Capítulo 18

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Pov'' FLÁVIA

“ Flávia, está tudo bem?”

“ Você está pálida.”

“ EM CADA ESQUINA EU VEJO O SEU OLHAR...”

“ Flávia, meu amor”

FLÁVIA, FLÁVIA, FLÁVIA."

- Então Guilherme, a pressão estava um pouco baixa. Você sabe, acontece no início.”

- Fizemos todos os exames. De sangue, inclusive. O HCG da Flávia está elevado. Então...”

Abri meus olhos, minha mente muito confusa. As últimas memórias que tive vindo como um flash rápido, meus olhos ardem e o local que estou com certeza é claro demais. Eu não estou mais no Bar de Gabriel. Uma mão macia segura a minha.

- Flávia, tudo bem?.- A voz de Joana é suave, e eu a ouço perfeitamente. Diferente de segundos atrás, onde sua voz estava distante e embaçada. Minha visão está mais limpa agora. Ao lado de Joana está Guilherme, com os olhos fitando  um papel.

- Flávia, você pode estar um pouco confusa agora. É normal, após acordar de um desmaio. Você estava fazendo uma apresentação no bar Wollinguer, passou mal após apresentar algumas músicas.- Guilherme seguia encarando o papel em sua mão.- Você chegou aqui ainda desacordada....

Joana segue falando algumas coisas, eu aceno positivamente para tudo o que ela diz. Meus olhos indo ora ou outra para meu marido. Depois de uma semana de lua de mel, voltamos de Angra. Eu comecei a me sentir mal apenas um dia depois de nossa chegada. Algo estava errado e eu sabia. Minha saúde sempre foi boa. Não falei nada com Guilherme, para não preocupá-lo com pouca coisa. Mas ao julgar pela falta de expressão e silêncio dele, tenho certeza que estou com uma grave doença. Joana também disse que meu HCG está elevado. Um câncer, talvez? É isso, eu serei a escolhida dela.

- Flávia, fizemos exames em você, e...- Joana olha para Guilherme, que finalmente olha para mim, com olhos marejados.

EU VOU MORRER.  OH MEU DEUS!

- Flávia...

- Eu vou morrer , é isso? – Interrompo-a. – Eu estou com uma grave doença e irei morrer em oito meses, não é isso?- Um amargor se forma em minha boca.- Eu consegui entender que você disse que meu HCG está elevado. É algum câncer incurável?

- O que?- Joana solta uma risada, ela se recompõem logo em seguida. Guilherme deixa o papel no pequeno criado, ao lado da cama. – Flávia, eu não sei de onde você tirou isso.

- Nunca fui muito aplicada em Biologia, Joana.- Eu digo sinceramente.

- Bom, eu te deixo nas mãos do Melhor Cardiologista da América Latina, que é seu marido. Você está em boas mãos.- Ela sorri docemente antes de se virar de costas para mim.-  Guilherme...- A melhor amiga de meu esposo, abre um largo sorriso para ele, enquanto segura fortemente suas mãos.- Parabéns.

Joana se retira da sala logo em seguida. Guilherme puxa a cadeira, e se senta. Eu me ajusto melhor na cama, ficando também sentada. Seus olhos estão vermelhos, e pela forma como ele passa rapidamente a mão pelos cabelos, percebo que Guilherme está ansioso. Coisa rara de se ver.

- Flávia, como você de sente?


- Eu estou bem, Gui. Quer dizer, eu acho que estou bem. Ou não estou?  Os papéis na prancheta são meus exames? Eu estou doente, não é? Sou eu quem vai morrer, não é Gui? Eu venho me sentindo tonta, enjoada, com dores de cabeça. Isso se intensificou depois de Angra. É um tumor?

Flagui: Love Of The GalaxyOnde histórias criam vida. Descubra agora