Epílogo

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Música:

(O amor é um ato revolucionário)

Pov'Flávia

- Esse é o meu prato?- Perguntei baixinho para Guilherme, que continha um micro sorriso nos lábios. -  Merci...- Agradeci  com um sorriso fraco para o garçom, que se retira logo após falar alguma coisa que eu não entendo, mas Guilherme o responde..

- Você não vai comer?- Ele pergunta com a sugestão de um leve sorriso nos lábios.

- Por que você não me falou que Steak Tartare era a porra de uma carne crua com uma gema por cima? – Indago baixo, com os dentes semicerrados.- Não vou comer isso.

- Mas é um prato delicioso meu amor. Carne de primeira, muito bem temperada. Sem contar que...

- Guilherme, não importa se é uma carne de primeira,  muito bem temperada. Ainda é Carne crua com uma Gema por cima. Isso aqui deveria ser crime. – Observo Guilherme, comendo seu risoto. – Vamos trocar ?- Peço suplicante.

- De jeito nenhum.- Ele fala ajustando a gravata.- Primeiro, porque você havia dito que não viria a Paris para comer um simples risoto. E depois, você nem deu uma chance, meu amor. Experimente primeiro.

Eu respiro muito, muito fundo, antes de colocar a primeira garfada na boca. Não era ruim, muito pelo contrário, mas ainda era carne crua... Com gema crua. Estamos comemorando cinco anos de casados, e essa é a primeira vez que viajamos desde a nossa Lua-de-mel. Os dois primeiros anos de nosso casamento foi uma loucura. Segui comendo em silêncio, me recusando a admitir para meu marido que de fato, o prato é bom. Aliás, tudo aqui é bom, mas é uma miséria em quantidade.

- Na verdade, Flávia, não é uma miséria. As porções vêm em quantidades menores, para que os demais pratos sejam apreciados.

- Nem todo mundo come pouco, Gui. O teu prato principal, não encheria nunca, a minha barriga.

- Flávia, você há de convir, que tudo o que comemos até agora foi maravilhoso. – Permaneci em silêncio.- Nem se digna a responder...

- Le dessert. Apprécier. – Estava prestes a contestar com Guilherme, quando sou interrompida pelo garçom.

- Merci beaucoup!- Gui diz, e eu aceno com a cabeça. Porque tudo o que sei dizer é: Bonjour, Merci e Oui.

- O que ele disse? – Pergunto, enquanto pego o talher dourado e pequeno.

- “ A sobremesa. Bom apetite.”

 - Ah sim. Entendi. – Eu preciso aprender a falar essa língua peculiar, para não ter que fazer de Guilherme, um Google Tradutor. Sigo com o talher na mão, enquanto Guilherme se serve. Ele me olha, interrogativo. – Claro, isso é tudo.

Crème Brulée, foi a sobremesa que pedi. Gui havia me dito que é uma das sobremesas mais famosas do mundo. Eu nunca havia ouvido falar nela antes. “ É feito de creme de baunilha, e coberto por uma capa de açúcar sólido. “ Palavras de Guilherme. A capa de açúcar sólida é caramelo. E devo admitir, eu amei quebrar a casquinha. Começamos a conversar sobre coisas banais e aleatórias, e com certeza, eu estava rindo alto demais, já que os demais clientes não paravam de me olhar.

Gui havia me dito que os franceses, apesar de calorosos, são bem discretos. Não costumam falar muito alto. Logo se vê, que sou uma estrangeira. Começo a me sentir um pouco alta, por conta do vinho, e saboreio mais um pedaço de queijo- Que queijo meu Deus-, no intuito de não ficar levemente bêbada.

Flagui: Love Of The GalaxyOnde histórias criam vida. Descubra agora