Fire

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...

- E que todos esses jovens estejam com Deus, ficaram na nossa memória mas o senhor...

Estou no modo automático, o padre ou pastor sei lá, está falando várias coisas que sinceramente não esta entrando no meu coração. Hoje faz três dias da morte dos meus amigos, estamos no cemitério mas sei que muitos estão assim como eu: Com os pensamentos ao ar.

- Amém.- Ele termina e eu me viro e saio.

Sei que ouvi a mãe da Keu me chamando, mas eu não quero falar com ninguém. Todos estão aqui, claro que menos o Harry. Desde que aquele incidente aconteceu que eu não o vi.
Mas também não faço questão, ele é perigoso e aquele bilhete não sai da minha cabeça.

Chego em casa com uma decisão. Meu quarto está cheio de lembranças e memórias, eu não vou conseguir ficar lá dentro. Pego duas garrafas de álcool e um isqueiro, chego no quarto e jogo o conteúdo no quarto.

- Talvez isso apague algumas memórias e diminua um pouco a dor.- Sussurro com os olhos com lágrimas.

Acendo o isqueiro e jogo na cama e começa a pegar fogo. Se eu morresse agora queimada não ligaria, porém meu pai não suportaria.

Quando vou sair do quarto a porta está fechada e não estou conseguindo abrir.

- Aí nãoooo.- Tento abrir mais não consigo.- SOCORRO PAAAAIIII.

Bato na porta mas é irrelevante. Não tem ninguém em casa, me viro pra olhar pro quarto. As chamas estão se alastrando, não dá pra passar pra janela porque o fogo está impedindo a passagem. Corro para o banheiro e fecho a porta, a fumaça está me sufocando.
- Se esse for o meu fim eu só quero que você saiba que... que eu te amo pai.- Sussurro encostada na porta.
Começo a ver tudo embaçado. Eu acho que já desmaiei umas 300 vezes esse ano, não gostei de nenhuma vez. Mas agora isso está sendo muito bem vindo.

#Bia pov off#

#Harry pov on#

Hoje foi o enterro dos alunos mortos no acidente. Eles queriam matar a Beatriz, e se eles descobriram que ela não esta morta vão  querer terminar o que começaram. Eles pensam que poderiam me atingir assim, mas será que atingiria? Desde àquele dia estou sonhando com ela, ela simplesmente não sai da minha cabeça, eu fico pensando no que aconteceria se tivéssemos nos beijado. Eu nunca beijei uma garota so por beijar, eu so beijo as garotas que fodo, e é so isso. Mas com ela seria diferente?

Estou passando em frente a casa dela pra ver se ela está bem, eu tenho vigiado ela de longe pra garantir que ela está esta bem. Quando olho pra cima da janela do quarto dela e.....

- PORRA. - Corro em direção a casa e pulo o portão.

Corro para a entrada e abro a porta que estava ecostada. Subo as escadas correndo, a casa está cheia de fumaça. Chego na porta do quarto dela e tento abrir aí percebo que está com a chave e está trancada.

- QUEM FOI A PORRA QUE TRANCOU.- Grito e dou uma saraivada de murros na porta.- BIAAAAA. - Me afasto e chuto a porta que abri com o impacto.

O fogo está quase me cegando e eu estou apreensivo dela estar aqui dentro. Vou em outro quarto e puxo o lençol volto pro quarto, ela só deve estar no banheiro. Quando vou abrir a porta queimou minha mão.

- Merda.- Mumurro segurando o lençol e abro.

Quando entro a vejo no chão, me abaixo rápido a cubro com o lençol e a pego no colo. Me preparo para sair correndo do quarto. Saio e corro o mais rápido possível pra saída.
Me abaixo pro chão com ela nos braços.

- Bebê fala comigo por favor.- Sussurro segurando o rosto dela.- Acorda.

Ela está respirando, ela deve ter desmaiado a pouco. Ela tem que estar bem. O rosto pálido dela esta meio sujo por causa da fumaça.

- MEU DEUS.- Ouço alguém gritar atrás de mim, quando me viro vejo o Zayn do meu lado

- O que você esta fazendo aqui? O que você estava fazendo perto da casa dela?- Eu pergunto com raiva

- O que?... Você não esta pensando que fui eu quem fez isso esta?- Ele ala quase gritando.- Olha vamos leva-la ao hospital

- Temos que avisar ao pai dela, temos que chamar um bombeiro, daqui a pouco as chamas vão estar na casa toda.- Falo levantando com ela em meus braços.

- O que? então o fogo só foi em um lugar?- Ele me pergunta enquanto nos coremos pro caro dele.

- O fogo foi no quarto dela.- Eu falo baixo enquanto vamos pro hospital.

[...]

Nos estamos esperando por noticias, eu posso ter culpado o Zayn só por não gostar dele, mas eu sei quem foi o responsável por isso. Eles estão querendo me afetar usando Bia, eles tentaram matar ela queimada. 

Eu vou ter que arrumar uma forma de acabar com todos eles... Mas como?

Sou distraído com um tumulto na porta.

- Cade ELA?- O pai de Beatriz grita.- Foi você? o que você fez com minha filha?- Ele vem pra cima de mim.

- Eu não fiz nada com sua filha.- Falo com os dentes cerrados.- E ele esta sendo atendida agora.

- O que voce estava fazendo la na minha casa?- Ele pergunta colocando o dedo na minha cara.

- Eu estava passando na hora meu senhor.- Falo com todo meu controle por ele estar gritando comigo.

- Você esta encrencado meu filho.- Ele fala entre os dentes também. - Cadê minha FILHA?- Ele grita de novo.

- Meu senhor você não pode gritar aqui, estamos em um hospital.- A enfermeira aparece de repente.

- Cadê minha filha moça?- Ele fala segurando os braços dela.

- Senhor por favor se acalme, se voce é o responsável por Beatriz Pierre posso lhe informar que ela esta bem, so respirou um pouco de fumaça mas esta bem.- Ela fala num tom calmo

- O graças a deus, graças a deus.- Ele fala levantando as mãos pro céu. - Voce teve sorte agora meu jovem caso contrario..

- Meu senhor se não fosse por ele sua filha estaria morta. - A enfermeira interrompe

Huum e agora o que voce me diz seu velhote?

- Continua estando na minha lista negra.

[...]

Esperamos por horas, o pai dela me jogando indiretas, por vezes ele gritava comigo. Sera que ele não acreditou na enfermeira? se eu não tivesse aparecido provavelmente a filha dele estaria morta, quando eu digo provavelmente é porque o Zayn estava passando na hora, eu mandei ele embora daqui, se bem que se ele estivesse a culpa que o pai dela coloca em mim não seria minha a 100%.

Um medico com jaleco branco aparece com uma prancheta na mão, ele nos olha e o Sr. Pierre se levanta imediatamente.

- Responsável por Beatriz Pierre.- Fala com uma voz grossa.

- Sou eu.- Ele vai em direção ao medico e eu também.- Você fica.

- Não fico não, eu vou também. - Ele vai falar mais o medico segue e nos vamos atrais.


Entramos em uma sala branca, e imediatamente eu a vejo. O rosto dela não esta mais coberto de sujeira, ela esta limpo e branco, na verdade pálido. Mas eu não me importo, ela esta bem, esta viva e respirando tranquilamente, alheia do que esta acontecendo ao seu redor, alheia do pai dela ter me acusado do seu acidente e de sua voz insuportável.

E nesse momento aqui a olhando, vendo que ela esta bem eu encontro minha facilidade.

Meu bad boy [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora