Camila Cabello | Pointer of View
Estava no consultório de Alisha, cheguei primeiro que ela por lá e eu posso ir embora, pois ela não devia se atrasar.
Quando ela chegou e me chamou com o polegar, todos os outros ficaram me encarando e eu caminhei atrás dela.
— Jejum?
— Sim.
— Algum desconforto?
— Vir aqui. – Falei e ela revirou os olhos.
— Muito engraçadinha. – Alisha entrou no banheiro, fez a higiene dela e vestiu o jaleco. — Senta aqui e leve a sério.
— Esse lugar é bacana.
— Meus pais fizeram para mim.
— Pode fazer qualquer exame aqui?
— Sim.
— Você só atende consultas particulares?
— Agora eu estou tentando conciliar, pois eu ia ao hospital ajudar, mas como minha agenda é muito cheia, não consigo fazer com mais frequência.
— Isso é bom, né?
— É sim. – Ela começou a me avaliar, ela ficava tão séria quando usava jaleco, nem parecia a mesma Alisha. — Os resultados saem hoje, levo na casa do Robbie a noite.
— Tudo bem.
— Camila, quando você fez sexo...
— Aquilo foi tortura.
— Você se preveniu? Usou camisinha ou eu devo pedir mais exames?
— Elas me obrigavam a usar, fique tranquila.
— Nunca vou ficar tranquila quando o assunto é seu bem-estar.
— Eu estou bem agora. – Ela beijou minha testa e eu vesti meu moletom.
— Vamos ver o que seus exames me dizem. – Ela me abraçou e beijou meu rosto. — Nos vemos a noite, não vou conseguir almoçar com vocês hoje.
— Tudo bem, eu vou ficar em casa até a tarde e depois vou ir ao trabalho. Vou voltar hoje.
— Se sentir que deve, te dou apoio. Te amo.
— Te amo.
Sai do consultório e peguei um táxi até em casa.
Sem muito o que fazer e com uma noite muito bem dormida, fui para o escritório do Robbie e liguei o computador dele.
Coloquei Sofia Cabello na barra de pesquisa e várias matérias sobre o caso apareceram. Depois de muito procurar encontrei uma página de empresas, que deixou a loja de quadrinhos dela em segundo no ranking das mais visitadas online e em quarto da física.
— Ela sempre amou esses quadrinhos. – Sorri ao lembrar dela e não contive meus impulsos.
Peguei a bicicleta e digitei o endereço no GPS, era longe, mas eu iria de qualquer forma. Quando cheguei, vesti o.capuz e olhei pela vitrine, um casal estava no caixa e alguns caras estavam circulando ali.
— Tyler, eu disse para deixar o Spock com a coleira, agora quero ver você segurar ele. – Olhei para o chão e o pequeno cachorrinho pulava na minha perna, fechei mais meu rosto e toquei nele, que lambeu minha mão. — Olha só, ele é muito antissocial, você tem poderes mágicos?
— Ele é fofo. – Falei sem olhar para ela e o homem, belo homem, pegou o cachorro.
— Me desculpa, minha esposa disse para prender ele, mas eu adoro contrariar ela.
— Tudo bem. – Eu reconheceria a voz dela em qualquer lugar, não importa o tempo que passasse, mas ela não parece lembrar da minha.
— Pode entrar, a loja está com vinte por cento de desconto hoje, por isso já está com movimento cedo.
— Obrigado.
Falei e fiquei olhando a vitrine, esperando eles entrarem, finalmente avistei Sofia, uma mulher feita. Vi ela com dez e agora com vinte e três, parece tão desenvolta e é uma empresária. Me senti extremamente feliz por ela e tirei minha mão do vidro, enxuguei algumas lágrimas que escorreram por minha bochecha e caminhei até a bicicleta.
Pedalei o mais rápido que consegui, queria chegar na minha casa e chorar muito.
E foi o que eu fiz, até Ro vir me buscar e eu voltar ao trabalho, pedalando para cima e para baixo, torcendo para o dia acabar logo e eu descansar um pouco. Só ver Sofia me deixou exausta.
Na última entrega, já estava escurecendo, eu sempre atravesso um vão entre os prédios para ir e à rua que dava acesso a minha casa, o mesmo trajeto que sempre fazia, mas senti meu pescoço ser abraçado e apaguei.
×××
Acordei e estava presa dentro de um saco de dormir, algo parecido, mas era impossível de abrir, tentei inutilmente fazê-lo. O movimento e o barulho do carro estavam me deixando mais desesperada e eu tentei morder para rasga-lo, mas era muito resistente.
O carro parou, ouvi passos, depois o barulho da porta abrindo e me pegaram, eu me debati, mas nada fez com que a pessoa parasse. Fui arrastada e depois parou, os passos continuaram e a pessoa me empurrou, até eu não sentir mais solo sob mim.
Minha reação foi tentar me agarrar a algo, mas eu não tinha como, ninguém para me segurar e bati meu corpo uma vez, voltando a ficar sem apoio após rolar.
Ouvi um crack, acho que quebrei alguma coisa, eu sentia dor em todas as regiões possíveis do meu corpo e a dor foi maior quando aterrissei em algo bem duro. Foi nesse momento que expulsei todo o ar dos meus pulmões e não consegui recuperar ele. Acabei vomitando e depois fiquei imóvel, a dor era tanta que eu não consegui me mexer, logo apaguei.
Robbie Amell | Point of View
Estava cozinhando e olhando impacientemente para o relógio. Onde raios se meteu a Camila?
— Oi, Ro.
— Ali, você veio com a Camila?
— Não, sai agora do trabalho. Ela não chegou?
— Não, e não está na empresa.
— Será que ela está com a Lauren?
— Boa ideia. – Peguei meu celular. Procurei o número de Lauren.
— Oi, Robbie. Tudo bem?
— Oi, Lauren. Só queria saber se Camila está com você?
— Não. Não a vejo faz tempo.
— Tudo bem. Obrigada.
Ignorei as perguntas dela e desliguei, parei o que estava fazendo e Alisha estava no carro me esperando.
— Vamos fazer o percurso dela.
Ficamos rodando com o carro, mas ela não estava em lugar nenhum.
— Será que ela fez alguma bobagem? Ela não desistiria, não é?
— Não. Ela tem a gente, Ali. Ela está bem hoje, até escolheu o celular dela.
— Pare! – Ela disse e eu pisei no freio do carro de forma brusca, acarretando as buzinadas atrás de mim. Foda-se, deixei o carro ali e segui Ali.
A bicicleta dela está ali jogada no vão dos prédios, Ali começou a chorar e eu fiquei sem saber o que fazer.
NÃO ESQUEÇAM!
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Veneno
FanficFui presa aos 14 anos e aprendi a me virar como pude enquanto passava pelo inferno. Agora com 27 anos e com minha liberdade muito próxima, vou contar com a ajuda dos meus leais amigos para me reintegrar à sociedade. Querem saber meu crime? Se eu sou...