Capítulo 1

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Alexander Vanserra

O lugar estava abandonado, ao seu redor pilhas e pilhas de ossos contornavam um caminho desertico. O príncipe diurno se encontrava completamente sozinho,em um lugar abandonado onde o sol não tinha brilho, o clima era cinza, caótico e parecia não existir vida ali a muito tempo.

Alexander estava bem ao meio de montanha e pilares de ossos. O cheiro era insuportavél, mal conseguia segurar a bile que se formava na garganta.Tentou chamar por sua familia, mas som algum saia de sua boca, o desespero por outro lado, parecia fervilhar em suas veias e algo começou a queimar em sua alma.

De repente algo pingou em seu rosto. Quando tentou limpar seu rosto o esforço parecia ter sido em vão, quanto mais tocava parecia que a substância mais se espalhava, como se aquilo o pertence-se e não deseja-se larga-lo. Olhava para os dedos e via vermelho.

Sangue.

Mais gotas apareciam e de repente transformaram-se em um dilúvio, a sensação que o jovem sentia era do mundo caindo sobre sua cabeça.

O desepero lhe tomou, não sabia o que fazer, não sabia como impedir que aquela onda de sangue o engoli-se por inteiro, então ele começou a correr. E foi nesse momento que ima voz delicada e assustada soou em seus ouvidos, uma voz que para Alec parecia tão familiar mas ao mesmo tempo, era como se aquela fosse a primeira vez que a ouviu.

-Esta vindo! Prepare-se, garoto. O mundo terminará em sangue. Sem raça e sem cortes, apenas sangue e brasa. Apresse-se, está vindo, está vindo!

Ele sentiu seu corpo queimar e algo comprido e pesado surgir em sua mão. Era como um cajado com um símbolo estranho na ponta. Ele não conseguiu ver, pois quando olhou para a ponta, o mundo tornou-se escuro de novo.

✵✵✵✵✵✵✵✵✵✵

Acordou assustado, suor frio percorre o seu corpo, a lua ainda está no alto, o que indica que não passava da meia noite. Com o rosto molhado e as costas ardendo, o illyriano sentou-se na cama para tentar recuperar o fôlego, mas tudo o que conseguiu sentir foi cheiro de medo e adrenalina que impregnavam o ar.

Droga, isso aí Alec, deixa todo mundo nessa maldita casa saber que você ainda tem medo de dormir... imbecil.

O moreno se levantou da cama e caminhou em direção ao banheiro do quarto, ali, de baixo do jato de água quente e apoiado nos ladrilhos escuros, o príncipe tentava acalmar as batidas descontroladas de seu coração e os pensamentos que  martelavam em sua cabeça.

Assim que sentiu o seu corpo e o espiríto se acalmar fechou o registro do chuveiro, vestiu uma calça, uma blusa sem mangas e mal pensou nos cabelo escuros molhados quando enfim pulou a janela.

O telhado parecia sua segunda casa agora.

Illyrian estava envolta em escuridão e silêncio, muito comum a julgar o rosto da comunidade. Os jovens acordavam por volta das seis para o treinamento, os mais velhos - aqueles que tinham negócios para administrar- acordavam por volta das cinco horas.

E em casas ainda muito conservadoras e rígidas a doutrinas, as fêmeas acordavam às quatro e meia para realizar seus afazeres e dar tempo pra se apontarem para o treino.

Graças ao projeto da Nestha, Cassian e ao status de Lucien, essa situação não acontecia com a mesma frequência de vinte anos atrás, quando o macho tomou seu lugar no trono uma grande mudança inevitavél aconteceu.

Corte da IrmandadeOnde histórias criam vida. Descubra agora