Alexander Vancerra
O céu estava escuro de uma forma tão bonita que parecia realçar o imenso céu noturno que se estendia acima de mim. Chegava a ser cômico como a Lua e as estrelas se tornavam tão bonitas naquele fim de mundo.
O vento forte bagunçada os meus cabelos, se não fosse pelo capuz do meu manto tenho certeza que estariam como um verdadeiro ninho de rato.
Já faz três dias e três noites desde que eu saí da minha casa. Nunca me arrependi tanto por uma decisão quanto essa.
O cheiro podre daquele lugar fazia o meu estômago se revirar, o solo era melequento e estranho, em partes firmes e em outras lamacentas, mas não parei de seguir em frente em nenhum momento.
Meu corpo inteiro começava a mostrar sinais de cansaço, a mochila cheia de suprimentos e o manto carregado de armas pareciam me lembrar mais e mais da cama fofa que eu deixei para trás.
Não sei como localizar Ayla, existem inúmeros caminhos que ela pode ter tomado mas optei pelo mais provável, é definitivamente o menos seguro que ela poderia tomar. A floresta da Tecalã, como antes era conhecida, era uma floresta cercada de pinheiros e das mais terríveis criaturas. Parecia a rota perfeita para Ayla.
Vejo a alguns quilômetros uma fumaça pequena vindo do meio de seis árvores. Um ato ingênuo na minha opinião, levando em consideração que pode ser atacado por um naga a qualquer momento.
Ou, um ato desesperado para pegar qualquer forasteiro despercebido.
Saco as adegas presas em minhas coxas e começo a observar o alto das árvores. Se tem uma coisa que Mary me ensinou é duvidar do previsível e refutar qualquer tipo de dúvida.
Ando mais alguns metros até escutar um movimento rápido entre as árvores e quando lanço uma das adagas para o alto sou puxado para o chão.
Tentei revidar mas minhas asas são esmagadas e minhas mãos estão atadas, no meio da escuridão vejo uma movimentação familiar e quando me dou conta do que está a minha frente e abro a boca para dizer, mas sou interrompido:
-Cala a boca se não quiser virar comida de naga.- minha doce irmã, favorável e receptiva como sempre indica para algo acima de nós.
Passos apressados eu pude escutar, não um mas três. A diferença era mínima de um para os outros dois, este era suave e quase inocente. Não demorou muito para que três figuras surgissem para nós, um feérico de estatura média e pele vermelha e criaturas horrendas e com cheiro duvidoso, que não tardaram em atacá-lo na primeira oportunidade que tiveram.
-Vamos, temos que andar mais um pouco até chegar a um lugar seguro. - Ayla arrastou-me em direção oposta à que eu ia e não disse nada até chegarmos a uma clareira vazia.
A vegetação daquele lugar estava totalmente queimada, o que me fez pensar que tipo de poder poderia fazer um estrago como aquele.
-Tudo bem. Estamos seguros agora.- anunciou ela jogando minha mochila perto de um montinho de madeira quietinha no meio daquele lugar.
-Seguros? Deixe eu te lembrar do que é seguro, o apartamento que você deixou na calada da noite a três dias daqui pra embarcar numa aventura maluca que você teve o desprazer de achar que era a coisa mais sensata a se fazer.- quase gritei.
-Eu não me lembro de ter mandado um bilhete pra você, te convidando para vir comigo.- disse arrogante e com a postura desinteressada.- Se veio até aqui foi porque quis.
-Por que eu quis? Ah faça me o favor, se eu não estivesse aqui nós dois não conseguiríamos imaginar os apuros que você poderia passar.- disse lançando feixes de fogo em direção a madeira.
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Corte da Irmandade
FantasyE se vinte anos depois da sua morte, a rainha dos vivos e dos mortos e segundo ela, a fêmea mais poderosa dentre os féericos, saísse das sombras com um único objetivo, pegar o que um dia teria sido dela? Ela queria e ela teria. Mas para isso precis...