Capítulo 9

175 18 34
                                    

Pov’ Flávia

 

Já fazia mais de meia hora que Rose e Guilherme estavam conversando dentro do quarto. Minha mente estava mais embaralhada que meu reflexo refletido na água clarinha da piscina.

- Flávia, querida, notei que a visita da Rose te deixou desconfortável. – Eu respirei fundo, frustrada, por saber que Celina tinha razão. Levantei minha visão para encara-la, seu corpo tampava o sol que antes, iluminava meu rosto. A visão dela por esse ângulo, era ainda pior.

- Se a senhora acha que estou desconfortável, não posso imaginar como se sente. Sendo que agora, Rose e eu estamos aqui, e você odeia nós duas.

- Sempre na defensiva, não é? O que te faz ser assim? Sua vida não deve ser fácil. – Ela tinha um meio sorriso- Aliás, agora é.

- A sua deve ser bem tediosa, já que está sempre com tempo para atormentar as pessoas.

- Você sabe que ele nunca irá te amar como amou a Rose, não sabe ? – Me coloquei de pé. Agora estava frente a frente com ela. Celina seguia com a mesma feição .

- Espero mesmo que não. Guilherme não amava Rose, ele era obcecado por ela. Era tóxico, doentio.

- Você tem razão ao dizer que era tóxico, doentio. Mas houve amor sim, Flávia. Ao menos da parte dele. Guilherme era fascinado na Rose, no jeito dela. Na história Parisiense linda, deles.

- Passou Sogrinha.

- Será mesmo?

- Sabe que não te entendo? Você diz não gostar da Rose porque ela nunca amou o Guilherme, mas também não gosta de mim, e eu o amo.

- Não consigo acreditar nisso.

- É um problema seu. Ele acredita, é o que importa.

- E meu filho te ama?

- Acho que ele não estaria comigo se não amasse.

- Ele pode estar tentando esquecer a Rose.

- Qual o seu problema, hein? – Meu Deus, será que Guilherme me perdoaria se eu jogasse uma Senhora, que por sinal, é mãe dele, dentro da piscina?- O que há de tão errado comigo? Você precisa entender que não é a única mulher na vida do seu filho. Corta o cordão, sogrinha. Ele já é bem crescido. Sabe o que quer.

- Meu filho nunca escolheu bem. Não quando o assunto é mulher.

- Pelo visto, ele puxou o pai.- Falei colocando a mão direita na cintura. A velha diabólica enrijeceu o corpo no mesmo momento.

- Sua insolente. Mal educada.- Estava a ponto de esquecer que ela é uma senhora e mãe do meu noivo, para arremessá-la na piscina, se não fosse o barulho de passos e vozes alteradas não muito distante de mim. Direcionei meu corpo e meu olhar para a entrada na casa, Rose estava segurando forte na sua bolsa preta, passos firmes e cabeça baixa.

“ Você não vai fazer isso, Rose. Está me ouvido?”

A voz de Guilherme estava alterada.

“Eu sou a mãe do Antônio. SOU eu quem decide isso. Você não tem o direito de querer controlar minha vida...”

Rose apareceu na porta, mas foi parada por Guilherme, que a puxou firme pelo braço. Dei alguns passos em direção a ela. Ele não podia tratá-la assim..

“ Rose, por favor, você não pode fazer isso. Eu te imploro. Não faça isso, não conte ao Antônio...” Ele pediu baixo, parecendo muito triste e...furioso.

Flagui: Love Of The GalaxyOnde histórias criam vida. Descubra agora