desse detalhe, lembrei quando estava vindo para cá e liguei para ela.

— Vou usar agora mesmo. – Ela foi até a jarra com água e se serviu.

— Espero que goste. – Falei puxando a cadeira para ela sentar. — Tem tudo aqui, não entendo porque não se alimenta direito.

Ela tirou o casaco, acariciou a Cacau e foi ao banheiro.

— Eu não consigo mesmo comer quando estou muito atarefada. – Ela sentou e me sentei de frente para ela. — Tenho uma reunião daqui a pouco.

— Está bom?

— Uma maravilha. Obrigada mesmo, meu amor.

— Não precisa agradecer.

— O que seus pais acharam?

— Há há. O estranho é que eu quase vejo eles assim. Eles amaram a notícia, querem beber mais tarde para comemorar.

— Os meus amigos querem me ver também, acho que chegarei mais tarde.

— Tudo bem, eu levo a Cacau desta vez.

— Você sempre leva ela.

— Eu nem sei se vou sair, talvez eu fique na nossa casa com eles.

— Eu vou direto daqui, não quero demorar. Ficamos um pouco ali, mas Lauren estava séria, devia ter um milhão de coisas para fazer, por isso não demorei muito.


×××


Estávamos sentados na sala de cinema, já estava um pouco bêbada e Ali estava com a cabeça recostada contra minha coxa.

— Nem acredito que vou mesmo ser mãe.

— Achei que a primeira seria a safada da Alisha.

— Vai se foder, Robbie.

— Eu pensei mesmo.

— Vocês dois vão se casar um dia.

— Não começa.

— Essas brigas entregam muito esse amor de vocês.

— Nos amamos como amigos.

— Eu vou lembrar disso quando vocês estiverem no altar.

— Muito engraçada.

Eu soltei uma risada exagerada, depois Lauren chegou e enquanto ela estava no banho, eles foram embora e eu preparei o jantar.

A Lauren parecia outra, ela devia estar pensando um milhão de coisas na hora do almoço por isso não conversou direito.

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