Visita

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 Will vestiu seu moletom rosa e uma bermuda branca com um arco-íris bordado em cada bolso traseiro, pôs os chinelos de dedos, perfume e saiu em direção ao Chalé treze. Essa era a primeira noite de Nico fora da enfermaria e por mais que ele tivesse Jason no seu encalço, Will queria ver se ele estava bem.

Ele deixou os enfermos nas mãos de seus irmãos, precisava de uma folga ou cairia duro de exaustão e estresse, não havia mais ninguém com risco de morrer, portanto, ele trocou saiu do seu turno despreocupado.

Estava feliz de finalmente ter conseguido se aproximar de Nico, há éons esperava por isso. Ele queria ser seu amigo, queria mostrar pra ele que aqui ele poderia se sentir em casa também. Will queria ser sua casa, seu porto seguro. Odiava tudo que Nico tinha passado e ele nem sabia de tudo. Odiava que mesmo ajudando a salvar o mudo diversas vezes ele não tenha levado o crédito que merecia.

Chegou ao chalé de obsidiana e ouro e bateu. Nunca tinha vindo aqui antes e agora de perto podia ver a quantidade de pedras preciosas cravejadas nos umbrais da porta. "Hades é mesmo rico, pensou".

Nico abriu. Ele estava de calça moletom, e secava o cabelo com a toalha. O filho de Hades parou o movimento imediatamente e ficou pasmo encarando Will. O loiro sorriu, mas parecia engessado, ele não esperava ver Nico sem camisa e secando o cabelo, a cena era terrivelmente sexy.

– Ah... Oi.. Oi, eu queria saber como você está. – Disse Will gaguejando. Ele clareou a garganta e sorriu disfarçando o nervosismo.

Normalmente Will era destemido e nada tímido, mas Nico mexia com ele, o deixava diferente. Ele tinha medo de não ser bom o suficiente para estar perto dele, afinal nem sequer era um herói ou guerreiro.

– Oi Solace, entra. – Nico abriu espaço e o guiou até seu quarto. – Fique à vontade. Eu estou bem. Vocês estão se revezado para ver se eu já fugi, é isso? – Ele riu.

Will o encarou bobo. Nunca tinha o visto sorrir ates. Eles tentou se recuperar e não parecer um idiota.

– Bom, não sei do que você está falando, só vim checar como está o meu paciente e amigo. Queria ter certeza de que se alimentou e não está usando seus poderes incríveis. – Nico sorriu ao ouvir a última parte.

– Incríveis? Não sou eu quem cura pessoas. – Ele vestiu uma regata preta e estendeu a mão para Will. – Me acompanha ao refeitório, doutor?

– Claro. Idiota. Vamos jantar.

Os dois saíram juntos, conversando sobre outros temas. Era fácil, a conversa fluía, e ali Will entendeu que você nunca vai precisar forçar o que é real. Nico percebeu que se sentia confortável em conversar com Will, em sorrir, mesmo que minimamente, perto dele.

– E aqui a gente se separa. – Nico disse a respeito das divisões das mesas.

– Senta comigo hoje?

– Você sabe que é contra as regras. Quem é você e o que fez com o médico certinho? – Will sorriu fechando os olhos.

– Ainda estou aqui, só quero ficar perto de você. – Disse e apressou-se a explicar-se. – É que você fica sozinho ali e essa regra vai mudar em breve por conta do intercâmbio com o Acampamento Júpiter. E eu tenho um plano, confia em mim.

Nico deu de ombros.

– Eu vou pro inferno mesmo. – Disse e seguiu Will até a mesa correspondente a Apolo.

Will explicou seu plano para Nico e ele adorou.

– Você tem uma mente diabólica, raio de sol.

– Eu tenho meus momentos.

Coletânea Nico di AngeloOnde histórias criam vida. Descubra agora