Capítulo 16

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Pov’’ Guilherme

Eu tentei, tentei realmente conter as lágrimas que insistiam em cair. Mas não pude. Não depois que as portas da igreja se abriram, não depois de vê-la.

E o mundo simplesmente para. Enquanto ela caminha até mim, com um buquê de lírio cor de rosa, um sorriso lindo nos lábios. Seu braço entrelaçado ao do seu pai, que também chorava. O vestido, impecável, desenhando bem sua cintura, destacando seus ombros e sua clavícula bem marcada. A fenda na perna. Flávia é a mulher mais linda do mundo, a mais linda, caminhando até mim, para ser oficialmente, minha mulher. A minha esposa amada. Adorada.

- Cuida bem da minha filha, Doutor!- Juca diz, com os olhos molhados e sorriso brilhante, enquanto me entrega sua filha.

- Como minha vida, Juca. Porque é isso que ela é.- E então ela segura minha mão. Com a outra livre, eu ajeito uma mecha teimosa de sua franja jogada toda para um lado, que cai sobre seu olho. É então que eu analiso bem seu rosto. As maçãs do rosto rosadas, o delineado branco e três pequenas pérolas ao lado superior de suas pálpebras. Seus lábios num tom lindo de rosa.

- Olá, doutor!

E seu tom abusado segue em um sorriso discreto.

Eu consegui ver de relance Paula, como ela estava chorosa, olhos tristes e ombros tensos. Neném estava ao seu lado, e graças a Deus ele não usava um terno preto com uma blusa vermelha. Joana e Soares também estavam presentes, ao lado oposto da sala. Nossos padrinhos.

Eu fingi não ver o desgosto no rosto de minha. E notei também a ausência de Odete.

- Senhor Guilherme Monteiro Bragança, é de sua livre e espontânea vontade, aceitar Flávia Santana, como sua esposa, na saúde e na doença , não riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?

- Sim, é claro que sim.- O sorriso em meu rosto foi involuntário.

- Senhora Flávia Santana, é de sua livre e espontânea vontade, aceitar o senhor Guilherme Monteiro Bragança, como seu marido, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?

E então, ela não respondeu. Meu sangue gelou, e um frio percorreu meu corpo. Flávia inclinou um pouco a cabeça, como se estivesse pensando...

- Fla..

- Sim, mil vezes sim.- Falou após alguns longos instantes. Então ela conteve o riso, e eu respirei de volta. Consegui ouvir algumas risadas vinda dos convidados. Jesus.- Eu assustei o Doutor?

- Você é abusada...- Eu disse com um sorriso discreto.

E o Padre seguiu falando algumas coisas que eu não capitei muito bem.

- Flávia, é na outra mão.- Falei sorrindo quando ela pegou minha mão direita para colocar a aliança. Flávia acenou a cabeça positivamente, enquanto sorria. Tinha algo diferente. Não só por ser nosso casamento, algo nela, está a diferente. Uma luz, algo realmente mais forte do que o normal.

- Já que ninguém se opõem a essa união, o noivo pode...

- Beijar a noiva. Não precisa nem dizer...- Flávia interrompeu o Padre, antes de puxar meu pescoço ao seu encontro, e grudar seus lábios nos meus. Os aplausos ao fundo foram esquecidos quando ela aprofundou o beijo, e invadiu sua língua em minha boca. E seu gosto é simplesmente maravilhoso, e eu me perco facilmente em Flávia, no seu cheiro e sabor. Possivelmente, durou mais do que deveria, já que paramos quando ouvimos uma tosse atrás de nós.

Flagui: Love Of The GalaxyOnde histórias criam vida. Descubra agora