Capítulo 11

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Pov’ Flávia

Havia acabado de sair do banho, quando Guilherme me enviou uma mensagem dizendo que sairia mais tarde do trabalho hoje. Aproveitei para falar que também chegaria mais tarde, porque hoje, cantarei no bar de Gabriel. Minha vida precisava voltar aos trilhos. Não que os trilhos de minha vida fosse os melhores.

Aproveitei e liguei para meu pai também, para saber como ele estava, e como ia toda a situação com Roni. Para meu alívio, tudo estava ocorrendo bem. Mas, o SMS que recebi mais cedo me assustou. E foi pensando nisso que entrei no bar. Murilo, Vanda, Ingrid e os gêmeos já estavam lá. E claro, Gabriel.

- Pensei que não viria hoje.- Gabriel disse depois de me cumprimentar.

- Estava resolvendo algumas coisas, por isso o sumiço.

- E o compromisso com a banda , Flávia?- Vandinha indagou.

- Eu avisei antes. Não foi por opção, Vanda. Era o melhor para todo mundo, acredite!- Falei sincera.

Faltava dez minutos para as 19:00h, revisei mais uma vez as músicas que iríamos cantar hoje. Murilo me passou tudo.

- Posso falar com você?. Só um instante?- Gabriel perguntou baixo. Acenei que sim com a cabeça, e então, fomos para um lugar mais reservado.

- Flávia, eu só queria dizer que espero que toda essa história do seu casamento, não prejudique o seu desempenho na banda.

- Por que prejudicaria?

- Bom, casamento são muitos preparativos. Tem a festa, o vestido, os convidados, a banda, o Buffet, enfim, sei que requer tempo, mas precisamos de você. A Pink é o elemento mais importante da banda.

- Temos todos a mesma importância, Gabriel. Peço desculpas pela ausência nesses últimos dias. Mas foi de fato, necessário. E quanto ao casamento, você está sabendo mais que eu. Eu só me lembrava  do vestido, mesmo. – Falei em um tom mais divertido. Ele por sua vez, me encarou sério, com seus olhos azuis, vidrados nos meus.

- Eu sei sim. Planejava o nosso. – Me desconcertei um pouco.- Planejava nossa casa de frente para o mar, nossos filhos, você sendo minha mulher. Eu Planejava toda uma vida contigo. Na verdade, Flávia, você ainda mexe muito comigo. – E então, me beijou.

Foi tudo muito rápido, eu não sei quanto tempo demorei para reagir, mas posso jurar que vi algum clic de luz em mim.

- Gabriel, você está louco? Pirou de vez? – Perguntei brava, assim que o empurrei. A raiva crescendo em meu peito.

- Flávia, me perdoa. Por favor, foi mais forte que eu, me deixei levar pelo momento. Desculpa..

- Não faça isso nunca mais, Gabriel. Eu vou me casar, amo o Guilherme, respeita isso. Me respeita.

- Não irá se repetir. Eu prometo.

- Ah, mas não irá mesmo. – Disse antes de me virar de costas e sair.

Cantamos umas seis músicas, o movimento ainda não era muito grande, começava de fato, depois das nove. Mas as pessoas que nos assistiam, estavam concentrados, e pareciam gostar. Esse era o primeiro passo, o início de um sonho que tenho desde criança. E sei, que logo, estaremos cantando para multidões.

- Essa próxima música que iremos cantar agora, é muito especial. – Murilo começou. Já passava das nove, o bar estava cheio, as vozes misturadas, cessaram, para ouvir o que ele tinha a dizer.

- Essa música fala sobre amor, sobre a paixão. Então, se você está ao lado da pessoa que você ama, ou da pessoa por qual é apaixonado, olhe bem para ela, e abra seu coração, para receber o sentimento dessa música. É isso aí.

Me posicionei melhor, no centro do palco, ao lado de Murilo. As luzes, dessa vez, direcionadas especialmente para nós dois. Ele sorriu e lançou um beijo para Ingrid, e então começou.

É isso aí
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre
É isso aí
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar

Olhei atenta para a plateia, enquanto ele cantava. Uns sozinhos, outros abraçados, uns de frente para o outro, alguns dançando com seu par, outros bebendo e chorando, outros rindo, outros alheios. O poder que a música tem em tocar cada um de uma forma diferente, e ao mesmo tempo muito parecida, é fascinante. Então chegou minha vez.

É isso aí
Há quem acredita em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí
Um vendedor de flores
Ensina seus filhos a escolher seus amores

E então, em meio a tantos olhares, tantas pessoas, tantos rostos diferentes, meu olhar caiu sobre o homem usando calça preta, blusa social branca, um colete azul, e o terno jogado sob o braço. E não existia mais ninguém ali para mim, além dele. Não existia outros olhos, não tão brilhantes, tão atentos, tão admirados e lindos. E desde então, toda o trecho, toda a cação, foi direcionada para ele. Para o meu Guilherme.

Eu não sei parar de te olhar
Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar

Era a minha alma recitando através de meus lábios, dessa canção, toda a verdade que aconteceu desde o primeiro momento em que nos vimos. Eu não fui capaz de parar de olhar para ele, desde a primeira vez que o vi..

É isso aí
Há quem acredita em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade

Prossegui, ainda olhando para ele, para seus olhos, para seu sorriso de canto, para o gesto costumeiro e tão dele, de coçar a têmpora. Parei um instante para Murilo cantar sua parte, aproveitei para puxar o ar de volta para os pulmões.

É isso aí yeah
Um vendedor de flores
Ensina seus filhos a escolher seus amores

Respirei fundo antes de seguir com meu parceiro de banda, enquanto sentia o olhar de Guilherme queimando sobre mim. Será que ele sabia o poder que tinha sobre mim?

E eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar

Terminamos de cantar. Eu ouvi todos os aplausos, mas naquele momento, só o dele importava, só o seu sorriso largo, o seu olhar orgulhoso. Admito que tive que me segurar para não correr em sua direção naquele exato momento. Ainda faltava duas músicas. E ele seguiu ali. Na frente do palco, parado, mesmo que a música fosse mais agitada. Bem Guilherme Monteiro Bragança mesmo. Notei que uma mulher usando um vestido justo vermelho o encarava, e estava tentando uma aproximação. Sorte dela, que estava na última estrofe da música.

- Meu amor. – Fiz o que queria desde o momento em que o vi. Me lancei em seus braços. Ele me abraçou forte. Eu posso morar facilmente no centro desse abraço. Seu cheiro invadindo minhas narinas. Seu cabelo estava levemente molhado. Ele beijou meu pescoço antes de me soltar.

- Você estava divina. Linda, maravilhosa.- Falou com um sorriso nos lábios- . Ana Carolina perdeu feio para você, a música ficou muito mais bonita em sua voz.- Disse divertido.- E olha que eu sou fã dela.

- E por acaso não é meu?- Perguntei fingindo indignação.

- Seu fã número um, meu amor. Ninguém acima de você. – Ele ajustou a franja de minha peruca.

- Estou feliz que você tenha gostado.- Ele beijou rapidamente meus lábios, e sussurrou ainda sobre eles, que tinha amado.- Que bom que tenha amado. Porque ela foi todinha para você. Ao menos depois que você chegou.

Ele sorriu levemente e passou a mão sobre o cabelo.

- Bebe algo?

- Bebo todas.- Falei e ele sorriu alto.

- Tenho certeza que sim. – Ele me puxou pela mão, e fomos até o bar.

- Eu amo seu cheiro sabia?- Falei após me sentar em seu colo.- Desde o nosso primeiro encontro depois da queda de avião, que eu amo esse cheiro. Um cheiro bem você.

- Bem eu?- Ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.

- Sim, cheiro de homem rico e elegante.
- Flávia, por favor!- Guilherme sorriu.

- Não estou mentindo. – Nossas bebidas chegaram.

- O quão elegante acha que sou?- Guilherme perguntou, com uma voz rouca, e então, bebeu um pouco do seu drink.

- Elegante num nível bem alto. Por quê?

- E você, consegue ser elegante num nível bem alto, meu amor?

Ele me encarava, eu não estava entendo muito bem, mas algo no seu olhar sério e sua voz rouca, me excitou. E ele pareceu notar. De alguma maneira.

- Eu não garanto nada quando estou com você.- Falei mais baixo. Virando quase que de uma só vez, o drink azul e doce, o líquido desceu quente , e fez minha língua adormecer por alguns segundos.

- Posso tirar sua peruca?- Ele perguntou e eu acenei. Assim ele fez, ajeitei meu cabelo, e então guardei as madeixas rosa dentro da bolsa, que eu nem me lembrava ter pego.

- Como você não me deu uma resposta concreta quanto a sua elegância, vou apostar em algo que sei que tem de sobra.- Me ajustei melhor sobre sua perna.- Abusada. Você é bem abusada. Irá tirar de letra.

Eu não estava entendendo, mas estava adorando. Guilherme tirou algum objeto muito discretamente de dentro do bolso de seu terno, que ainda estava sob seu braço esquerdo. Eu não consegui ver direito. Mas parecia ser pequeno.

- Flávia, meu amor.- Sussurrou no meu ouvido, um arrepio percorreu meu corpo, e um calor se instalou no centro de minhas pernas.- Você consegue, afastar sua calcinha, e abrir suas pernas para mim, sem que percebam?

E então ele se afastou, deu um último gole em sua bebida. Como se não estivesse dito nada. Sua feição neutra. Minha respiração de repente ficou pesada, e um desejo muito, muito forte invadiu cada parte do meu corpo.

As luzes do bar se misturavam, o som agora era mais agitado. As pessoas estavam mais “altas” e dançantes por conta da bebida , tomei isso como impulso. Olhei para Guilherme, antes de abrir minhas pernas.

- Confia em mim?- Ele perguntou. Sabia que ele iria se certificar em saber se a situação não me deixaria desconfortável. Seja lá o que ele tenha em mente que o faça pensar assim. Acenei positivamente, e então, afastei minha calcinha para o lado.

Ele olhou discreta e rapidamente para os lados, antes de respirar fundo, e me tocar. Seu sorriso ganhou vida no momento em que sentiu sobre seus dedos, minha excitação. Eu não estava acreditando que ele iria me tocar aqui. Me enchi de expectativas, mas assim como eu não acreditava em tal atitude, ele não o fez.

No lugar de seus dedos, introduziu em mim algo como um colar, que continha três bolas. Contive o gemido. Meus olhos se fecharam, ele ajustou minha calcinha e minhas pernas. Então passou os dedos sobre meu rosto, me forçando a encará-lo.

- São bolas tailandesas. Produz uma micro vibração, a medida em que se movem, em que você se move. Então, aconselho que não se mova muito, meu amor..

Disse e logo em seguida, moveu meu quadril sobre sua perna. As minhas coxas roçaram uma na outra, e meu interior se contraiu.

- Guilherme.- Foi impossível segurar dessa vez. Agarrei seu ombro, minha voz mais arrastada. Ele pressionou meu quadril, e repetiu o movimento. Outro som me escapou.

- Flávia, você não consegue imaginar tudo o que pretendo fazer, com você, essas noite.


Notas da Autora:
Peço desculpas por qualquer erro ortográfico. Espero que gostem, e comentem para dizer o que estão achando, é importante, porque da motivação para continuar.
Boa leitura 💕












Flagui: Love Of The GalaxyOnde histórias criam vida. Descubra agora