Capítulo 15

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No alto de uma colina o príncipe de prynthian se perdia em pensamentos, as palavras que escutou destravaram algo em si que nunca parou para pensar pois não havia o que pensar, seus pais se amavam, isso era nítido, o jeito que Azriel olhava para Lucien e visse e versa demonstravam mais do que palavras soltas ao vento.

Era bonita a relação que ambos tinham, desde muito pequeno ele via seus pais e almejava ter aquilo para si um dia, mas nunca sentiu algo tão especial e daquele jeito por alguém em toda a sua vida.

Mas seria o amor suficiente?

O ar gelado devido a altitude bagunçava os cabelos negros do príncipe illyriano, mas isso pareceu não incomoda-lo, estava envolto demais em seus pensamentos para sentir alguma mudança.

Aquele cenário não era novo para ele, já tinha o visitado mais vezes do que conseguia contar. Aquele era o lugar para onde ia quando tudo estava demais, quando precisava relaxar e extravasar, ou apenas ler um quadrinho sem ninguém para atrapalhar.

Mas o crédito não era apenas dele, foi seu pai quem lhe apresentou o lugar, o mestre espião tinha contado que aquele era o lugar para onde ia a para espairecer quando era jovem.

Muitas vezes o pai o encontrava ali quando queria uma conversa mais íntima ou apenas saber como estava. O céu noturno e estrelado era de fato belíssimo, mas o que mais chamava sua atenção era a lua formosa que se exibia em meio aquele breu, chegava a ser poético a forma com que seu brilho se intensificava em meio toda aquela escuridão.

Alexander gostava da lua por que se identificava com ela, a grande bola no céu noturno nunca ficava da mesma forma que na noite seguinte, tinha suas fases, em algumas se exibia mais e em outras escolhia guarda-se para si, mas nunca, em momento algum, perdia seu brilho, seu significado e seu propósito.

A lua era como um ser comum, com problemas, falhas e medos, mas ainda sim era bonita por que seu brilho a fazia estar viva e em meio as estrelas, todos aqueles pontos brilhantes e luminosos ela ainda era ela. Alexander a invejava.

O cheiro de menta, madeira e amêndoas alcançaram suas narinas, e um bater de asas conhecido o tirou de seus pensamentos.

- Seu pai está preocupado com você filho... está tudo bem? – Azriel perguntou ao filho assim que sentou-se ao seu lado.

-Paba ... você deixaria o papai? – Alexander não ousou olhar para o rosto do pai assim que essas palavras saíram de sua boca, mais uma vez ele se sentiu em um piloto automático, sem controle nenhum de suas ações, movido apenas pelo cansaço.

-O que? – essa pergunta surpreendeu o illyriano mais velho.

-O que aconteceria se você encontrasse sua parceira ou o seu parceiro? Só pensando mesmo. O quevocê faria?- Alec não está encarando o pai.

- Por que estamos falando disso? – com o ceno franzido o encantador de sombras analisava o filho, aquele que conseguia ser tão parecido mas ao mesmo tempo tão diferente de si. Sua mandibulo estava cerrada, o canto dos lábios estava levimente franzidos e sua respiração curta indicavam que aquela não era uma pergunta aleatória.

- Por que você não responde?- suas palavras apesar da calmas, tinham um tom áspero e frio. Fazendo com que o mestre espião se cala-se por um tempo.

-É difícil dizer filho, são situações que não podemos planejar ou palpitar até que se mostrem a nós...Uma parceiria é algo sério, difícil e valioso de se achar. Eu amo o seu pai, com todo o meu ser. Lucien é meu igual. Mas não sei o que faria se encontrasse minha parceria... Eu só...Eu só não sei ok?

-Você ainda o amaria? Acha que vinte e três anos de relacionamentos poderiam ser esquecidos e superados por conta de uma laço de parceria?

- Não se pode esquecer vinte anos em vinte minutos Alec... O que eu e Lucien temos vai além do tempo e da matéria – o illyriano mais velho suspirou ao vento.

-Você nos deixaria?- Alexander pergunta ao pai encarando seus olhos, algo nos olhos Azriel fazia a alma do macho se acalmar e se inquietar ao mesmo tempo, era como estar no olho de um furacão, um pouco de paz em meio ao caos.

Mas foi quando Azriel abriu a boca para responder tudo mudou.Em questão de segundos essa calmaria tornou-se uma chuva de vento forte, os olhos de seu pai ficaram desfocados, sua pupila se dilatou, então suas sombras começaram a rodeá-lo, Alec sentiu-se assustado com a cena, nunca viu algo parecido.

Ele tentou ajudar o pai quando o mesmo colocou sua mão pressionando sua cabeça, sentiu o cheiro do medo, da dor e da agonia que seu pai emanava e se inclinou para ajudar, mas seu pai fugiu de seu toque, quando tentou mais uma vez foi tarde de mais.

O mestre espião havia levantado voo para longe, deixando para trás seu filho sem resposta e penas com a companhia do vazio e do silêncio.

-Mas o que foi isso?



Capítulo curto por que achei que ficaria muita coisa junta no capítulo anterior. Mas e ai? Gostaram?

É gente, o caldo ta começando a engroçar pra família Vanserra, algu palite do que ta pra acontecer? O que vocês acham Az faria se estivessem no lugar dele? 

O amor basta?

Veremos nas cenas dos próximos capítulos.

Corte da IrmandadeOnde histórias criam vida. Descubra agora