Pov’ Flávia
Eu não me lembro em que momento Guilherme pagou a conta, ou como conseguir andar até o carro com aquelas bolinhas se movendo dentro de mim, mas nesse exato momento, estávamos em frente ao Arriba Karakas, e eu estava cheia de expectativa.
Primeiro, pela ousadia dele ainda no bar de Gabriel, depois, pela forma que me tocava sempre que podia dentro do carro, até chegarmos aqui. Ele tocou minha coxa uma última vez, enquanto fazia a reserva do quarto, seu olhar negro como a noite sobre mim, minha pele feito brasa. Eu podia jurar, que havia sentido algo em meu ventre se contrair antes mesmo de tê-lo dentro de mim.
O celular de Guilherme tocou uma, duas vezes. Ele desligou, já estávamos fora do carro, no estacionamento, então tocou novamente. Olhei para ele, interrogativa, mas ele nada disse. Então, como se uma outra pessoa tomasse seu corpo, ele ergueu os olhos para mim. Do celular para mim.
- Que merda é essa, Flávia?
Perguntou vindo em minha direção, seu celular erguido na mão. Assim que ele estava perto o suficiente, pude ver o que desencadeou um Guilherme nervoso em minha frente.
- Olha Gui, eu posso explicar...
- Ah você pode?- Fui interrompida. Sua voz grossa e alterada para mim.- Você deve se explicar. Fez parte do show, também? Vocês se beijando. É o mesmo garoto daquela vez do karaokê, não é?
- Guilherme, me escuta.- Enrijeci meu corpo e travei as pernas, aquelas malditas bolas de movendo em meu interior. – Eu não sei como isso chegou no seu celular, mas eu te garanto, eu não quis esse beijo. Foi tudo tão rápido, estávamos conversando, quando de repente, ele me agarrou, e então me beijou. Meu amor, eu não retribuí, eu juro.
- Que merda Flávia. Como você faz isso comigo?
- Você me ouviu? Algo do que te disse, você escutou? – Meus movimentos estavam intensificando o poder daquele colar dentro de mim. E eu quase gemi. Dividida entre a situação com meu noivo, e o estranho prazer que meu corpo estava sentindo.
- Mais é claro que eu ouvi, ouvi tudo muito bem. Só não entendi o porquê da foto, não entendi o porquê de você não ter me contado. Flávia, eu já fui enganado uma vez, eu não vou suportar ser...- Ele respirou fundo, seus olhos vacilaram sobre mim, e eu entendi, todo o medo e raiva que ele estava sentindo.- Eu não vou suportar isso novamente.
- Gui, você precisa acreditar em mim...
- Você devia ter me dito.- Ele quase gritou..
- Você já chegou em mim com a intenção de me comer, porra. – Gritei de volta. De raiva e de alívio. Seria estranho demais se eu gemesse para o nada enquanto ele discutia comigo, ficando extremamente gato, com a feição mais séria.
- Eu ia te contar, está bem?.- Respirei fundo. Seus olhos nos meus.- Eu só não esperava que você chegasse em mim, como chegou. Não queria estragar o momento.
- Já foi estragado.- Ele disse, a voz mais baixa. Gabriel seu desgraçado, eu quero te matar por ter estragado isso. – Vamos embora.
- Isso é sério?- Que ódio, meu Deus. Que ódio.
- Sim Flávia, é. Porque se eu te fudesse agora, com a raiva que estou, não poderia garantir que você se levantaria amanhã. – Você pode fazer isso. Por mim tudo bem. Pensei.
- E bom, eu jamais faria isso com você, estando com raiva ou magoado. Jamais. – Respirei fundo mais uma vez. Embora eu estivesse louca para saber o que ele tinha planejado para nós, também admirava esse lado dele. Esse respeito.
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Flagui: Love Of The Galaxy
ФанфикFlávia e Guilherme haviam enfim se acertado, e decididos a não perder mais tempo, decidiram se casar o mais rápido possível. Mas isso não ocorreria tão facilmente, pois algumas pessoas não estavam dispostos a ver isso acontecer. A vida na mansão Mon...