Lucien estava sentado no banco embutido a sua janela de teto alto enquanto observava o dia mudar. O sol estava se pondo na corte Diurna, passe o tempo que passar mas Lucien nunca esqueceria a sensação de assistir o sol ir embora, o céu misturando-se entre laranja e rosa em contraste com as luzes da cidade, sempre trariam um calor em seu coração.Lembrou-se da primeira vez que esteve ali, como se sentiu em pertencer a tudo aquilo, como se houvesse uma igação real entre a cidade e ele. Em outros tempos teria pego uma xícara de café e teria apreciado a vista de bom grado, mas naquele dia em específico não tinha cabeça para isso.
Seus conselheiros estavam ocupando a cabeça do grão senhor com graficos e dados novos que exigem certo cuidado, segundo eles algo estava acontecendo com a terra, o clima estava diferente, mas não sabiam o que teria originado esses agravantes e isso os preocupava.
Astronomos detectaram algo... inusitado, foi o que lhe disseram, mas não tinham certeza do que era então, ao contrário dos conselheiros anciões, não queseram trazer especulações e esperariam o momento em que teriam certeza do que realmente estam enfrentando para contar ao grão- Rei.
Todas as alegações somadas a saudade dos filhos, a incerteza do casamento e... isso. Deixaram Lucien em um estado delicado, estressante e delicado. Não sabia ao certo quando tudo começou a desmoronar em sua cabeça, estava feliz, Alicante estava sendo finalizada, seus filhos estavam bem protegidos e saudáveis.
Então por que essa explosão de coisas dando errado ao seu redor? Nyx sendo sequestrado, a Diurna sendo atacada mais uma vez, tudo aquilo que havia lutado para conquistar estava se esvaindo de seus dedos. Passaram-se duas semanas desde que haviam sido atacados, seus filhos não falaram mais com ele desde o dia em que descobriram sobre sua situação entre Azriel.
Ele não ia mentir, se sentia culpado pela atitude dos filhos, não achou certo a maneira com que tratou o encantador de sombras e muito menos a forma com que ignorou o sentimento dos filhos os privando do que acontecia em casa. Engana-los nõ foi a coisa certa a se fazer.
E agora sentia todo o caos e a porra do medo entrando em sua vida novamente. Ele não queria entrar em uma guerra. E principalmente agora.
Ele não poderia entrar em uma guerra.
-Porra de Destino.- murmurou enquanto se encolhia mais uma vez na manta creme que abraçava seu corpo.
-Olha a boca menino.- Tessa adentrou no apartamento do filho carregando uma pilha de papeis e livros.
A matriarca da familia andava a passos curtos em bostas de couro negro, vestia calças escuras e um colete verde musgo, tinha os cachos ruivos presos em um rabo de cavalo e um olhar preocupado quando viu o filho naquela situação.
Lucien estava com os olhos enchados, cabelos presos e enrolado como um filhote em panos quentes, sentado na janela como se aquele fosse seu único refugio disponivél no momento.
Seu filho não estava bem, ela sentia isso ao olhar para ele, estava perdendo seu brilho, e isso lhe partia o coração.
-O que houve com você meu filho?
-Olhe ao redor mamãe, não vai ser difícil obter a resposta que procura. - disse sem dirigir o olhar a Tessa. O apartamento estava em completo silêncio, escuro e vazio. Da mesma forma que se sentia.
- Vocês ainda não conversaram sobre o que está acontecendo?
-O que tem para ser conversado mãe? Ele tem uma parceira e não sou eu. Não vou empatar a vida de ninguém, quero que ele seja feliz e que tenha seu próprio espaço. E estou dando isso a ele.
-Alexander tem razão. Você e Ayla tem o mesmo gênio difícil, nunca vi alguém tão cabeça dura quanto vocês.- Lucien olhou para a mãe com um desafio silencioso nos olhos.- Não me olhe assim, não sou eu que estou tomando medidas precipitadas.
-Precipitadas? Ah me faça o favor.
-Garoto você me respeita.- Tessa tinha uma das mãos apoiadas na cintura enquanto a outra era usada para apontar o dedo na cara do filho, que por sua vez se segurava par não rir da mãe.- Eu sou sua mãe e não me importo se tenha duzentos,trezentos, quinhentos anos, dois filhos e marido. Eu ainda meto a mão na sua cara se eu sentir vontade. Fui clara?
-Mais clara que as águas da corte Estival.
-Ótimo. - respirou fundo enquanto ia de encontro ao filho, se sentando aos seu lado e o envolvendo nos braços - O que eu quero dizer é que você e Azriel deveriam conversar sobre o que está acontecendo entre vocês. Mas uma conversa sincera, e onde os dois possam falar. - disse quando Lucien ia argumentar - Você precisa colocar nessa sua cabeça oca que ele escolheu casar com você por um motivo, parcerias são coisas raras mas nem todas são levadas adiantes. Deve ser uma decisão feita pelas duas partes.
-Azriel sempre sonhou com sua parceria mamãe, sempre foi algo que aumejou, principalmente depois que seus irmãos encontraram as suas.
-Não duvido disso querido. Mas o que te garante que ele continua com esse mesmo pensamento? E a parceira dele? Quem te garante que ela o quer como parceiro.
-Por que ela não iria querer?
-Talvez por que ela conheça a familia dele o suficiente para saber que seria uma decisão sofrida, ou por que ela não deseja uma parceria. Tenha em mente isso e tente conversar com ele.
-Não sei mãe. Eu disse que ele não deveria voltar para casa enquanto não decidisse o que queria fazer em relação a essa situação. E bom... acho que temos nossa resposta.
-Não coloque a carroça na frente dos bois Lucien, sua ansiedade sempre foi seu maior problema, espere um pouco e quando achar que é a melhor hora converse com ele. Mas escute o que ele tem a dizer antes de tomar sua decisão, ok?
-Ok.- disse cabisbaixo mas apreciando os carinhos que sua mãe fazia em seus cabelos. O lembravam quando era pequeno e tinha uma noite ruim.
-Agora me diga. Como foi com o médico bonito que disse que ia ver? Dorian eu acho.
-Ah... foi normal.
-Ele não disse nada? Contou a ele como tem se sentido ultimamente? As tonturas e o cansaço?
-Contei e ele disse que era normal, levando em consideração tudo que vem acontecendo, pode ser consequência do estresse, nada de mais.
-Nenhuma recomendação?
-Apenas me disse para tentar me manter calmo e me alimentar melhor. Acho que está mais do que na hora de voltar para central. Mary me disse que estão tentando localizar Nyx, mas continuam sem sucesso. Acredito que sei como ajudar, mas preciso que guarde segredo e chame Ayla e Alex aqui.- disse desconversando.
-Tudo bem.
Lucien não notou, mas Tessa sentiu a tensão em seus obros e como seu ciração começou a bater em ritmo diferente quando citou o feérico na conversa.
Ai tem - pensou.
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Corte da Irmandade
FantastikE se vinte anos depois da sua morte, a rainha dos vivos e dos mortos e segundo ela, a fêmea mais poderosa dentre os féericos, saísse das sombras com um único objetivo, pegar o que um dia teria sido dela? Ela queria e ela teria. Mas para isso precis...