Capítulo 3

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A corte dos sonhos estava brilhando, os postes iluminavam as ruas, os bares lotados,  feéricos apareciam de todos os cantos em busca de uma noite de diversão, Rita's nunca esteve melhor que naquela noite.

O cheiro de frutas frescas, álcool e excitação pairava sobre o ar do salão, que por sinal rstava lotado. Alguns dos presentes ali sacudiam seus corpos na pista de dança, outras cantavam as músicas com todo fervor, a iluminação deixava o local com um ar sensual e nostálgico, Ayla se apaixonou pelo lugar assim que pisou os pés no bar pela primeira vez.

A princesa estava sentada em uma das mesas com seus primos e o irmão, aproveitando apenas a boa companhia do grupo. 

-Eu só to perguntando, o que aconteceria com um zumbi se ele não acha-se carne humana? Morreria ? – Adran fazia uma careta estranha e dialogava com as mãos.

-Talvez ele só fique lento. – explicava Alec. – A carne humana deve servir como energia, então se ele ficar sem comida vai ficar lento provavelmente.

-Mas aí entra outra incógnita.  – Ayla mexe o canudo de seu drink.– Por que mortos precisam de energia?

-Eles não estão totalmente mortos, apenas... - Alec tenta expor seu pensamento mas é interrompido pela prima.

-Vamos falar de algo realmente relevante aqui... como será que o Lucien consegue andar? - pergunta Mab recebendo olhares confusos.

-Perdão? – Ayla pergunta quase cospindo sua bebida.

- É sério, pensem só, todo mundo sabe que em um macho illyriano o tamanho da envergadura da asa diz muito sobre ... vocês sabem. Considerando que Ayla e Alec nasceram de Lucien, deduzimos que ele é o passivo. Quando a gente pega essas informações e olha a asa do tio Az, a pergunta que não quer calar é... 

-Como Lucien ainda consegue andar? - Adran parecia chocado com a possibilidade dada pela irmã. Seus olhos se arregalaram e uma de suas mãos foi colocada em frente à sua boca.

-É sério mesmo que a gente vai falar sobre a vida sexual dos meus pais? - Alec tinha o cenho franzido e olhava para o nada, claramente desconfortável.

-Prefere falar da sua? - Mab deu ao primo um olhar sugestivo mas não para o rosto, para suas asas - Considerando o tamanho de suas asas, não está tão diferente de Azriel. Tem tornado muita gente paraplégica Alec?

A ruiva não se preocupa em demonstrar seu descontentamento e frustração, quando uma fêmea se joga para Nyx.

-Quem está paraplégico? – Nyx  surge com uma fêmea. Ele estava impecável, os cabelos perfeitamente arrumados, um sobretudo escuro assim como o resto da roupa, o diferencial eram os anéis enfeitando suas mãos. O macho illyriano se aproxima da mesa e senta ao lado de Ayla.

-Cacete Acheron, dá pra guardar as asas? - esbravejou a ruiva depois de praticamente ser empurrada para o outro lado do banco.

- Eu lá tenho culpa de ter asas grandes?- desdenhou farfalhando-as em provocação. - Reclame com a mãe por ter me abençoado com essa envergadura. Já viu o tamanho disso? É enorme - respondeu se exibindo com um sorriso  sagaz no rosto.

-Será que é mesmo? - um brilho irado se acendeu em seus olhos com a pergunta da ruiva- A última fêmea que saiu do seu quarto parecia bem frustrada. Acho que não está fazendo seu trabalho corretamente.

-Só a um jeito de conferir - olhou para Ayla com malícia antes de dar um gole em seu drink.

-Morcego idiota.

-Raposa boba - cantarolou com um sorriso torto na boca.

-Oi galera – a fêmea que chegou acompanhada do herdeiro da corte dos sonhos se sentou ao lado de Adran servindo-se de uma cerveja gelada.

Ela era belíssima, tinha a pele pálida mas abaixo de seus olhos as leves sardas davam destaque aos olhos azuis cravados como pedras preciosas, marcados por uma maquiagem simples e marcante,os lábios carnudos pintados em um tom bonito e rosado, seus cabelos eram tão brancos quanto os flocos de neve no mais intenso inverno. 

Vestia um vestido azul escuro de mangas caídas na altura do ombro, valorizando assim as curvas de seu corpo, jóias delicadas enfeitavam seus dedos e seu pulso esquerdo, uma corrente que Ayla recorda-se claramente de quem a fêmea de cabelos brancos havia ganhado de Nyx, a dois anos atrás, na noite da queda das estrelas, a ruiva viu todo o ato de longe.

-Oi Asha – Alec estendeu a mão em direção a ela para um toque de mãos.– Como tem passado?

-Cara uma loucura. Eu tenho uma coisa pra anunciar estão preparados? – seu sorriso era enorme, demonstrando imensa empolgação- Que rufem os tambores por favor. – apontou para Adran que tentou reproduzir o som dos instrumentos usando colheres. – Consegui a participação de Apolo Five pra abertura do festival de arte na corte invernal.

-Não brinca – Adran parecia tão empolgado quanto a amiga – Seus pais concordaram com isso?

-Bom... digamos que essa seja minha primeira missão social, então tem que dar certo.

-Vai dar. – Mab disse alto e de forma urgente e quando se dá conta disso parece ligeiramente envergonhada, embora não demonstre tanto – Quer dizer, é claro que vai dar certo, você é ótima e todo esse lance de festa e organização, fora que você tem a gente pra te ajudar.

-Sim! – Nyx concorda alternando o olhar entre a prima e a amiga – É claro, somos seus amigos, ajudar é o nosso lance.

-Eu posso levar Mary. – Adran diz pra ninguém em especial – Eu posso ir convida-la e tudo mais... isso se ela não tentar me matar antes, mas ela gosta de musica, comida de graça, uma boa bebida e gosta de Apolo Five, viu? Não há nada que ela não goste.

-Ah não ser você – Mab sorri venenosamente para o irmão.

-Delicada como um naga – Adran retribui o gesto se levantando para a pista de dança.

Corte da IrmandadeOnde histórias criam vida. Descubra agora